Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
Classificação | Protestante |
---|---|
Orientação | Luterana |
Moderador | P. Dr. Nestor Paulo Friedrich |
Associações | Federação Luterana Mundial Conselho Mundial de Igrejas[1]Conselho Latino-Americano de Igrejas |
Área geográfica | Brasil |
Origem | 1824 (194 anos) |
Membros | 643.534 (2016)[2] |
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) é
uma denominação protestante de base teológica luterana, fazendo parte da Federação Luterana Mundial. O Pastor Presidente da IECLB é Nestor Paulo Friedrich[3]. Sua sede localiza-se em Porto Alegre, RS.
Índice
1 Histórico
2 Organização
3 Doutrina
4 Demografia
4.1 Perfil dos membros
5 Missão Zero
6 Juventude da IECLB
7 Movimentos
8 Comunicações
9 Centros de formação
10 Referências
11 Ligações externas
Histórico |
A IECLB é originária principalmente da imigração de alemães protestantes luteranos, com formações das congregações suíça em maio de 1824 em Nova Friburgo, RJ; e de alemães em São Leopoldo, RS, em julho de 1824; Blumenau, SC, em 1854; na cidade do Rio de Janeiro 1827; em Domingos Martins, ES, em 1846; Teófilo Otoni - MG em 1862; Limeira - SP em 1873 e Ponta Grossa, PR, em 1877.
Estas comunidades começaram a organizar-se com apoio da Igreja Territorial da Alemanha. Em 1886, fundou-se o Sínodo Rio-Grandense da Igreja Evangélica Alemã, sob a liderança do Pastor Wilhelm Rotermund. Em 1968, esse Sínodo, com o Sínodo Protestante Luterano de Santa Catarina, Paraná e outros Estados da América do Sul (1905), a Associação de Comunidades Protestantes de Santa Catarina e Paraná (1911) e o Sínodo Evangélico do Brasil Central, formaram a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). A Migração de sulistas e capixabas luteranos a partir de 1970 por outras áreas do Brasil, notavelmente em Rondônia fez surgirem novas comunidades.
Em 2004 a IECLB contava com 713.502 membros, distribuídos em 18 Sínodos, 413 paróquias, 1.770 comunidades, 1.162 Pontos de Pregação, 46 Escolas, 13 Ancionatos, 20 Hospitais e 12 Casas de Retiro, 577 pastores e pastoras, 34 diaconisas, 98 obreiros e obreiras diaconais e 135 catequistas. Possui organizações étnicas, como a Comunidade Escandinava, Comunidade Húngara, uma Congregação Japonesa e o Grupo de Negros da Escola Superior de Teologia. A IECLB é forte atuante na área diaconal, atividades ecumênicas e missões evangelísticas.
Organização |
Segundo a Constituição da IECLB [4] a igreja organiza-se em comunidades, paróquias e sínodos. Em comum, são dirigidos pelo Concílio da Igreja, o Conselho da Igreja e a Presidência. Atualmente, a IECLB divide-se administrativamente em sínodos:
- Sínodo da Amazônia
- Sínodo Brasil Central
- Sínodo Centro-Campanha-Sul
- Sínodo Centro-Sul Catarinense
- Sínodo Espírito Santo a Belém
- Sínodo Mato Grosso
- Sínodo Nordeste Gaúcho
- Sínodo Noroeste Riograndense
- Sínodo Norte Catarinense
- Sínodo Paranapanema
- Sínodo Planalto Rio-grandense
- Sínodo Rio dos Sinos
- Sínodo Rio Paraná
- Sínodo Sudeste
- Sínodo Sul-Rio-Grandense
- Sínodo Uruguai
- Sínodo Vale do Itajaí
- Sínodo Vale do Taquari
Doutrina |
A IECLB tem por doutrina a base feita pelo reformador Martinho Lutero. Lutero pregava que a salvação vinha pela graça e pela fé, contrariando à ideia das boas obras como salvadoras.
A igreja também utiliza os outros livros lançados por Lutero como uma base para o ensino de sua doutrina. O Catecismo Menor é ensinado a pessoas com um básico aprofundamento das principais teologias da Igreja. Um livro semelhante, porém maior e com aprofundamento mais detalhado é conhecido como Catecismo Maior, que é ensinado aos adultos. Além destes documentos, a IECLB também aceita como parte de seu ensino a Confissão de Augsburgo e o Livro de Concórdia.
A IECLB utiliza dois sacramentos, o Batismo e a Santa Ceia.
São três os credos ecumênicos presentes na IECLB: o Credo Apostólico, o Credo Niceno-Constantinopolitano e o Credo Atanasiano. Em 1580, a Igreja Luterana incorporou os três credos em suas confissões, reunidas no Livro de Concórdia.
Demografia |
Ano | Paróquias | Membros | Crescimento |
---|---|---|---|
1968 | - | 643.917 | - [5] |
1978 | - | 736.901 | 14,44%[5] |
2002 | - | 712.316 | -3,33%[5] |
2010 | - | 700.000 | -2,22% [6] |
2012 | - | 671.389 | -4,08%[2] |
2014 | 481 | 666.309 | -0,75%[2] |
2016 | 483 | 643.693 | -3,39%[2] |
Conforme estatísticas da denominação, seu número de membros está em declínio desde 2002, quando a igreja voltou a registrar seu número de membros.[5][2]
As maiores causas do declínio de membros, conforme a própria denominação são o ingresso em outras denominação e emigração.[2] Todavia, conforme estudo realizado em 2004, a queda de natalidade e da taxa de batismo também são causas do declínio.[5]
Perfil dos membros |
Segundo dados do Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2010, 51,73% da população luterana era de mulheres e 48,27% eram homens. 68,66% do luteranos residiam no meio urbano e 31,332% no meio rural. 90,51% dos luteranos eram brancos, 7,71% eram pardos , 1,32% negros, 0,31% amarelos e 0,14% indígenas. Assim sendo, a população luterana tem o percentual de brancos 43% maior que a média nacional, enquanto todos os demais grupos étnicos são menos representados entre os luteranos. A uniformidade étnica do grupo religioso deve-se sobretudo a origem dos seus membros, sendo a maioria descendentes de imigrantes alemães, concentrado a Região Sul do Brasil.[7]
Nos demais assuntos o Censo agrupou os luteranos com os demais protestantes históricos. No quesito sobre escolaridade, 14,61% do protestantes históricos tinham nível superior completo, acima da média nacional de 11,26%, da média dos católicos romanos, pentecostais, evangélicos sem denominação e pessoas sem religião.[7]
Na renda nominal mensal, 3,12% dos protestantes históricos tinham a renda superior a 10 salários mínimos, número superior a média nacional de 3%, da média dos católicos romanos, pentecostais e evangélicos sem denominação.[7]
Não existem pesquisas específicas sobre a renda da população luterana na Brasil, mas nos Estados Unidos, conforme estudo do Pew Research Center, as duas maiores denominações luteranas naquele país (Igreja Evangélica Luterana na América e Igreja Luterana - Sínodo de Missori) estavam entre a população com maior renda per capita, quando a pesquisa foi realizada em 2016.[8] Além disso é um dos grupos religiosos com maior escolaridade naquele país.[9]
Missão Zero |
A IECLB possui uma organização missionária chamada Missão Zero, dentro do Movimento Encontrão o qual organiza, desde 2001, projetos missionários no Meio-Norte e no Sertão Nordestino, cujo objetivo, além de alcançar as pessoas daquela região para Cristo, almeja fundar comunidades luteranas.
A Missão Zero teve seus primeiros projetos na década de 90 no oeste de São Paulo e leste do Mato Grosso do Sul. Seu primeiro projeto em 1989 em Três Lagoas/MS, tendo sequencia nas cidades de Araçatuba, Andradina, Birigui, Castilho, Santa Fé do Sul e São José do Rio Preto, todas no oeste do estado de São Paulo, embora nem todos os projetos tenham prevalecido. Em 2007 também foi criado um projeto em Butiá/RS.
Assim, a Missão Zero com foco na missão urbana, também pretende alcançar cidades e bairros de outras regiões do Brasil e do Mundo.
Juventude da IECLB |
A IECLB organiza seu trabalho com jovens através da formação de grupos cujos objetivos são o aprofundamento bíblico-teológico, a comunhão cristã e vivência da fé. Os e as participantes dos grupos da Juventude Evangélica, além de um espaço para a reflexão bíblica, buscam também interagir socialmente.
Os grupos em seus encontros refletem sobre a Bíblia e a vivência cotidiana, fazem brincadeiras, praticam esportes, interagem com a sua comunidade e com a sociedade por meio de atividades sociais.
Em 2004 havia mais de 700 grupos de jovens, sendo que o número de membros jovens da IECLB (14-25 anos) era de 122 mil.[10]
Os 18 sínodos da IECLB e outras entidades paraeclesiásticas (Movimentos internos da IECLB e ONGs principalmente) desenvolvem atividades para os grupos,como acampamentos, congressos, encontrões, retiros, olimpíadas, eventos culturais e musicais.
A Juventude Evangélica da IECLB se organiza com um Conselho Nacional da Juventude Evangélica (CONAJE), Coordenações Sinodais (COSIJE) e grupos de comunidades e paróquias. A cada dois anos acontece o Congresso Nacional na JE (CONGRENAJE), sendo o último, em Timbó/SC, em julho de 2016, reuniu 1.600 pessoas.
Há mais de uma década, o CONAJE tem promovido intercâmbios internacionais, tendo como parceiras as igreja luteranas da Baviera (Alemanha), ELCA (Estados Unidos), Noruega, Suécia, Austrália e IERP (ConeSul).
Foram presidentes do CONAJE: Claudio Becker, Patrícia Ferreira, Alexander Stahlhoefer, Aline Pacheco (Tapes/RS), Viviane Kussler (Entre-Ijuis/RS), Sheila Potin (Santa Maria de Jetibá/ES), Katilene Willms(Blumenau/SC), Rodolfo Fuchs (Porto Alegre/RS) e como atual coordenadora (2016/2018), Martina Wrasse Scherer (Candelária/RS).
Movimentos |
Na IECLB, encontram-se ativos vários movimentos, com diversas ênfases de trabalho:
Missão Evangélica União Cristã - MEUC - Movimento pietista. Ênfases na conversão pessoal, estudos bíblicos e grupos de comunhão.
A Missão Evangélica União Cristã (MEUC) é uma entidade missionária evangélica que se reconhece na tradição da reforma e do pietismo, inserida no contexto da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), com atividades realizadas em diversas cidades do Brasil.
O trabalho da MEUC é desenvolvido por meio de diversas comunidades cristãs, departamentos com foco específico, através de trabalhos sócio-missionários, e do ensino e formação teológica.
História da MEUC:
- 1926
Sra. Johanna Michel envia carta a Alemanha solicitando um missionário ao Brasil.
- 1927
Chega ao Brasil 1º missionário alemão Alfred Pfeiffer em São Bento do Sul - SC.
- 1929
Pfeiffer fixa residência em Blumenau O trabalho é focado em Evangelizações e formação de grupos de Estudo Bíblico. Cidades atendidas: Blumenau, Rio do Sul, Timbó, Ibirama, Jaraguá do Sul, Joinville entre outras.
- 1931
Chega ao Brasil o 2º missionário alemão Friedrich Jakob Dietz. Dietz se instala em Blumenau e Pfeiffer volta a São Bento do Sul.
- 1936
Fundação legal da Missão Evangélica União Cristã (MEUC) – originalmente MarkusVerein.
- 1937
Construída a 1ª sede da MEUC em Blumenau - SC.
- 1938
Chega ao Brasil o 3º missionário alemão Willy Steenbock.
- 1950
Joinville - SC.
- 1957
Rio do Sul - SC.
- 1958
Ijuí - RS. Dietz inicia trabalho no Rio Grande do Sul.
Por quase 30 anos a MEUC contou apenas com os 3 missionários pioneiros alemães.
Instalados os primeiros missionários brasileiros – João Brückeimer e Sigfried Müller.
- 1960
Fundada a Escola Bíblica em São Bento do Sul – 5 alunos.
- 1961
Fundado o Lar Filadélfia.
- 1969
Ibirama - SC.
- 1973
1º Retiro de Crianças da MEUC.
- 1979
Maripá - PR. R. Voigt inicia trabalho no Paraná.
- 1980
1º Congresso de Jovens da MEUC, em São Bento do Sul - SC.
Palmitos - SC.
1ª Edição do "Caminho e Testemunho".
- 1984
Paraguai (Casilla Dos) / 1992 - UNEPA - Paraguai.
- 1985
Bom Amigo (Blumenau - SC).
- 1988
Escola Bíblica passa a ser CETEOL - Centro de Ensino Teológico.
- 1989
Fundação CERENE – Centro de Recuperação Nova Esperança. Tratamento de dependentes químicos (alcoolismo e drogadição).
1º Missionário da MEUC no Paraguai.
- 1990 Devocionário "Surpresas para Hoje".
- 1993 Marechal Candido Rondon - PR.
MEAME - Ijuí - RS.
- 1994
IECLB reconhece curso de Bacharelado em Teologia do CETEOL para ordenação de pastores.
- 1995
Cascavel - PR.
- 1997
1º Banda e Louvor.
- 1998
Ecos da Esperança.
Projetos Casa Lar.
Joinville - SC
- 1999
1ª edição do Congresso de Famílias.
Reconhecimento do curso de teologia como graduação pelo MEC (Ministério de Educação e Cultura).
- 2000
CETEOL se torna FLT – Faculdade Luterana de Teologia, com credenciamento de Instituição de Ensino Superior.
- 2002
PEAL Timbó (Projeto Espaço Alternativo).
- 2006
Concórdia - SC.
- 2009
São Gabriel do Oeste - MS.
- 2014
Sidrolândia - MS.
Fundação da Associação dos Programas Educacionais e Assistenciais – PEAL. [11]
Movimento Encontrão - O Encontrão é movimento de renovação e despertamento espiritual que afirma e se firma na Palavra de Deus. Com raízes na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e vinculação inquestionável, tem a vontade de renovação canalizada pela evangelização, discipulado e capacitação. A partir de 1955 começaram a chegar ao Paraná e Rio Grande do Sul vários pastores pietistas e missionários luteranos do evangelicalismo dos Estados Unidos e Canadá. Em 1965 chegou em Novo Hamburgo, RS, o missionário estadunidense John Aamot, pregando que Deus é um Senhor amoroso que habita em nosso corações (não na estrutura física da igreja) e que quer se relacionar conosco todos os dias (não apenas no domingo). Muitos jovens luteranos foram impactados com sua mensagem e decidiram formar um movimento que aplicasse o modelo bíblico de igreja, ou seja, um movimento que aplicasse a lei do amor, a comunhão e a evangelização de todas as pessoas. Assim nasceu o Movimento Encontrão dentro da IECLB. [12].
Na década de 1960-70 o Brasil recebeu inúmeros impulsos de avivamento e graças a Deus o vento do Espírito Santo também soprou sobre a IECLB. Entre as diversas formas do agir de Deus, alguns evangelistas foram os instrumentos para um trabalho de evangelização que mais tarde resultou no Movimento Encontrão.
A partir do ano de 1965 chegaram missionários norte-americanos que falavam de um Deus que está perto, próximo de nós. A proposta de evangelizar, discipular e capacitar fez com que o trabalho transcendesse os limites da membresia tradicional e formal da comunidade luterana e, assim, também da germanidade. O despertamento nas comunidades passou a agregar leigos, pastores e estudantes de teologia também de outras origens a este movimento que se reunia informal e espontaneamente.
Logo se viu a importância de juntar as pessoas das mais diversas localidades e comunidades para celebrarem os feitos de Deus em suas vidas e juntos buscar por novas estratégias a fim de que isto se espalhasse com maior força por todos os rincões do nosso país. Grandes encontros reuniam estas pessoas e nascia assim o Movimento Encontrão, informal, horizontal, transparente, estando a serviço da ação de Deus na prática da evangelização, na vivência do discipulado e no objetivo da edificação da Igreja.
Os Encontrões foram multiplicando-se e em 1985 aconteceu o primeiro Encontrão Nacional, que passou a se repetir a cada quatro anos.
No final da década 1980, insatisfeitos com os rumos da educação teológica convencional na IECLB, resolveu-se investir em um centro de formação. Assim, no início dos anos 90 foi fundado o CPM (Centro de Pastoral e Missão) em Curitiba-PR que hoje é Centro de Pastoreio e Missão, nome da casa do Movimento Encontrão. Ela abriga a FATEV (Faculdade de Teologia Evangélica em Curitiba), a secretaria da Missão Zero e os Ministérios. O CPM é um braço de um movimento que acontece em cada comunidade envolvida e através de cada pessoa que se identifica com esse chamado. [13]
Pastoral Popular Luterana - PPL - Uma pastoral é essencialmente testemunho e ação. Tem suas raízes na mensagem bíblica. Esse testemunho e ação motivada pela mensagem bíblica ganha enorme relevância na atualidade por seu conteúdo e propostas de mudança da realidade. A ação pastoral é um agir evangélico no meio popular.
A pastoral popular tem sua origem na luta de libertação na América Latina, onde o povo reconhece a atuação de Deus na história pela prática da justiça. Esta sua origem também define o seu público e tarefa específica que o cuidado para com aqueles/as que se encontram em situação de fragilidade devido a desigualdade social e de todas as demais consequências de tal desigualdade. A pastoral popular eficiente é aquela que,conforme Jesus fez, consegue ler e interpretar a sociedade do seu tempo, a fim de detectar os problemas que fazem com que o povo sofra. E, a partir de então, sejam denunciados, tendo em seu horizonte a mudança, a realização da justiça.
Assim nasceu a Pastoral Popular Luterana (PPL), formada a partir da atuação de membros, lideranças e ministros/as vinculados à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). A Pastoral Popular Luterana não possui uma data certa para seu surgimento. Ela aparece num momento histórico compreendido entre o final da década de 1970 e início da década de 1980, em algumas comunidades do sul do Brasil, espalhando-se depois por vários estados do sul até o Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Pará. Seus participantes inicialmente eram somente pastores, pastoras, mas logo de início, em torno de 1984, ela contou com a participação de leigos engajados em lutas sociais.Conforme consta em ata do seminário da Pastoral Popular Luterana ocorrida em Palmitos no ano de 1990, a sigla PPL teve origem numa reunião ocorrida em Esteio/RS, sendo seu principal objetivo “motivar as pessoas para um trabalho popular”.
Também consta nesta ata que uma das importantes características da PPL é ser ecumênica e somar forças nas ações concretas com grupos e movimentos sociais organizados.
A PPL aparece nos momentos finais de uma violenta etapa da história brasileira, em que o país viveu sob a ditadura militar (1964 a 1985), gerando repressão, opressão, violência e desigualdade. Por isto é extremamente significativo entender como a PPL, um movimento eclesial com opções de esquerda, conseguiu ir se estabelecendo numa igreja minoritária e historicamente vinculada à imigrantes alemães.
Em oposição à experiência da ditadura, a PPL sempre deu muito valor à formação, organização e protagonismo popular, a partir de uma visão de fé motivado pela Teologia da Libertação e pela confessionalidade luterana, e de testemunho evangélico das comunidades lá na sua base. Foi o exercício da missão profética de denúncia e anúncio em vista do Evangelho de Jesus Cristo.
A PPL assim se definiu conforme os seus estatutos:
Pastoral Popular Luterana, a seguir denominada PPL, é uma associação civil, sem fins lucrativos, de cunho religioso, autônoma em relação ao Estado e aos Partidos Políticos, comprometida com o movimento social e comunitário, de caráter assistencial, educacional e de assessoria, composta por pessoas ligadas organicamente à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB. Conforme consta em ata do seminário da Pastoral Popular Luterana ocorrida em Palmitos no ano de 1990, a sigla PPL teve origem numa reunião ocorrida em Esteio/RS, sendo seu principal objetivo “motivar as pessoas para um trabalho popular”.
Também consta nesta ata que uma das importantes características da PPL é ser ecumênica e somar forças nas ações concretas com grupos e movimentos sociais organizados.
A PPL aparece nos momentos finais de uma violenta etapa da história brasileira, em que o país viveu sob a ditadura militar (1964 a 1985), gerando repressão, opressão, violência e desigualdade. Por isto é extremamente significativo entender como a PPL, um movimento eclesial com opções de esquerda, conseguiu ir se estabelecendo numa igreja minoritária e historicamente vinculada à imigrantes alemães.
Em oposição à experiência da ditadura, a PPL sempre deu muito valor à formação, organização e protagonismo popular, a partir de uma visão de fé motivado pela Teologia da Libertação e pela confessionalidade luterana, e de testemunho evangélico das comunidades lá na sua base. Foi o exercício da missão profética de denúncia e anúncio em vista do Evangelho de Jesus Cristo.
A PPL assim se definiu conforme os seus estatutos:
Pastoral Popular Luterana, a seguir denominada PPL, é uma associação civil, sem fins lucrativos, de cunho religioso, autônoma em relação ao Estado e aos Partidos Políticos, comprometida com o movimento social e comunitário, de caráter assistencial, educacional e de assessoria, composta por pessoas ligadas organicamente à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB
Com fundamentos na teologia luterana assim como na teologia da libertação, a PPL visa contribuir com suas ações para a transformação social, por meio de uma leitura crítica das realidades que se apresentam e da própria fé cristã. Esta tarefa é realizada por meio de objetivos que são:
- Promover a reunião e organização de pessoas e grupos de comunidades cristãs engajadas em instituições da sociedade civil, visando prepará-las para ações transformadoras na sociedade, desde uma perspectiva eclesial, bíblico-teológica e sociocultural;
- Implementar a ação pastoral junto a comunidades eclesiais e organizações do movimento social, considerando as dimensões celebrativa, de animação, conscientização e formação;
- Buscar a transformação da sociedade numa perspectiva libertadora e ecumênica, junto com outros grupos, comunidades eclesiais e segmentos sociais;
- Animar a promoção humana através de ações de solidariedade, de formação teológica e política, e de preparação de lideranças eclesiais e comunitárias;
- Incentivar a organização social, educacional, cultural e recreativa de pessoas associadas e grupos com os quais a PPL trabalha;
- Realizar atividades filantrópicas que visem atender carências do público com o qual a PPL trabalha, especialmente de grupos empobrecidos, comunidades eclesiais e setores do movimento social;
- Realizar encontros nacionais, regionais e locais, em forma de seminários, cursos, congressos, retiros, fóruns, debates e conferências, visando o aprimoramento pessoal e comunitário do público alvo da PPL, a interligação de atividades, a análise da realidade e o aprofundamento bíblico-teológico.
É por meio desta voz profética, que não somente denuncia, mas também anuncia, e que evidentemente não se restringe ao grupo de pessoas ligadas à PPL, que as pessoas podem perceber que o Reino de Deus já se manifesta aqui neste mundo, na prática da justiça, na vivência do amor e da solidariedade. [14].
CAPA - Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia - É uma organização da sociedade civil, vinculada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com atuação nos três estados do sul do Brasil – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Criado em 1978, iniciou suas atividades em 15 de junho de 1979, na cidade de Santa Rosa (RS), com o nome de Centro de Aconselhamento ao Pequeno Agricultor.
O CAPA nasceu no momento em que agricultoras e agricultores familiares eram expulsas e expulsos do campo, pelo modelo de desenvolvimento chamado “Revolução Verde” – um pacote de modernização baseada na produção agrícola em grande escala, no uso intensivo de agrotóxicos e na mecanização, rompendo com a lógica da agricultura familiar. Já ali, a proposta do CAPA se fundamentava na disseminação de práticas econômica e ecologicamente sustentáveis, entre famílias produtoras rurais, oferecendo alternativas para a permanência no campo.[15]
O CAPA é um serviço da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) que, como igreja de Cristo, tem o compromisso de não se conformar com injustiças sociais e a agressão à Natureza. O CAPA foi colocado à disposição das agricultoras e dos agricultores familiares para, em conjunto, e com base nos princípios da agroecologia e da cooperação, desenvolver experiências de produção, beneficiamento, industrialização e comercialização, de formação e capacitação, de saúde comunitária, que sirvam de sinais de que o meio rural pode ser um espaço de vida saudável e de realização econômica para todas e todos. [16]
Comunicações |
A IECLB é bastante conhecida, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, devido a suas emissões de rádio através da Rede União FM que, diferente de outras fundações evangélicas, propõe-se a levar programação de música ambiente, adulto-contemporânea e de MPB, intercalado com notícias e frases de reflexão, além dos cultos luteranos. Em Blumenau, Santa Catarina, já houve uma União FM que já foi afiliada a Rede Antena 1 de 2004 até 2016. E em Novo Hamburgo, a União FM é a primeira emissora FM, e também a primeira a irradiar em FM estéreo, na região do Vale do Sinos, inaugurada em 1980.
Centros de formação |
- Faculdades ESTA história da Faculdades EST, em especial do Bacharelado em Teologia, está intimamente relacionada com a imigração alemã no sul do Brasil. A partir de 1824, um número expressivo de alemães de confessionalidade luterana chegou ao sul do país, iniciando o trabalho de edificação de comunidades. Inicialmente, esse trabalho era feito por pessoas leigas, ou por pastores vindos do exterior. Logo, sentiu-se a necessidade de uma formação teológica em terra brasileira. Num artigo publicado em 1920, já se constatava a necessidade, segundo o pastor Hermann Dohms, de pastores familiarizados com a situação do país, que conferissem à igreja o caráter de uma instituição arraigada no povo. Para tanto, foi criado, em 1921, um curso de formação humanística de ensino médio que se tornou, a partir de 1931, o Instituto Pré-Teológico - com sede própria no Morro do Espelho, São Leopoldo. Nesse Instituto, em 1940, iniciou-se um "curso teológico propedêutico", que teve que ser interrompido em 1942, com a declaração de guerra à Alemanha pelo Brasil.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, fundou-se o primeiro curso oficial de Teologia. Em 26 de março de 1946 foi constituída a primeira "Escola de Teologia" da IECLB. Esta foi transferida, em 1948, de uma modesta casa no Morro do Espelho para a Casa Sinodal, o prédio que abrigou o sínodo Rio dos Sinos e, mais recentemente, passou a ser a Secretaria Acadêmica da Faculdades EST. Em 1956, foi inaugurada a "Casa dos Estudantes", cujas dependências são conhecidas hoje por "prédio velho". Anteriormente pertencente ao Sínodo Rio-Grandense, a Faculdade de Teologia passou a ser, a partir de 1958, uma instituição da Federação Sinodal (hoje, IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), com abrangência nacional. Nessas primeiras décadas, o corpo docente da Faculdade era constituído, em sua maioria, por docentes provenientes da Alemanha. A partir de 1968, no entanto, o processo de abrasileiramento foi acelerado.
Em 1984, a Faculdade de Teologia passou a constituir a Escola Superior de Teologia (EST). A EST surgiu abrigando cinco institutos: Faculdade de Teologia, Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa ( atual Programa de Pós-Graduação em Teologia), Instituto de Educação Cristã, Instituto de Capacitação Teológica Especial e Instituto de Pastoral. Posteriormente, foram criados o Instituto de Música e o Instituto de Formação Diaconal, a Escola Sinodal de Educação Profissional (Esep) e o Instituto Superior de Música de São Leopoldo (ISMSL).
O conjunto de atividades desenvolvidas por esses diferentes institutos ao longo dos anos fez com que a EST passasse a ser uma instituição que atua em diferentes níveis: graduação, pós-graduação, extensão e técnico. O Regimento Geral, aprovado em 2002, substituiu os antigos institutos por pró-reitorias, permanecendo a Escola Sinodal de Educação Profissional (Esep) e o Instituto Superior de Música de São Leopoldo (ISMSL).
Em 2007, o regimento geral foi reformulado, visando integrar o IEPG, a ESEP, o ISM e a EST numa única instituição de ensino superior, sob a marca Faculdades EST, com seus respectivos cursos.[17]
- Faculdade Luterana de Teologia - FLT
Desde 1960 pessoas encontram na instituição hoje chamada de “Faculdade Luterana de Teologia – FLT” uma boa formação, pautada numa sólida teologia bíblica, bem como no resgate da teologia da Reforma e das contribuições do Pietismo protestante. Esta teologia tem se mostrado ao longo das décadas como consistente e inovadora para o trabalho missionário, a edificação de comunidades, o preparo teológico de leigos, pastores e missionários e para o aprofundamento de cada pessoa que passa por aqui em sua vida de fé.
Já a partir dos primórdios do trabalho da MEUC – Missão Evangélica União Cristã no Brasil (meuc.org.br), entidade que criou a IES, os missionários pioneiros assumiram conscientemente a tarefa de preparar leigos para o trabalho missionário, capacitando-os para desenvolverem atividades, tais como: estudos bíblicos, conferências bíblicas e retiros. Começaram a ser organizados cursos com o objetivo de capacitar leigos para o serviço cristão. Tais cursos tinham como meta a criação de uma escola bíblica. Esta escola bíblica realizou suas atividades de 1960 a 1977. Em 1986 a Escola Bíblica foi reaberta, sob o nome de Instituto Bíblico Mato Preto. Em 1988 foi criado o CETEOL - Centro de Ensino Teológico.
Hoje a FLT é uma Instituição de Ensino Superior, de confissão luterana, sem fins lucrativos, com sede e foro na Rua Walli Malschitzky, 164, cidade de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina. É voltada ao ensino, à pesquisa e à extensão, tendo como objetivo a formação de uma cultura cristã que se destaque pela reflexão teológica e que leve ao exercício contextual da piedade e do ministério cristão.[18]
- Faculdade de Teologia Evangélica - FATEV
Já na década de 1980 surgem movimentos na IECLB perguntando por novos modelos de formação teológica. A preocupação estava em diversificar a representação teológica na Igreja bem como buscar por uma teologia e uma liderança mais focada no contexto brasileiro e seus desafios. A forte migração da população brasileira para os centros urbanos atingiu fortemente também a IECLB. Estava posto o desafio de aprender a ser igreja na cidade. Assim, com uma proposta de formação de lideranças capacitada a lidar com os desafios da missão urbana surge a Faculdade de Teologia Evangélica em Curitiba (FATEV).
Referências
↑ «Concílio Mundial das Igrejas: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil». Consultado em 16 de março de 2018
↑ abcdef «Estatística da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil com base no ano de 2016» (PDF). Consultado em 16 de março de 2018
↑ «IECLB reelege pastor Nestor Friedrich à presidência». Consultado em 1 de janeiro de 2017
↑ | Constituição da IECLB
↑ abcde «IECLB–O Declínio do Crescimento Natural, 2004». Consultado em 16 de março de 2018
↑ «Mission Eine Welt: luteranismo no mundo». Consultado em 16 de março de 2018
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↑ «Pew Research Center:Como a renda varia entre os grupos religiosos nos Estados Unidos». Consultado em 16 de março de 2018
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↑ BOBSIN, Oneide, KUNH JUNIOR, Norberto, BECKER, Claudio G. Sociabilidade Juvenil, In: Protestantismo em Revista. [1]
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↑ «Portal Luteranos - IECLB»
↑ «História | Movimento Encontrão». me.org.br. Consultado em 25 de outubro de 2017
↑ http://pastoral.org.br/quem-somos/
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↑ http://www.est.edu.br/conheca-a-est/historia
↑ «As Origens da FLT». Consultado em 3 de novembro de 2018
Ligações externas |
- Portal Luteranos - IECLB
- Comunhão Martim Lutero e IECLB