Antropia
Antropia (IPA: [ˌænθɹəˈpi], do grego original ἄνθρωπος, transliterado anthropos = "ser humano" + ia[1] = suf. subst.) é a ciência que estuda a chamada "antropização"[2], ou seja, ação do ser humano sobre o meio ambiente - tanto o biótopo como a biomassa.[3] Também pode ser a ação, o ato ou o resultado da atuação humana sobre a natureza, com intencionalidade de modificação, independentemente do juízo de valor que se lhe (à modificação da natureza) atribua.[4]
Algumas vezes se utiliza antropismo como forma sinônima de antropia. Contudo, dado antropismo ter significação diferenciada, própria, deve-se evitar tal sinonímia.
Índice
1 Antropia e Natureza
2 Transformação comportamental antrópica sobre seres vivos
3 Transformação geográfica do meio ambiente pela atividade humana.
4 Ver também
5 Referências
Antropia e Natureza |
Antropia, como ação humana capaz de produzir modificações no ambiente natural e rural — quer construtivamente (ou "produtivamente"), quer destrutivamente — pertence ao domínio amplo da antropologia[5] e ciências afins. Antropia, dado à complexa e multivariada (pleni-variada) natureza humana e suas relações internas e sexuais
, merece tratamento inter–, multi– e trans-disciplinar, razão pela qual não se deve restringir a sua apreciação ao cenário antropológico stricto sensu.
Ações humanas modificam a natureza. À diferença das ações levadas a efeito por outros seres, inanimados ("elementos ou forças naturais sem vida) ou animados — estes, vegetais ou animais — as ações humanas são, pelo menos, de duas classes, sob a ótica da modificação:Sperman Minha ..
ações humanas estritamente vegetativas: referentes, sine qua non, à sobrevivência do ser humano
ações humanas estritamente volitivas: referentes à natureza empreendedora do ser humano.
Conquanto ambas sejam, de uma forma ou doutra, antrópicas (detentoras, em si, da mutabilidade da natureza), interessam, sob o título de antropia, particularmente as ações da segunda classe, posto que as da primeira classe dizem respeito à sobrevivência do ser humano apenas nos aspetos biológico e também psicológico, eventualmente, porém nunca no aspecto conjugado noossociológico — aspeto que reporta ao domínio espiritual (noológico) e ao social (sociológico) de modo conjugado. Isso é especificamente humano.
Transformação comportamental antrópica sobre seres vivos |
A permanente interação dos animais domésticos com o homem produz certos graus de antropização, que pode ser aprendida por repetições ou por hábitos co-habitacionais repetitivos. Por exemplo, um cão como mascote pode adquirir certas condutas que emulam o comportamento humano, como caminhar sobre duas patas, manipular uma maçaneta ou carregar num botão, etc. Um cão-guia aprende a reconhecer as condições do trânsito, e um macaco pode manipular um controlo de televisão ou um telefone. O melhor exemplo são os animais de circo.
Transformação geográfica do meio ambiente pela atividade humana. |
O termo é utilizado para referir de forma geral toda a transformação que o homem produz sobre o meio ambiente, como a urbanização, a agricultura, a silvicultura, introdução de espécies exóticas em geral, a alteração do relevo, a mineração, a extensão de cabos, a construção de caminhos e pontes, a dragagem de vias navegáveis, a construção de diques e barragens, etc.[6]
Muitas vezes a grande antropização da natureza é a que elimina grandes ecossistemas complexos, exterminando espécies e gerando perda de biodiversidade e de equilíbrio no planeta. Hoje em dia podemos ver as devastadoras consequências de casos extremos de antropização como a gigantesca desflorestação do Amazonas, as centrais hidroelétricas (barragens) que cortam os rios em dois dividindo os habitats de muitas espécies, e também se incluem as grandes cidades que crescem e crescem invadindo os lugares onde antes existiam ricos ecossistemas.
Ver também |
- Pegada ecológica
- Uso da terra
- Natureza
- Antropologia
- Ecologia
Referências
↑ FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro (RJ, Brasil): Nova Fronteira, 2000: " tônico que ocorre em substantivos eruditos ou semi-eruditos, já existentes no grego, ou formados no vernáculo, com as noções de: 'qualidade'; 'condição'; 'estado (físico ou moral)'; 'afecção', 'moléstia', 'deformidade física'; 'propriedade'; 'dignidade'; 'profissão', 'cargo'; 'lugar onde'; 'nome de ciência'; 'doutrina'; 'coleção'; 'conjunto'; 'arte ou ação de fazer algo': alegria, cortesia; abasia, ablastia; ablefaria, ablepsia, abraquia, mioplegia; algesia; andadoria, chefia; diretoria; monandria, diandria, triandria, tetrandria, pentandria, hexandria, heptandria; correria, flebotomia, etc.."
↑ A palavra é um neologismo, segundo Carlos Rocha (Ciberdúvidas)
↑ Aulete Digital. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. São Paulo (SP, Brasil): Lexicon, 2008.
↑ FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda,[desambiguação necessária]op. cit..
↑ WOLF, Eric. Perilous Ideas: Race, Culture, People.Current Anthropology. (1994) 35: 1-7. p.227.
↑ Artigo sobre antropização