Alferes-mor de Portugal
O alferes-mor do Reino de Portugal, simplesmente alferes-mor de Portugal ou ainda alferes-mor de el-Rei constituía o alto oficial da Coroa que tinha como função levar a bandeira do Rei de Portugal no campo de batalha. Até à criação do cargo de condestável de Portugal, o alferes-mor exercia, por inerência, a função de comandante-chefe do Exército. A partir de então, tornou-se num cargo essencialmente honorífico, existindo até ao final da Monarquia.
Índice
1 História
2 Titulares
3 Referências
4 Ver também
História |
O cargo de alferes-mor é anterior à própria independência de Portugal, existindo já durante o Condado Portucalense. O Conde D. Henrique - pai do primeiro Rei de Portugal - tinha como alferes-mor D. Fafez da Luz, o qual teria vindo com ele para Portugal.
Ao que parece, o primeiro alferes-mor de Portugal independente teria sido o cavaleiro Pedro Pais, nomeado pelo Rei D. Afonso Henriques. No entanto, o primeiro alferes-mor a figurar num documento escrito foi Pelágio Soares.
O alferes-mor era o alferes ou porta-bandeira do Rei de Portugal, competindo-lhe levar a bandeira régia para as batalhas. A bandeira só poderia ser desfraldada por ordem do Monarca e, quando o era, todos os restantes alferes particulares tinham que desfraldar também as suas bandeiras.
O alferes-mor tornou-se no mais alto oficial do Exército Real, exercendo efetivamente a função de comandante-chefe do mesmo, subordinado diretamente ao Rei. Como a função de comandante do Exército não lhe permitia transportar efetivamente a bandeira real em combate, essa função passou a ser desempenhada pelo alferes-menor ou alferes pequeno.
Com a criação dos cargos de condestável e de marechal de Portugal, em 1382, o alferes-mor passou para o terceiro lugar na hierarquia do Exército, voltando a ter como função principal o transporte da bandeira do Rei.
Um dos alferes-mores mais famosos da história, foi Duarte de Almeida, alferes de D. Afonso V, que se notabilizou pela defesa heróica da bandeira real, na Batalha de Toro. Durante a Batalha, Duarte de Almeida viu-se cercado pelos inimigos que lhe deceparam a mão direita, segurando ele então a bandeira do Rei com a mão esquerda. No entanto, deceparam-lhe também a mão esquerda, passando então a segurar a bandeira com os dentes, para evitar que fosse tomada pelo inimigo.
Depois de deixarem de ter funções militares, os alferes-mores mantiveram uma importante função na cerimónia de aclamação de cada novo Monarca pelas Cortes. Durante a cerimónia, o alferes-mor acompanhava o novo Rei com o estandarte real enrolado. No final do juramento do Rei, o alferes-mor desfraldava o estandarte perante o povo e gritava: Real! Real! Pelo muito alto e muito poderoso Rei de Portugal, Senhor Dom…!.
O cargo foi exercido pela última vez por Vasco de Sabogosa, conde de São Lourenço, que serviu de alferes-mor durante o ato de aclamação de D. Manuel II perante o Parlamento, no dia 6 de maio de 1908.
Titulares |
Ver artigo principal: Lista de alferes-mores do Reino de Portugal
Referências |
Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Volume I, Edição eletrónica, 2000-2010
Ver também |
- Alferes
- Condestável de Portugal
- Marechal de Portugal