Minos






























































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Minos


Minos mordido por uma cobra
Detalhe do afresco O Juízo Final

Cônjuge(s)

Pasífae (ou Creta); Paria; Dexiteia
Pais

Zeus e Europa
Filho(s)

Catreu, Deucalião, Glauco, Androgeu, Ácale, Xenódice, Ariadne e Fedra
Com Paria: Eurimedonte, Nefálio, Crises e Filolau
Com Dexiteia: Euxâncio

Minos (em grego: Μίνως, transl.: Mínōs), na mitologia grega, foi um rei semi-deus da ilha de Creta, filho de Zeus e da princesa fenícia Europa.[1] Teria nascido em cerca de 1 445 a.C. e reinado de 1 406 a.C. a 1 204 a.C. (segundo a Crônica de Jerônimo de Estridão). Há diversas variantes de seu mito, tendo em algumas dela a existência de dois Minos. Além disso muitos estudiosos questionam a interessante semelhança entre o nome Minos e o nome de outros reis semi-lendários da Antiguidade como Menés do Egito, Mannus da Germânia, Manu da Índia.


A civilização que prosperou em Creta, quando foi descoberta pelo arqueólogo Arthur Evans, recebeu a alcunha de minoica, em referência a Minos.[2] Dentro da hierarquia minoica, os reis recebiam o nome de Minos, o que teria salientado, possivelmente, a origem de tal mito.[3] No poema épico A Divina Comédia, Minos aparece como um dos juízes do inferno sendo ele quem ouve as confissões dos mortos e designa-os a um círculo ou subcírculo específico de acordo com a falta relatada.[4]




Índice






  • 1 História


    • 1.1 Família


    • 1.2 Início do reinado em Creta


    • 1.3 O Minotauro e o labirinto


    • 1.4 Androgeu e o tributo de Atenas


    • 1.5 Teseu e o minotauro


    • 1.6 Dédalo e Ícaro


    • 1.7 Morte de Minos




  • 2 Versão do mito em que houve dois reis chamados Minos


  • 3 Referências


  • 4 Bibliografia


  • 5 Ligações externas





História |



Família |


Minos era filho de Zeus, que havia raptado Europa, filha de Agenor e Teléfassa, ou filha de Fênix, filho de Agenor e Teléfassa. Foi para procurar Europa que Agenor enviou seus outros filhos, que, desistindo da busca, fundaram vários reinos: Cadmo fundou Tebas, Fênix a Fenícia, Cílix a Cilícia e Tasos a cidade da ilha de Tasos.[1].


Zeus se transformou em um touro, e levou Europa até Creta; lá, Europa teve três filhos com Zeus: Minos, Sarpedão e Radamanto.[1]Astério, rei de Creta, casou-se com Europa, e criou seus filhos.[5]



Início do reinado em Creta |





Ali está Minos
A divina comédia (Inferno, canto V, linha 4)


Após a morte de Astério, houve uma rivalidade entre os filhos de Europa, pois estes haviam se apaixonado pelo mesmo homem, Mileto, filho de Apolo e Ária, filha de Cléoco. Por Mileto preferir Sarpedão, Minos entrou em guerra aberta contra ambos, o que causou a fuga destes para a Cária. Segundo outra versão, o motivo da briga foi Atímnio, filho de Zeus e Cassiopeia. Mileto fundou a cidade de Mileto e Sarpedão se aliou a Cílix, em guerra com os lícios.[5] Outra versão afirma que Radamanto também foi exilado da ilha tendo ele ido para a Beócia, e seu irmão Sarpedão para a Anatólia onde conquistou os mílios e terminou como rei destes.[6][7][8][9] Radamanto quando morreu tornou-se um dos três juízes do inferno.[10]


Minos fez as leis dos cretenses, e se casou com Pasífae, filha de Hélio e Perseis, no entanto, segundo Asclepíades, Minos casou-se com Creta, filha de Astério. Seus filhos foram Catreu, Deucalião, Glauco e Androgeu, e suas filhas foram Ácale, Xenódice, Ariadne e Fedra;[11] além destes, ele teve filhos com a ninfa Paria, Eurimedonte, Nefálio, Crises e Filolau, e com Dexiteia ele teve o filho Euxâncio.[5]


Pasífae havia enfeitiçado Minos para que sempre que tentasse traí-la, bestas sairiam do corpo de seu marido e matariam sua amante; no entanto, Minos acabou por ter um caso com Prócris, filha de Erecteu e esposa de Céfalo, que antes já havia se prostituído para Pteleão, e havia fugido para Creta quando foi descoberta. Minos ofereceu a ela um cachorro veloz e um dardo que jamais errava o alvo e esta, em troca, ofereceu a ele uma raiz que permitiria que fossem para cama. No entanto, temendo Pasífae, Prócris regressou para Atenas.[12]



O Minotauro e o labirinto |



Ver artigo principal: Minotauro




O minotauro
George F. Watts


Minos ansiava governar sobre Creta, no entanto, seu reinado era contestado, o que o levou a pedir que um touro emergisse do mar para ser sacrificado em sua homenagem, durante um sacrifício a Posídon; este atendeu o pedido, mas Minos, ao invés de sacrificar o touro, o colocou junto de seu rebanho e sacrificou outro touro no lugar.[13] Em represália, Poseidon fez com que o touro se tornasse selvagem e que Pasífae se apaixonasse por ele.[14]


Após ser banido de Atenas por ter assassinado Perdix,[15]Dédalo, um famoso arquiteto e inventor ateniense, refugiou-se em Creta[16] e lá construiu um aparelho mecânico de madeira no formato de uma vaca para que Pasífae pudesse copular com o touro. Da união do touro com Pasífae nasceu Astério, mais conhecido como Minotauro (criatura metade homem, metade touro), que foi encerrado no labirinto construído por Dédalo a mando de Minos.[14]



Androgeu e o tributo de Atenas |



Ver artigo principal: Androgeu

Androgeu havia vencido todas as provas dos jogos panatenaicos suscitando a inveja do rei Egeu, que acaba por mandar assassinar o príncipe.[17] Minos invade então a Ática mas não logra tomar Atenas. Reza a Zeus para que este provoque peste e fome à cidade. Com a derrota do rei Egeu, Minos impôs um tributo de sete rapazes e sete moças que deviam ser sacrificados ao Minotauro anualmente.[18]



Teseu e o minotauro |



Ver artigo principal: Teseu




Teseu esfaqueando o minotauro
Por Antoine-Louis Barye, 1843


Teseu, filho de Egeu, decidiu voluntariamente ser um dos escolhidos para irem a Creta serem devorados pelo Minotauro, prometendo a seu pai que iria matá-lo e se voltasse vitorioso, o navio, que habitualmente possuía velas pretas, teria velas brancas. Chegando em Creta, os jovens e donzelas são exibidos a Minos, e, durante a exibição, Ariadne avista Teseu e acaba por apaixonar-se por ele.[17] Com a promessa de que levaria Ariadne para Atenas, Teseu recebe dela um novelo de lã encantado (o fio de Ariadne) e uma espada, que Teseu usou para matar a fera.[19] Em outra versão, o herói mata a criatura a socos;[20] ainda segundo outra versão, foi com a espada de ouro de seu pai, que Teseu alcançou a vitória.[21]


Para não perder-se durante o caminho, Ariadne segurou uma das pontas do novelo que se desenrolava a medida que Teseu adentrava no labirinto. Uma versão alternativa diz que o novelo foi preso na porta do labirinto.[20] No meio do labirinto Teseu matou a fera, libertou os atenienses e retornou pelo mesmo caminho por onde havia adentrado.[21] Após o grandioso feito, Teseu foge para seu navio acompanhado de Ariadne e os atenienses, no entanto, não zarpa da ilha antes de fender o casco dos navios cretenses.[17]


Durante a viagem de regresso Teseu aportou na ilha de Naxos para coletar água. Ariadne foi abandonada por Teseu na ilha, uma ocorrência para a qual há várias explicações: uma tempestade desviou o barco de Teseu; Minerva apareceu-lhe nos sonhos e ordenou que o fato fosse realizado; Teseu já era casado; Dionísio apaixonou-se por Ariadne, e acabou por enfeitiçar Teseu para esquecê-la;[21] Dionísio ordena a Teseu que este abandone a jovem na ilha.[20] Quando estavam próximos da costa de Atenas, Teseu tomado pela imensa alegria, esqueceu-se de trocar as velas do barco para brancas, fazendo com que Egeu, em um momento de desespero, se lançasse ao mar que hoje tem seu nome para homenageá-lo.[19]



Dédalo e Ícaro |



Ver artigos principais: Dédalo e Ícaro




Dédalo e Ícaro
Charles Paul Landon


Quando Minos descobriu que Dédalo tinha feito a vaca para Pasífae, este fugiu de Creta, com a ajuda da rainha.[22]Ícaro (filho de Dédalo) foge com seu pai, mas acaba por morrer em um acidente naval na ilha que passou a se chamar Icária.[23] Diodoro apresenta a versão alternativa de que Dédalo fugiu de Creta voando: com seu engenho inigualável, constrói para si e para seu filho dois pares de asas, ligadas com cera.[24]Ícaro, deslumbrado com a beleza do firmamento, sobe demasiado e o Sol derrete a cera de suas asas, precipitando-o nas águas do mar Egeu, enquanto Dédalo consegue chegar à Sicília.[25]



Morte de Minos |


Dédalo passou um bom tempo trabalhando para o rei Cócalo, construindo várias maravilhas.[26] Minos, porém, quando soube que Dédalo tinha se refugiado na Sicília, resolveu fazer uma campanha contra a ilha. Desembarcando com uma grande força na ilha, no local chamado a partir de então de Heracleia Minoa, Minos demandou de Cócalo que entregasse Dédalo para ele ser punido,[27] porém, o rei, trouxe Minos como convidado ao seu palácio, e assassinou-o durante o banho, fervendo-o em água quente. Cócalo devolveu o corpo de Minos aos cretenses, dizendo que ele tinha se afogado no banho;[28] os cretenses o enterraram na Sicília,[29] no lugar onde mais tarde foi fundada a cidade de Acragas, e lá seus restos ficaram até que Terone, tirano de Acragas, devolveu seus ossos para os cretenses.[30]


Após sua morte, Minos tornou-se, assim como Radamanto e Éaco, um dos três juízes do inferno, sendo ele o juiz responsável pelo veredito final.[10] Seu sucessor foi seu filho Catreu.



Versão do mito em que houve dois reis chamados Minos |


Estas versões procuram conciliar o fato de Minos ser uma personalidade real, confidente de Zeus e legislador e, ao mesmo tempo, um homem cruel e violento.[31]Plutarco racionaliza esta inconsistência propondo que sua imagem ruim foi construída pelos poetas trágicos de Atenas, e que foi uma infelicidade ser inimigo de uma cidade que domina a língua e a literatura.[32]Diodoro Sículo supõe que o primeiro Minos era filho de Zeus e Europa, e sucedeu ao marido da sua mãe, Astério, rei de Creta. Este se casou com Itona, filha de Líctio, e desta união nasceu Licasto, seu sucessor. Licasto se casou com Ida, filha de Coribas, e desta união nasceu o segundo Minos. Este segundo é quem se tornou senhor dos mares,[33] casou-se com Pasífae, filha de Hélio e Creta, e teve vários filhos.[34]






Precedido por
Astério
Rei de Creta

Sucedido por
Catreu


Referências




  1. abc Pseudo-Apolodoro século I ou II, p. 3.1.1..


  2. Bennet 1996, p. 985.


  3. Santiago 2006, p. 130-131.


  4. Alighieri 1304–1321, p. V.4.


  5. abc Pseudo-Apolodoro século I ou II, p. 3.1.2..


  6. Diodoro Sículo século I a.C., p. 5.79.3.


  7. Pausânias 160–176, p. 7.3.7.


  8. Estrabão século I, p. 12.8.5.


  9. Heródoto c. 440 a.C., p. 1.173.


  10. ab Platão c. 387 a.C., p. 424A.


  11. Hesíodo século VIII a.C., p. 119.


  12. Pseudo-Apolodoro século I ou II, p. 3.15.1.


  13. Pseudo-Apolodoro século I ou II, p. 3.1.3.


  14. ab Pseudo-Apolodoro século I ou II, p. 3.1.4.


  15. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.76.6.


  16. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.77.1.


  17. abc Salles 2008, pp. 32-33.


  18. Pseudo-Apolodoro século I ou II, p. 3.15.8.


  19. ab Bulfinch 2006, pp. 203-207.


  20. abc Pavam 2006, pp. 48-50.


  21. abc Wilkinson 2010, pp. 50-51.


  22. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.77.5.


  23. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.77.6.


  24. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.77.8.


  25. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.77.9.


  26. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.78.1-5.


  27. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.79.1.


  28. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.79.2.


  29. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.79.3.


  30. Diodoro Sículo século I a.C., p. 4.79.4.


  31. Plutarco século I, p. 16.3.


  32. Plutarco século I, p. 16.2.


  33. Diodoro Sículo século I a.C., p. IV.60.3.


  34. Diodoro Sículo século I a.C., p. IV.60.4.



Bibliografia |





  • Bennet, John (1996). Oxford Classical Dictionary (em inglês). Oxford: [s.n.] ISBN 978-0198661726 


  • Pseudo-Apolodoro (século I ou II). Biblioteca. [S.l.: s.n.] 


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  • Pausânias (160-176). Descrição da Grécia (em grego). [S.l.: s.n.]  !CS1 manut: Formato data (link)


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  • Heródoto (c. 440 a.C.). Histórias (em grego). [S.l.: s.n.] 


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  • Bulfinch, Thomas (2006). O livro da Mitologia. História de Deuses e Herois. [S.l.]: Martin Claret. ISBN 85-7232-656-1 


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  • Plutarco (século I). Vida de Teseu. [S.l.: s.n.] 


  • Hesíodo (século VIII a.C.). Teogonia. [S.l.: s.n.]  Tradução em português: Regino, Sueli Maria de (2010). Teogonia - Trabalhos e dias. São Paulo: Martin Claret. 144 páginas. ISBN 978-85-7232-708-4 




Ligações externas |



  • A morte de Minos na Sicília (it.)

















































































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