Casa da Suplicação




O Supremo Tribunal do Reino Português chamou-se, até ao século XIV, Cúria do Rei, Tribunal da Corte ou Tribunal da Casa do Rei, e acompanhava o monarca nas suas deslocações[1].




Índice






  • 1 História


  • 2 Funcionamento


  • 3 Bibliografia


  • 4 Referências


  • 5 Ligações externas





História |


Nas Ordenações Afonsinas o tribunal supremo de Portugal ainda é designado por Casa da Justiça da Corte. Mais tarde, sob a influência do direito romano, passou a designar-se Casa da Suplicação. Foi sendo progressivamente estruturado atendendo às matérias, nomeadamente cível e crime.


Sob D. João I de Portugal, foi criado o cargo de Regedor das Justiças da Casa da Suplicação e de Regedor e Governador da Casa do Cível de Lisboa. No dia da "festa do Espírito Santo" de 1566 foi feito e assinado o compromisso e regimento da Confraria do Espírito Santo da Casa da Suplicação, registado no livro 6 da Casa da Suplicação.


Por carta régia de 27 de Julho de 1582, Filipe I de Portugal extinguiu a Casa do Cível de Lisboa e deu regimento à Casa da Suplicação, que fixou na capital, tendo ficado com as competências da Casa do Cível. Em 1584 a Casa da Suplicação estava situada na Ribeira.


A 7 de Janeiro de 1584 foi transferida para o Limoeiro, local onde funcionara a Casa do Cível. Com o terramoto de 1755, passou para o palácio de D. Antão de Almada (hoje Palácio da Independência), junto às portas de Santo Antão, no Rossio.


Com a transferência da Corte para o Brasil em 1808 em decorrência das Guerras Napoleônicas, foi criada a Casa da Suplicação do Brasil, separada da Casa da Suplicação de Portugal, com competência para conhecer, em última instância, dos processos originados no Brasil, que até então estavam sujeitos a recurso para a Casa da Suplicação de Lisboa. Com o retorno da Corte para a Europa em 1821, a Casa da Suplicação do Brasil, sediada no Rio de Janeiro, continuou a operar, mantendo, portanto, o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves dois tribunais judiciários supremos, um localizado em Lisboa, que conhecia dos feitos originários da Europa e das demais colônias portuguesas localizadas em qualquer parte do mundo, e outra localizada no Brasil, que conhecia dos feitos localizados naquela parte do Reino Unido. Sobrevindo a independência do Brasil, proclamada em setembro de 1822, a Casa da Suplicação do Brasil continuou a operar, até ser substituída pelo Supremo Tribunal de Justiça do Império do Brasil, previsto pela Constituição de 1824, criado por lei em 1828 e instalado em 1829.



Funcionamento |


Para o despacho das causas havia um regedor, um chanceler, desembargadores dos agravos, corregedores do crime e corregedores do cível da Corte, juízes dos feitos da Coroa e Fazenda, ouvidores das apelações crime, procurador dos feitos da Coroa, procurador dos feitos da Fazenda, juiz da Chancelaria e um procurador da Justiça.


Havia ainda oficiais menores como: guarda-mor, porteiros, escrivães, solicitadores, meirinhos, executores, tesoureiros, carcereiros, caminheiros, guardas das cadeias, guarda-livros, pagem do bastão, alcaides, médico, cirurgião e ministro das execuções. Além de desembargadores extravagantes, distribuídos pelas mesas, consoante a qualidade e a quantidade dos feitos. Desembargadores e escrivães eram obrigados a residir em bairros próprios. O número de ministros foi aumentando ao longo dos tempos.


Por alvará de 13 de Maio de 1813, o Príncipe Regente D. João, para diminuir as despesas da Fazenda Real e simplificar a administração da justiça cível e criminal, reduziu para 60 o número de ministros com exercício efectivo na Casa da Suplicação.



Bibliografia |



  • 1 - ALBUQUERQUE, Martim de - O Regimento Quatrocentista da Casa da Suplicação. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982.

  • 2 - ALBUQUERQUE, Martim de - Para a História da Legislação e Jurisprudência em Portugal. Coimbra: 1983.

  • 3 - AZEVEDO, Pedro de - Ano e meio de vida do Arquivo dos Feitos Findos, in Anais das Bibliotecas e Arquivos, 1915.

  • 4 - Colecção Chronologica de várias leis, provisões e regimentos d"El Rei D. Sebastião para servir de appendix à nova edição das que coligira Francisco Correia em 1570. Coimbra: Real Imprensa da Universidade, 1819.

  • 5 - LEÃO, Duarte Nunes de - Leis Extravagantes e repertório das Ordenações, fac-simile. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

  • 6 - Ordenações Afonsinas, fac-simile. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

  • 7 - Ordenações Manuelinas, fac-simile. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

  • 7 - Ordenações Filipinas, fac-simile. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.

  • 8 - "Regimento da Casa da Suplicação". In Systema ou Colecção de Regimentos Reaes. Lisboa: Officina Patriarcal de Francisco Luiz Ameno, M.DCCLXXXIX. vol. V, p. 1. (1789)



Referências




  1. Casa da Suplicação, Associação dos Amigos da Torre do Tombo



Ligações externas |



  • A Casa da Suplicação nos finais do Antigo Regime (1790-1810), por Nuno Camarinhas, Cadernos do Arquivo Municipal, ISSN 2183-3176. 2ª Série Nº 2 (julho - dezembro 2014), Lisboa

  • Casa da Suplicação, Associação dos Amigos da Torre do Tombo

  • Casa da Suplicação, Arquivo Nacional da Torre do Tombo




Popular posts from this blog

Contact image not getting when fetch all contact list from iPhone by CNContact

count number of partitions of a set with n elements into k subsets

A CLEAN and SIMPLE way to add appendices to Table of Contents and bookmarks