Mare Nostrum





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Mar Mediterrâneo, o Mare Nostrum ("Nosso Mar") dos romanos.


Mare Nostrum ("nosso mar", em latim) era o nome dado pelos antigos romanos para o mar Mediterrâneo. Nos anos após a unificação da Itália, em 1861, o termo foi revivido por nacionalistas italianos, que acreditavam que o país era o sucessor do Império Romano,[1] e devia procurar controlar os territórios que pertenceram a Roma por todo o Mediterrâneo. O termo foi utilizado novamente por Benito Mussolini na propaganda fascista, de maneira similar ao lebensraum de Adolf Hitler.




Índice






  • 1 Uso romano


  • 2 Uso nacionalista italiano


  • 3 Uso fascista


  • 4 Notas


  • 5 Referências


  • 6 Bibliografia





Uso romano |


O termo latino mare nostrum foi usado originalmente pelos antigos romanos para se referir ao mar Tirreno, logo após a conquista da Sicília, Sardenha e Córsega, durante as Guerras Púnicas, travadas contra Cartago. Em 30 a.C., a dominação romana já se estendia desde a província romana da Hispânia até a do Egito, e a expressão mare nostrum passou a ser utilizada no contexto de todo o mar Mediterrâneo.[2]



Uso nacionalista italiano |


A ascensão do nacionalismo italiano durante a Partilha da África da década de 1880 gerou o desejo geral do estabelecimento de um império colonial italiano. A expressão teria sido utilizada pela primeira vez pelo poeta Gabriele d'Annunzio.




Ainda que a costa de Trípoli fosse um deserto, ainda que ela não sustentasse um camponês ou uma só empresa italiana, precisaríamos conquistá-la para evitar sermos sufocados no mare nostrum.

Emilio Lupi[1]




Uso fascista |


Mussolini queria restabelecer a grandeza do Império Romano, e acreditava que a Itália havia se tornado o mais poderoso dos países mediterrâneos, depois da Primeira Guerra Mundial, declarando que o século XX seria o século do poder italiano, e criando uma das mais poderosas marinhas do mundo, de modo a atingir sua meta de controlar o Mediterrâneo.[3][nota 1]


Quando a Itália entrou na guerra, o país já era uma das principais potências mediterrâneas, e controlava as costas sul e norte da bacia central. A queda da França tirou de cena a principal ameaça ao país localizada a oeste, enquanto a invasão da Albânia e, posteriormente, da Grécia e do Egito, visou estender o controle do Eixo até a região oriental do mar.


Mussolini sonhava em criar uma Grande Itália no seu "Mare Nostrum", e promoveu seu projeto fascista - que seria realizado durante uma futura conferência de paz, após a esperada vitória do Eixo - de um Império Italiano aumentado, que iria das costas mediterrânicas do Egito às margens do oceano Índico, na Somália e Quênia.


Esta meta, no entanto, foi derrotada através da campanha realizada pelas marinhas aliadas, além dos movimentos de resistência e dos exércitos em terra. Embora o Eixo tenha tido alguma ascendência durante a chamada Batalha do Mediterrâneo, o projeto nunca foi realizado e acabou por desaparecer com a derrota final italiana, em setembro de 1943.


Notas




  1. Operações navais italianos no Mediterrâneo, como a Batalha de Cabo Matapan, são incluídas na Batalha do Mediterrâneo.



Referências




  1. ab Lowe (2002), p.34


  2. Couperus (1993), p.32


  3. Fleming, Thomas. The New Dealers' War. Perseus Books,2001



Bibliografia |





  • Lowe, C.J. (2002). Italian Foreign Policy 1870-1940. [S.l.]: Routledge. ISBN 0415273722 


  • Tellegen-Couperus, Olga (1993). Short History of Roman Law. [S.l.]: Routledge. ISBN 0415072514 






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