Alfredo, Duque de Saxe-Coburgo-Gota
Alfredo | |
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Duque de Edimburgo | |
Duque de Saxe-Coburgo-Gota | |
Reinado | 22 de agosto de 1893 a 30 de julho de 1900 |
Antecessor(a) | Ernesto II |
Sucessor(a) | Carlos Eduardo |
Esposa | Maria Alexandrovna da Rússia |
Descendência | Alfredo, Príncipe Hereditário Maria de Saxe-Coburgo-Gota Vitória Melita de Saxe-Coburgo-Gota Alexandra de Saxe-Coburgo-Gota Beatriz de Saxe-Coburgo-Gota |
Casa | Saxe-Coburgo-Gota |
Nome completo | Alfredo Ernesto Alberto |
Nascimento | 6 de agosto de 1844 |
| Castelo de Windsor, Windsor, Berkshire, Reino Unido |
Morte | 30 de julho de 1900 (55 anos) |
| Castelo de Rosenau, Coburgo, Ducado de Saxe-Coburgo-Gota, Império Alemão |
Enterro | Cemitério da Família Ducal, Coburgo, Baviera, Alemanha |
4 de julho de 1900 | |
Pai | Alberto de Saxe-Coburgo-Gota |
Mãe | Vitória do Reino Unido |
Alfredo Ernesto Alberto (6 de agosto de 1844 – 30 de julho de 1900) foi o terceiro duque de Saxe-Coburgo-Gota tendo exercido o seu título entre 1893 e 1900. Era também um membro da família real britânica, o quarto filho da rainha Vitória e do príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota. Foi proclamado Duque de Edimburgo, Conde de Kent e Conde de Ulster de acordo com as leis do Reino Unido a 24 de maio de 1866. Ele sucedeu ao seu tio paterno Ernesto II como duque de Saxe-Coburgo-Gota no Império Alemão a 23 de agosto de 1893.
Índice
1 Biografia
1.1 Primeiros anos
1.2 Entrada na Marinha Real
1.3 Duque de Edimburgo
1.4 Viagens
1.5 Casamento e descendência
1.6 Carreira na marinha
1.7 Duque de Saxe-Coburgo-Gota
1.8 Fim da vida
2 Referências
Biografia |
Primeiros anos |
Alfredo nasceu no Castelo de Windsor. A sua mãe era a monarca britânica em exercício, a rainha Vitória. O seu pai era Alberto de Saxe-Coburgo-Gota. Como filho da monarca, ele recebeu o tratamento de "Sua Alteza Real o príncipe Alfredo" à nascença, e estava em segundo lugar na linha de sucessão ao trono atrás do seu irmão, o Príncipe de Gales. Ele era conhecido na família por Affie, por ser tão afável.
Alfredo foi baptizado pelo arcebispo da Cantuária William Howley, na capela privada do Castelo de Windsor a 6 de setembro de 1844. Os seus padrinhos foram o seu tio-avô maternal, o Duque de Cambridge (representado pelo seu filho, o príncipe Jorge de Cambridge); a sua tia paternal, a Duquesa de Saxe-Coburgo e Gota (representada pela sua avó materna a Duquesa de Kent); e o meio-irmão da rainha Vitória, o Príncipe de Leningen (representado pelo Duque de Wellington).
Entrada na Marinha Real |
Em 1856, foi decidido que o príncipe Alfredo, de acordo com a sua própria vontade, deveria entrar na marinha real. Um acordo separado foi assinado para ele, com o tenente Sowell, como seu governador. Ele passou o exame para guarda marinho em agosto de 1858, e foi nomeado para o HMS Eurylaus. Em julho de 1860, quando estava neste navio, ele fez uma visita oficial à Cidade do Cabo, e causou uma impressão muito favorável tanto nos colonos como nos chefes nativos. Depois da abdicação do rei Oto I da Grécia, ele foi escolhido para o suceder, mas convenções políticas antigas tornaram impossível que o governo britânico realizasse a sua vontade.
O príncipe Alfredo, manteve-se, assim, na marinha, e foi promovido a tenente a 24 de fevereiro de 1863, servindo sob as ordens do Conde Gleichen no HMS Racoon, e a capitão a 23 de fevereiro de 1866, sendo, mais tarde, nomeado comandante da fragata HMS Galatea.
Em 1868, Alfredo sobreviveu a uma tentativa de assassínio enquanto estava a fazer um piquenique na praia do subúrbio de Clontarf, em Sydney, enquanto estava em Nova Gales do Sul.
Duque de Edimburgo |
Nas celebrações do aniversário da rainha Vitória a 24 de maio de 1866, o príncipe foi proclamado duque de Edimburgo e conde de Ulster e Kent, com um rendimento anual de 15 000 libras garantido pelo parlamento. Ele ocupou o seu lugar na Casa dos Lordes a 8 de junho.
Viagens |
Enquanto ainda era comandante do Galatea, o duque de Edimburgo começou em Plymouth, a 24 de janeiro de 1867, a sua viagem à volta do mundo. A 7 de Junho de 1867, deixou Gibraltar. Em 16 de julho de 1867 foi recebido no Rio de Janeiro pelo Conde d'Eu. Tendo desembarcado na ponte do Arsenal de Guerra na Baía da Guanabara, seguiu para o Palácio de São Cristóvão e em seguida ao Paço Imperial, na Praça XV onde recebeu uma comitiva de súditos de Sua Majestade Britânica residentes no Rio de Janeiro. Sua viagem alcançou o cabo da Boa Esperança a 24 de julho. Nesse dia fez uma visita real à Cidade do Cabo depois de atracar em Simonstown, um pouco mais cedo do que o previsto. A sua viagem terminou quando atracou em Glenelg, no sul da Austrália, a 31 de outubro desse ano.
Como foi o primeiro duque inglês a visitar a Austrália, este foi recebido com um grande entusiasmo. Durante a sua estadia de quase 5 meses, ele visitou Adelaide, Melbourne, Sydney, Brisbane e Tasmânia.
A 12 de março de 1868, na sua segunda visita a Sydney, enquanto estava a fazer um piquenique na praia, num subúrbio de Clontarf, ele foi ferido nas costas por um revólver disparado por Henry James O’Farrell. O príncipe foi atingido mesmo à direita da coluna vertebral e foi tratado nas duas semanas seguintes.
Na noite de 23 de março de 1868, as pessoas mais influentes de Sydney votaram na criação de um edifício que prestasse homenagem ao testemunho e à gratidão sentida pela comunidade com a sua recuperação. Isto levou a um abaixo-assinado público que pagou o Royal Prince Alfred Hospital.
O príncipe Alfredo recuperou rapidamente dos seus ferimentos e conseguiu tomar o comando do seu navio e regressar a casa nos princípios de abril de 1868.
Henry James O’Farrell foi detido no local do crime, julgado rapidamente e enforcado a 21 de abril de 1868.
O príncipe Alfredo atracou em Spithead a 26 de junho de 1868, depois de uma ausência de 17 meses. Ele foi também o primeiro membro da família real a visitar a Nova Zelândia, tendo chegado à então colónia em 1869 no HMS Galatea. A viagem seguinte do duque foi à Índia, onde chegou em dezembro de 1869. Ele foi o primeiro príncipe a visitar tanto a Índia, como Hong Kong, onde parou no caminho. Os regentes nativos da Índia acolheram o duque com grande entretenimento durante os três meses que ele lá passou.
Casamento e descendência |
A 23 de janeiro de 1874, o duque de Edimburgo casou com a grã-duquesa Maria Alexandrovna da Rússia, a segunda (e única sobrevivente) filha do czar Alexandre II da Rússia e da sua esposa Maria de Hesse e do Reno.
Para comemorar a ocasião, uma pequena padaria inglesa confeccionou as bolachas Maria, hoje em dia muito populares, com o nome da grã-duquesa no seu topo. O duque e a duquesa de Edimburgo fizeram a sua entrada pública em Londres no dia 12 de março. Contudo o casamento não foi feliz, e a noiva era considerada demasiado arrogante pela sociedade londrina.
Ela insistia em ser elevada a um nível superior do que a Princesa de Gales (a futura rainha Alexandra) porque ela e o seu pai, o czar, consideravam a família desta (a família real dinamarquesa) inferior à sua. A rainha Vitória recusou aceder à exigência e garantiu a sua posição atrás da Princesa de Gales. Sendo assim, o seu pai, enviou-lhe a, então considerável, quantia de 100 000 libras como um dote, mais um pagamento anual de 28 000 libras.
O casal teve os seguintes filhos:
Nome | Nascimento | Morte | Notas |
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Alfredo, Príncipe Herdeiro de Saxe-Coburgo-Gota | 15 de outubro 1874 | 6 de fevereiro de 1899 | Príncipe Herdeiro de Saxe-Coburgo-Gota desde 22 de agosto de 1893. Sem descendência; |
Maria de Saxe-Coburgo-Gota | 29 de outubro 1875 | 18 de julho de 1938 | casou-se com Fernando I da Roménia (1865-1927). Com descendência; |
Vitória Melita de Saxe-Coburgo-Gota | 25 de novembro 1876 | 2 de março de 1936 | casou-se com o seu primo Ernesto Luís, Grão-Duque de Hesse e do Reno; divoriciou-se e se casou com o grão-duque Cyril Vladimirovich. Com descendência; |
Alexandra de Saxe-Coburgo-Gota | 1 de setembro 1878 | 16 de abril de 1942 | casou-se com Ernesto II de Hohenlohe-Langenburg Com descendência; |
natimorto | 13 de outubro 1879 | 13 de outubro de 1879 | |
Beatriz de Saxe-Coburgo-Gota | 20 de abril 1884 | 13 de julho de 1966 | casou-se com Afonso, Infante de Espanha, 3º duque de Galliera. Com descendência; |
Carreira na marinha |
O Duque de Edimburgo dedicou-se totalmente à sua profissão, mostrando uma grande competência nos seus deveres e uma capacidade táctica naval fora do comum. Ele permaneceu em Malta vários anos e a sua terceira filha, Vitória Melita, nasceu lá a 10 de novembro de 1876. Alfredo, foi subindo na carreira tendo sido promovido a cargos mais importantes ao longo dos anos. Como Almirante da Frota, comandou a frota do canal e a frota mediterrânica. Também foi comandante-chefe em Devonport, Plymouth. Ele sempre deu grande importância aos seus deveres oficiais e era mais eficiente como almirante.
Percy Scott escreveu nas suas memórias que “como comandante-chefe, não havia, na minha humilde opinião, ninguém como o Duque de Edimburgo. Ele comandava uma frota de uma forma magnifica e introduziu muitas melhoras nos sinais e nas manobras.” Ele “dava uma grande atenção á artilharia.” “O navio mais bonito que alguma vez vi foi o Alexandra (o navio comandado pelo duque de Edimburgo). Informaram-me que foram gastas 2000 libras pelos oficiais em decoração.”
Duque de Saxe-Coburgo-Gota |
Com a morte do seu tio, Ernesto II, a 22 de agosto de 1893, a regência do ducado de Saxe-Coburgo-Gota caiu nas mãos do Duque de Edimburgo, já que o Príncipe de Gales tinha renunciado ao seu direito de sucessão. No princípio, olhado com alguma frieza por ser estrangeiro, Alfredo foi ganhando popularidade aos poucos. Na altura da sua morte, em 1900, ele tinha conseguido obter uma boa opinião da generalidade dos seus súbditos.
O duque tinha uma grande paixão por música e era um excelente violinista e teve um grande papel na criação da Royal College of Music. Ele era também um coleccionador aficionado de peças em vidro e cerâmica. A sua colecção, que valia aproximadamente meio milhão de marcos, foi exibida pela sua viúva em Veste Colburgo, uma grande fortaleza perto de Boburgo. Quando ele se tornou em Duque de Saxe-Coburgo-Gota, renunciou ao seu rendimento de 15,000 libras por ano, ao seu lugar no Conselho Privado, mas ele manteve a garantia de 10,000 libras do seu casamento para conseguir manter a Clarence House, a sua residência em Londres.
Fim da vida |
O único filho do Duque, Príncipe Herdeiro Alfredo, envolveu-se num escândalo com a sua amante e alvejou a si próprio em janeiro de 1899, a meio das celebrações do 25º aniversário de casamento dos seus pais. Ele sobreviveu, mas os seus pais envergonhados enviaram-no para Merano para recuperar. O Príncipe Herdeiro morreu aí duas semanas depois, a 6 de fevereiro.
O Duque de Saxe-Coburgo e Gota morreu devido a um cancro na garganta a 30 de julho de 1900, na Schloss Rosenau, a sua casa de Verão fora de Coburgo. Foi enterrado no mausoléu da família ducal no cemitério público de Glockemberga na Alemanha.[1] Sucedeu-lhe como Duque o seu sobrinho, o príncipe Carlos Eduardo, filho do seu irmão mais novo, príncipe Leopoldo, uma vez que o seu irmão seguinte e o seu filho renunciaram aos seus direitos de sucessão.
Referências
↑ Alfredo, Duque de Saxe-Coburgo-Gota (em inglês) no Find a Grave
Alfredo do Reino Unido Casa de Saxe-Coburgo-Gota Ramo da Casa de Wettin 6 de agosto de 1844 – 30 de julho de 1900 | ||
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Precedido por Ernesto II | Duque de Saxe-Coburgo-Gota 22 de agosto de 1893 – 30 de julho de 1900 | Sucedido por Carlos Eduardo |