Tibiriçá
Nota: Para outros significados, veja Tibiriçá (desambiguação).
Tibiriçá | |
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Outros nomes | Martim Afonso |
Morte | 25 de dezembro de 1562 São Paulo |
Cônjuge | Potira |
Filho(s) | Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira e Maria da Grã |
Ocupação | líder tupiniquim |
Religião | cristianismo |
Tibiriçá (nascido em data e local desconhecidos — São Paulo de Piratininga, 25 de dezembro de 1562), também conhecido como Tebiriçá e Tebireçá, foi um importante líder indígena tupiniquim dos primórdios da colonização portuguesa do Brasil. Era aliado dos portugueses. Teve papel destacado nos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, em 1554.[1]
Índice
1 Etimologia
2 Biografia
3 Descendência
4 Ver também
5 Referências
6 Bibliografia
7 Ligações externas
Etimologia |
O escritor Eduardo Bueno, baseado em Teodoro Sampaio, diz que "Tibiriçá" significa "vigilante da terra" em tupi,[2] também cabendo a expressão "sentinela da serra".[3][4][5] Já o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro defende que "Tibiriçá", "Tebireçá" e "Tebireçá" provêm do tupi tebiresá, que significa "olho das nádegas" (tebira, "nádega"+ esá, "olho").[6]
Biografia |
Foi convertido e batizado pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes. Seu nome de batismo cristão foi Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente, Martim Afonso de Sousa, passando a se chamar, então, Martim Afonso Tibiriçá.[7] Era chefe de uma parte da nação indígena estabelecida nos campos de Piratininga, com sede na aldeia de Inhampuambuçu. Era irmão de Piquerobi e de Caiubi, índios que se salientaram durante a colonização portuguesa do Brasil: o primeiro, como inimigo dos portugueses; e o segundo, como grande colaborador dos jesuítas. Teve muitos filhos. Com a índia Potira, teve Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá, Toruí, Bartira e Maria da Grã.
Bartira viria a desposar João Ramalho, de quem Tibiriçá era grande amigo e a pedido do qual defendeu os portugueses quando estes chegaram a São Vicente. Em 1554, acompanhou Manuel da Nóbrega e Anchieta na obra da fundação de São Paulo e estabeleceu-se no local onde hoje se encontra o Mosteiro de São Bento, espalhando seus índios pelas imediações. A atual rua de São Bento era, por esse motivo, chamada, primitivamente, Martim Afonso (nome em que fora batizado o cacique). Graças à sua influência, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos nas proximidades do colégio. Tibiriçá deu, aos jesuítas, a maior prova de fidelidade a 9 de julho de 1562 (e não 10 como habitualmente se escreve), quando, levantando a bandeira e uma espada de pau pintada e enfeitada de diversas cores, repeliu, com bravura, o ataque à vila de São Paulo efetuado pelos índios tupis, guaianás e carijós chefiados por seu sobrinho (filho de Piquerobi) Jaguaranho, no ataque conhecido como o Cerco de Piratininga. Durante o combate, Tibiriçá matou seu irmão Piquerobi e seu sobrinho Jaguaranho.[8]
Tibiriçá morreu em 25 de dezembro de 1562, como atesta José de Anchieta em sua carta enviada ao padre Diogo Laínes,[9] devido a uma peste que assolou a aldeia. Seus restos mortais encontram-se na cripta da Catedral da Sé.
Descendência |
Em 1580, Susana Dias, sua neta, fundou uma fazenda à beira do Rio Tietê, a oeste da cidade de São Paulo, próximo à cachoeira denominada pelos indígenas de "Parnaíba": hoje, é a cidade de Santana de Parnaíba. São muitos os descendentes de Tibiriçá no Brasil, através de suas filhas. Por exemplo, Amador Bueno e seus descendentes.
Ver também |
- Cerco de Piratininga
Referências
↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 469.
↑ BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 60.
↑ http://www.osignificadodonome.com/significado-do-nome-tibirica-11434.html
↑ http://www.dicionariodenomesproprios.com.br/tibirica/
↑ http://www.significadodonome.com/Tibiri%C3%A7a/
↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 469, 602.
↑ TOLEDO, Roberto Pompeu de. A Capital da Solidão: Uma História de São Paulo das origens a 1900. 1ª ed., Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, pág. 104.
↑ BUENO, E. Capitães do Brasil: a saga dos primeiros colonizadores. Rio de Janeiro. Objetiva. 1999. p. 61.
↑ ANCHIETA, José de. Minhas Cartas. São Paulo: Editora Melhoramentos, pág. 96.
Bibliografia |
- DE LUCA, Roberto Ribeiro, Ascendentes e Descendentes do Alferes Joaquim Franco de Camargo e Maria Lourença de Moraes Edicon, s/d. pp. 117-118;
- RODRIGUES, Edith Porchat. Informações Históricas sobre São Paulo no Século de sua Fundação, Martins Editora, 1954, pp. 142-143.
- MONTEIRO, John Manuel. "Os Negros da Terra, Índios e Bandeirantes nas origens de São Paulo, no séc.XVI". São Paulo: Companhia das Letras, 1999
- PREZIA, Benedito. "A guerra de Piratininga". FTD. 1991.
- PREZIA, Benedito. "Os Indígenas do Planalto Paulista". Edusp. 1997
Ligações externas |
- Martim Afonso Tibiriçá. A nobreza indígena e seus descendentes nos campos de Piratininga no século XVI
- Peregrinações, conflitos e identidades indígenas nas aldeias quinhentistas de São Paulo