Partido dos Trabalhadores
Nota: Para outros partidos dos Trabalhadores, veja Partido dos Trabalhadores (desambiguação).
Partido dos Trabalhadores | |
---|---|
Número eleitoral | 13[1] |
Presidente | Gleisi Hoffmann |
Fundação | 10 de fevereiro de 1980 (38 anos) |
Registro | 11 de fevereiro de 1982 (36 anos)[1] |
Sede | São Paulo e Brasília[2] |
Ideologia |
|
Espectro político | Centro-esquerda[8] Esquerda[9][10][11] |
Think tank | Fundação Perseu Abramo |
Membros (2018) | 1 584 457[12] |
Afiliação internacional |
|
Governadores (2014)[16] | 0000000000000005 5 / 27 |
Prefeitos (2016)[17] | 0000000000000256 256 / 5 568 |
Senadores (2018)[18] | 0000000000000006 6 / 81 |
Deputados federais (2018)[19] | 0000000000000056 56 / 513 |
Deputados estaduais (2018)[20] | 0000000000000085 85 / 1 024 |
Vereadores (2016)[21] | 0000000000002975 2 975 / 56 810 |
Cores | Vermelho Branco |
Página oficial | |
www.pt.org.br | |
Política do Brasil Partidos políticos Eleições |
O Partido dos Trabalhadores (PT) é um partido político brasileiro. Fundado em 1980, integra um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América Latina. No início de 2015, o partido contava com 1,59 milhão de filiados, sendo o segundo maior partido político do Brasil, depois do PMDB. Na legislatura atual (2015-2019), o PT tem a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e a terceira maior do Senado Federal.
Os símbolos do PT são a bandeira vermelha com uma estrela branca ao centro (exceto no Rio Grande do Sul, onde a estrela na bandeira é amarela),[22] a estrela vermelha de cinco pontas, com a sigla PT inscrita ao centro, e o hino do partido. Seus filiados e simpatizantes são denominados "petistas".
O PT possui, como os demais partidos políticos no Brasil, uma fundação de apoio. Denominada Fundação Perseu Abramo (FPA), foi instituída pelo Diretório Nacional em 1996 e tem por missão realizar debates, editar publicações, promover cursos de formação política e preservar o patrimônio histórico do partido — tarefa pela qual é responsável o Centro Sérgio Buarque de Holanda. A FPA substituiu uma fundação de apoio partidário anteriormente existente no PT, a Fundação Wilson Pinheiro, criada em 1981.
Em 2003, com a posse de Luis Inácio Lula da Silva como Presidente da República, o partido passou a comandar pela primeira vez o Executivo brasileiro. Lula reelegeu-se em 2006 e foi sucedido em 2011 por Dilma Rousseff, sua ministra-chefe da Casa Civil. Dilma foi reeleita em 2014 e deixou a presidência em agosto de 2016, após sua destituição ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Índice
1 História
1.1 Fundação
1.2 Governo Lula
1.3 Governo Dilma
1.4 Eleição presidencial de 2018
2 Ideologia partidária oficial
2.1 Base
3 Desempenho eleitoral
3.1 Marcos eleitorais
3.2 Participação em eleições presidenciais
3.3 Participação em eleições parlamentares federais
3.4 Participação em eleições estaduais
3.5 Participação em eleições municipais
4 Organização
4.1 Tendências partidárias
4.2 Receitas
4.3 Presidentes nacionais
4.4 Eleições internas
4.5 Membros notáveis
5 Controvérsias
6 Ver também
7 Notas e referências
7.1 Notas
7.2 Referências
8 Bibliografia
9 Ligações externas
História
Fundação
O PT foi fundado por um grupo heterogêneo, formado por militantes de oposição à Ditadura Militar, sindicalistas, intelectuais, artistas e católicos ligados à Teologia da Libertação, no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion, em São Paulo.[23] O partido foi fruto da aproximação entre os movimentos sindicais da região do ABC, que organizaram grandes greves entre 1978 e 1980, e militantes antigos da esquerda brasileira, entre eles ex-presos políticos e exilados que tiveram seus direitos devolvidos pela lei da anistia. Desde a fundação, o partido assumiu a defesa do socialismo democrático.[24]
Após o golpe de 1964, o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) — federação de trabalhadores que desde a Era Vargas reunia dirigentes sindicais tutelados pelo Ministério do Trabalho — foi dissolvido, e os sindicatos passaram a sofrer intervenção do regime militar. O surgimento de um movimento organizado de trabalhadores, notabilizado pelas greves lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva no final da década de 1970, permitiu a reorganização de um movimento sindical independente do Estado, o que foi concretizado na criação da Conferência das Classes Trabalhadoras (CONCLAT), que viria ser o embrião da Central Única dos Trabalhadores (CUT).[25]
Originalmente, este novo movimento trabalhista buscava fazer política exclusivamente na esfera sindical.[26] No entanto, a sobrevivência de um sindicalismo controlado pelo Estado (expresso na recriação da CGT, que reunia líderes conservadores como Joaquim dos Santos Andrade, conhecido como Joaquinzão,[27] e Luiz Antônio Medeiros), somada à persistente influência de partidos de esquerda tradicionais como o Partido Comunista Brasileiro sobre o movimento sindical, fizeram com que os trabalhadores do ABC, estimulados por lideranças de esquerda anti-stalinistas, procurassem identidade própria na criação de seu próprio partido político – uma estratégia diferente à realizada pelo Solidarność, na Polônia de então. Nos anos 1980, um encontro em Roma entre Walesa e Lula mostrou que suas visões políticas eram bastante diferentes. Walesa defendia o pluralismo na política enquanto Lula defendia a união dos sindicatos em uma única entidade.[28]
O PT surgiu, assim, rejeitando tanto as tradicionais lideranças do sindicalismo oficial, como também procurando colocar em prática uma nova forma de socialismo democrático,[24] recusando modelos já então em decadência, como o soviético e o chinês. Significou a confluência do sindicalismo basista da época com a intelectualidade de Esquerda antistalinista.[29]
O manifesto de fundação foi lançado no dia 10 de fevereiro de 1980, no Colégio Sion em São Paulo, e publicado no Diário Oficial da União em 21 de outubro daquele mesmo ano. Mais tarde, foi oficialmente reconhecido como partido político pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral no dia 11 de fevereiro de 1982. A ficha de filiação número um foi assinada por Apolonio de Carvalho, seguido pelo crítico de arte Mário Pedrosa, pelo crítico literário Antonio Candido e pelo historiador e jornalista Sérgio Buarque de Hollanda.[30]
Governo Lula
Ver artigo principal: Governo Lula
Com a ascensão para a Presidência do Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 vencendo o segundo turno das eleições gerais de 2002 e com a posse em janeiro de 2003, aglutinaram-se vários partidos políticos, dentre eles o Partido Popular Socialista, Partido Socialista Brasileiro, Partido Democrático Trabalhista, e outros como base de sustentação.[31] Com a continuidade das políticas econômicas do Governo do Fernando Henrique Cardoso e com as denúncias de corrupção, adveio uma crise política que ocasionou a cisão do Partido dos Trabalhadores em Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2004.[32]
Havendo após este período as críticas da esquerda ao Governo do Presidente Lula e o reconhecimento público do Partido dos Trabalhadores como um partido reformista de centro-esquerda. Em 2006 com as eleições gerais, foi reafirmado o projeto petista de Brasil, havendo o desenvolvimento do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC.[33][34]
Neste governo ocorreu o escândalo conhecido como o mensalão, que teve como protagonistas alguns integrantes do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, membros do Partido dos Trabalhadores (PT), Popular Socialista (PPS), Trabalhista Brasileiro (PTB), República (PR), Socialista Brasileiro (PSB), Republicano Progressista (PRP), e Progressista (PP).[35][36]
Governo Dilma
Ver artigo principal: Governo Dilma Rousseff
Em outubro de 2010, o Brasil elege a primeira mulher a ocupar a chefia do Estado Brasileiro, democraticamente. Dilma Rousseff (mineira de Belo Horizonte) tomou posse do cargo de Presidente da República Federativa do Brasil, prestando, assim como os demais presidentes eleitos na Nova República, juramento solene perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de 2011. Dilma deu continuidade aos programas do governo Lula, tais como: o Luz para Todos, que beneficiou mais de 3 milhões de famílias até 2013; a segunda etapa do PAC, em que foram disponibilizados recursos na ordem de 1,59 trilhão de reais em uma série de investimentos, tais como transportes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação,[37] e o programa Minha Casa, Minha Vida, que obteve investimentos na cifra de 34 bilhões de reais e através do qual foram construídas 1 milhão de moradias na sua primeira fase, e 2 milhões de moradias com investimentos de 125,7 bilhões de reais na sua segunda fase.[38][39]
Em junho de 2013, irromperam no país grandes manifestações populares, quando milhões de pessoas saíram às ruas em todos os estados para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público, a truculência das polícias militares estaduais, além de outras reivindicações como o protesto contra a PEC 37.[40]
Após as eleições presidenciais de 2014, Rousseff é reeleita com 51,64% dos votos válidos, ao derrotar em segundo turno o candidato Aécio Neves. Em março de 2015, novos protestos acontecem em vários estados principalmente contra a corrupção, especialmente por conta da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal. Como efeito da enorme e crescente insatisfação popular com o governo, a base política da presidente foi deteriorada e um processo de impeachment contra a presidente é iniciado em dezembro do mesmo ano com base nas chamadas pedaladas fiscais cometidas em seu governo, que desrespeitaram a Lei de Responsabilidade Fiscal. O ato causa grande controvérsia e divide o país entre grupos antigovernistas (majoritariamente de direita) e pró-governo (majoritariamente de esquerda). Em 17 de abril de 2016, a Câmara dos Deputados aprova o início processo, que posteriormente foi encaminhado para análise no Senado.[41] O impeachment foi aprovado em 31 de agosto de 2016, sendo Dilma definitivamente afastada do cargo de presidente, tendo contudo seus direitos políticos preservados, em votação separada.[42]
Eleição presidencial de 2018
Ver artigos principais: Campanha presidencial de Fernando Haddad em 2018 e Eleição presidencial no Brasil em 2018
Em 2017, Lula anunciou publicamente que seria novamente o candidato do PT à presidência da República. Em setembro daquele ano, saiu em caravana pelos estados do Brasil, começando por Minas Gerais, estado governado pelo seu aliado Fernando Pimentel.[43] Em 2018, ao atravessar a região Sul do país, a caravana petista foi recebida com protestos. No Paraná, o ônibus da comitiva foi atingido por tiros, e no Rio Grande do Sul, militantes pró-Lula foram atingidos por pedras.[44]
Mesmo após sua prisão em abril de 2018, o PT insistiu e manteve Lula como candidato do partido à presidência. Na pesquisa Ibope realizada em junho de 2018, Lula liderava com 33% das intenções de voto, mais que o dobro do segundo colocado, o deputado fluminense Jair Bolsonaro (PSL), que pontuava 15%.[45] De dentro da cadeia, o ex-presidente articulou uma aliança nacional com o PCdoB e alianças regionais com o PSB, contribuindo para isolar a candidatura de seu maior adversário no campo da esquerda, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes.[46]
O PT oficializou a candidatura de Lula em 5 de agosto de 2018, em São Paulo. Na impossibilidade da presença física de Lula no local, uma carta sua foi lida para a plateia pelo ator Sérgio Mamberti. O vice indicado na chapa presidencial foi o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que representará Lula em eventos e debates. Na provável inelegibilidade de Lula, Haddad assumiria a cabeça da chapa, tendo como vice a deputada gaúcha Manuela d'Ávila.[47] Em 16 de agosto, depois que a maioria dos ministros do TSE declarou que a "inelegibilidade [de Lula como candidato] é incontroversa",[48] a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou uma impugnação contra a candidatura tendo como base a Lei da Ficha Limpa, que considera inelegíveis candidatos condenados em segunda instância.[49]
O comitê de Direitos Humanos da ONU recomendou, em 17 de agosto, que fosse assegurado a Lula o "acesso apropriado à imprensa e a integrantes de seu partido político". Segundo o texto, também foi solicitado que Lula não fosse impedido de "concorrer às eleições presidenciais de 2018 até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação [fossem] completos em um procedimento justo" em que "a condenação [fosse] final".[50] No entanto, em primeiro de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por 6 votos a 1, que o ex-presidente não pode concorrer a um terceiro mandato com base na Lei da Ficha Limpa.[51][52] A defesa entrou com recurso, negado em 6 de setembro pelo relator Edson Fachin, o único que votou a favor de deferir a candidatura outrora.[53][54]
O Comitê da ONU fez nova manifestação[55] em 10 de setembro reafirmando a obrigação do governo brasileiro de cumprir a recomendação para garantir a candidatura de Lula.[56] No dia seguinte, o PT anunciou oficialmente que Fernando Haddad seria o novo candidato do partido nas eleições presidenciais de 2018.[57][58][59]
Ideologia partidária oficial
O PT surgiu da organização sindical espontânea de operários paulistas no final da década de 1970, dentro do vácuo político criado pela repressão do regime militar aos partidos comunistas tradicionais e aos grupos armados de Esquerda então existentes. Desde a sua fundação, apresenta-se como um partido de Esquerda que defende o socialismo como forma de organização social. Contudo, diz ter objeções ao socialismo real implementado em alguns países, não reconhecendo tais sistemas como o verdadeiro socialismo.[24] A ideologia espontânea das bases sindicais do partido - e a ação pessoal de lideranças sindicais como as de Lula, Jair Meneguelli e outros, sempre se caracterizou por uma certa rejeição das ideologias em favor da ação sindical como fim em si mesma, e é bem conhecido o episódio em que Lula, questionado por seu adversário Fernando Collor quanto à filiação ideológica do PT, em debate televisionado ao vivo em 1989, respondeu textualmente que o PT "jamais declarou ser um partido marxista".[60][61]
Mesmo assim, o partido manteve, durante toda a década de 1980, relações amistosas com os partidos comunistas que então governavam países do "socialismo real" como a União Soviética, República Democrática Alemã, República Popular da China, e Cuba. Estas relações, no entanto, jamais se traduziram em qualquer espécie de organização interpartidária ou de unidade de ação e não sobreviveram à derrocada do mesmo socialismo real a partir de 1989, não obstante a manutenção de certa afinidade sentimental de algumas lideranças do PT com o governo de Fidel Castro - como no caso emblemático do ex-deputado José Dirceu, que na década de 1960 foi exilado em Cuba e lá recebeu treinamento para a luta de guerrilha (da qual jamais participou concretamente). A liderança do PT mantém também boas relações com o governo de Hugo Chávez na Venezuela.[62][63][64]
O PT nasceu com uma postura crítica ao reformismo dos partidos políticos social-democratas. Nas palavras do seu programa original: "As correntes social-democratas não apresentam, hoje, nenhuma perspectiva real de superação histórica do capitalismo imperialista".[65] O PT organizou-se, no papel, a partir das formulações de intelectuais marxistas, mas também continha em seu bojo, desde o nascimento, ideologias espontâneas dos sindicalistas que constituíram o seu "núcleo duro" organizacional, ideologias estas que apontavam para uma aceitação da ordem burguesa, e cuja importância tornou-se cada vez maior na medida em que o partido adquiria bases materiais como máquina burocrático-eleitoral.[66]
O partido se articula com diversos outros partidos e grupos de esquerda latino-americanos, como a Frente Ampla uruguaia, partidos comunistas de Cuba, Brasil e outros países, e movimentos sociais brasileiros, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no chamado Foro de São Paulo, reunião de movimentos e partidos políticos de esquerda latino-americanos. Lula afirmou, no último desses encontros: "Precisei chegar à presidência da República para descobrir o quão importante foi criar o Foro de São Paulo".[67]
Francisco Alambert Junior e Maria Helena Capelato[68] afirmam que tais relações não se traduzem em qualquer espécie de unidade organizacional, ficando no nível da solidariedade política mútua em torno de certos objetivos comuns, como a luta pela unidade latino-americana e a oposição à penetração política estadunidense na América Latina. Esses autores dizem que o que caracteriza o PT é uma certa adesão retórica ao socialismo, adesão esta que não se traduz em pressupostos ideológicos claros e consensualmente admitidos pela generalidade do partido. O ex-presidente do PT José Genoíno costumava afirmar que o socialismo e o marxismo tornaram-se, para o partido, mais "um sistema de valores" do que um conjunto de medidas para a transformação da sociedade.[69]
Outros, membros do partidos de direita e da grande mídia,[70][71][72] discordam, caracterizando o Foro de São Paulo como um traçado de políticas conjuntas e de fato que teria permitido a ascensão de Lula, de Hugo Chávez, de Evo Morales e da Frente Ampla. Argumenta-se que essas políticas conjuntas estão traçadas nas atas desses foros, e são prontamente executadas pelos participantes presentes em governo. Em sentido diverso, argumenta-se que as ideologias políticas dos partidos e movimentos participantes do Foro de São Paulo diferem consideravelmente entre si.[73]
Poder-se-ia dizer, ainda, que, no PT, o trabalho ideológico-teórico sempre foi levado à reboque das origens concretas do partido. A favor dessa afirmação, está o fato de que seu núcleo duro é composto por sindicalistas, o que explicaria a facilidade com que o partido, uma vez no poder, adaptou-se a uma política econômica bastante ortodoxa. Já na década de 1990, prefeitos petistas como o futuro Ministro da Fazenda Antônio Palocci adotavam políticas de governo considerados inclusive pelos críticos dentro do partido como neoliberais (privatizações, cortes drásticos de gastos públicos).[74] Em julho de 2006, o próprio presidente Lula se declarou distante da esquerda, admitindo que, em um eventual segundo mandato, prosseguiria com políticas conservadoras.[75]
Deve-se lembrar, ainda, que a burocracia do PT, por conta das suas ligações com cúpulas sindicais como as da CUT, teve a oportunidade concreta[76] de desenvolver estratégias de acumulação de capital através da administração de fundos de pensão privados (cujo desenvolvimento o governo Lula tentaria estimular na recente Reforma da Previdência), estratégias estas que acabariam por desenvolver uma certa identidade de interesses entre a burocracia do partido e setores da burguesia brasileira.[77][78]
Base
O PT se originou no movimento sindical brasileiro e nas comunidades eclesiais de base da teologia da libertação, surgindo da desilusão com o "socialismo realmente existente", do modelo stalinista soviético e maoista chinês, e pretendia-se, na origem, fundamentalmente como aquilo que seu nome indicava: um partido de trabalhadores para trabalhadores, inclusive como uma alternativa deliberada ao Partido Comunista Brasileiro. Um fato emblemático para caracterizar esta posição diferenciada, como já dito, foi seu apoio ao sindicato independente Solidarność em sua luta por abertura política na Polônia comunista de então.[79][80]
O PT, em sua própria definição, sempre se pautou pela liberdade de opinião e pela disciplina partidária. A partir de sua base tradicional na classe operária urbana, o PT organizou-se mais como um aglomerado heterogêneo de núcleos temáticos, de forma antagônica a uma organização de base em células de tipo comunista, que tendiam a privilegiar a posição de classe dos filiados sobre seus interesses espontâneos ou afiliações não classistas (por exemplo, o pertencimento a movimentos homossexuais, ecológicos, de base étnica e/ou identitária). Casos emblemáticos disto foram a ligação do PT, desde muito cedo, com o movimento agrário-ecológico dos seringueiros do Acre pela instalação de reservas extrativistas na Amazônia, então dirigido pelo ativista Chico Mendes e o forte apoio dado por esse partido ao MST.[81][82]
O PT, desde sua fundação, acabou por servir de desaguadouro[83] a intelectuais marxistas (por exemplo o cientista político comunista Carlos Nelson Coutinho) e incorporou[84] certas ideias políticas do comunista italiano Antonio Gramsci.[85] basicamente a interpretação da luta política como luta pela hegemonia ideológica,[86]
Muitos estudiosos de Gramsci no Brasil são filiados e/ou simpáticos ao Partido dos Trabalhadores, colocando-se como intelectuais orgânicos de ideologia proletária) e muitos deles foram, inclusive, nomes importantes na criação do partido. Há, contudo, uma maior diversidade ideológica entre os intelectuais petistas.[87][88][89]
No início da década de 1990, ocorreram os primeiros rachas e expulsões do partido. Estas primeiras expulsões tinham, como causa, a propositura, por parte algumas correntes trotskistas, do engajamento do partido em ações de cunho revolucionário contra o governo de Fernando Collor, seja através de uma ação direta contra o mesmo (proposta pela corrente Causa Operária), seja levantando a plataforma de agitação de eleições gerais como sequência ao impeachment de Collor (proposta pela corrente Convergência Socialista). Em 2003, membros do partido inconformados com as políticas econômicas próximas à economia neoclássica (ou mais exatamente à releitura de economia neoclássica conhecida como Consenso de Washington) do Governo Lula, foram expulsos após não seguirem as diretrizes partidárias na votação da Reforma da Previdência. Aproveitando-se do momento de crise por que o PT passava, esses membros, liderados por Heloísa Helena, pensaram ser o momento certo para a construção de um novo partido de esquerda a ser referência para os trabalhadores brasileiros. Assim nascia o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Mais tarde, o PSOL se tornaria apenas mais uma legenda dissidente do PT sem grande expressão eleitoral ou na base dos movimentos sociais. Posteriormente, ao serem derrotados no PED (Processo de Eleições Diretas), que decidiam as direções partidárias, com a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio, outra tendência também migra para o PSOL, a Ação Popular Socialista (APS) de Ivan Valente.[90]
Apesar destas pequenas rupturas, o PT ainda consegue ser referência para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Quadros importantes continuam no partido, como Raul Pont, Emir Sader e Valter Pomar, que preferiram disputar o comando do partido a romper com ele. O PT contém, ainda, uma fração que mantém uma afiliação doutrinária e de organização com o trotskismo internacional, a Democracia Socialista (DS), já foi ligada à chamada Quarta Internacional (Pós-reunificação) - corrente esta que teve, como seu mais importante dirigente histórico, o economista belga Ernest Mandel. Pertence, à DS, o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário do primeiro governo de Lula, Miguel Rossetto.[91][92]
Desempenho eleitoral
O PT foi o partido preferido de cerca de um quarto do eleitorado brasileiro em dezembro de 2009.[93] No entanto, em 2015, a porcentagem de eleitores que declaram preferência ao PT oscilou entre 9% e 12%, enquanto 38% apontaram a legenda como aquela de que menos gostam (índice de rejeição ao partido).[94][95] Em 2016, o PT é rejeitado por cerca de 32% do eleitorado paulistano e a preferência pelo partido é pequena.[96]
Marcos eleitorais
Eleições gerais, com uma vaga por estado para o Senado Federal
Eleições gerais, com duas vagas por estado para o Senado Federal
Eleições municipais
Eleições presidenciais, apenas
Ano | Marcos na história eleitoral | Comentários e referências | |
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do País | do Partido | ||
1982 | |
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1985 |
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1986 |
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1988 |
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1989 | |
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1990 | |
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1992 | | |
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1994 |
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1996 | | |
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1998 |
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2000 |
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2002 |
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2004 | |
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2006 |
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2008 | | |
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2010 |
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2012 | |
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2014 |
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- A sigla jamais elegeu um governador em São Paulo,[163] o estado mais populoso do país, mesmo tendo apresentado candidaturas próprias em todas as disputas desde sua fundação[164]
Participação em eleições presidenciais
Em 1.º turno ou turno único
Em 2.º turno
Ano | Candidato(a) | Vice | Coligação | Votos | % | # |
---|---|---|---|---|---|---|
2018 | Fernando Haddad (PT) | Manuela d'Ávila (PCdoB) | PT, PCdoB e PROS | 47 040 906 | 44,87 | 2.º |
2014 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | PT, PMDB, PSD, PP, PR, PDT, PRB, PROS, PCdoB | 54 495 459 | 51,64 | 1.ª |
2010 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | PT, PMDB, PR, PSB, PDT, PCdoB, PSC, PRB, PTC e PTN | 55 752 529 | 56,05 | 1.ª |
2006 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | José Alencar (PRB) | PT, PRB e PCdoB | 58 295 042 | 60,83 | 1.º |
2002 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | José Alencar (PL) | PT, PL, PCdoB, PMN e PCB | 52 793 364 | 61,27 | 1.º |
1998 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Leonel Brizola (PDT) | PT, PDT, PSB, PCdoB e PCB | 21 475 218 | 31,71 | 2.º |
1994 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Aloizio Mercadante (PT) | PT, PSB, PCdoB, PPS, PV e PSTU | 17 122 127 | 27,04 | 2.º |
1989 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | José Paulo Bisol (PSB) | PT, PSB e PCdoB | 31 076 364 | 44,23 | 2.º |
Participação em eleições parlamentares federais
Quantidade, por legislatura, de congressitas eleitos pelo Partido para cada uma das duas casas do Congresso Nacional:
Legislatura | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
201856.ª (2019-2023) | 00610000000000000056 56 / 513 | 10,9 | 0981 13[19] |
201455.ª (2015-2019) | 00690000000000000069 69 / 513 | 13,4 | 0981 19 |
201054.ª (2011-2015) | 00880000000000000088 88 / 513 | 17,1 | 1005 5 |
200653.ª (2007-2011) | 00830000000000000083 83 / 513 | 16,1 | 0992 8 |
200252.ª (2003-2007) | 00910000000000000091 91 / 513 | 17,7 | 1033 33 |
199851.ª (1999-2003) | 00580000000000000058 58 / 513 | 11,3 | 1009 9 |
199450.ª (1995-1999) | 00490000000000000049 49 / 513 | 9,6 | 1014 14 |
199049.ª (1991-1995) | 00350000000000000035 35 / 503 | 7,0 | 1019 19 |
198648.ª (1987-1991) | 00160000000000000016 16 / 487 | 3,3 | 1008 8 |
198247.ª (1983-1987) | 00080000000000000008 8 / 479 | 1,7 | 1008– |
Legislatura | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
201856.ª (2019-2023) | 0060000000000000006 6 / 81 | 7,4 | 0999 7[18] |
201455.ª (2015-2019) | 00130000000000000013 13 / 81 | 16 | 0999 1 |
201054.ª (2011-2015) | 00140000000000000014 14 / 81 | 17,2 | 1003 3 |
200653.ª (2007-2011) | 00110000000000000011 11 / 81 | 13,58 | 0997 3 |
200252.ª (2003-2007) | 00140000000000000014 14 / 81 | 16 | 1007 7 |
199851.ª (1999-2003) | 00070000000000000007 7 / 81 | 8,64 | 1002 2 |
199450.ª (1995-1999) | 00050000000000000005 5 / 81 | 6,17 | 1004 4 |
199049.ª (1991-1995) | 00010000000000000001 1 / 81 | 1,23 | 1001 1 |
198648.ª (1987-1991) | 00000000000000000000 0 / 72 | 0,0 | 1000 0 |
198247.ª (1983-1987) | 00000000000000000000 0 / 69 | 0,0 | 0000– |
Esses números representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente. Entre os senadores, foram incluídos aqueles que não concorreram por ainda estarem na metade de seus mandatos.
Participação em eleições estaduais
Quantidade, por eleição geral, de governadores e deputados estaduais e distritais eleitos pela sigla:
Ano | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
20142014 | 00050000000000000005 5 / 27 | sem dados | 1000 0 |
20102010 | 00050000000000000005 5 / 27 | sem dados | 1000 0 |
20062006 | 00050000000000000005 5 / 27 | sem dados | 1002 2 |
20022002 | 00030000000000000003 3 / 27 | sem dados | 1000 0 |
19981998 | 00030000000000000003 3 / 27 | sem dados | 1001 1 |
19941994 | 00020000000000000002 2 / 27 | sem dados | 1002 2 |
19901990 | 00000000000000000000 0 / 27 | sem dados | 1000 0 |
19861986 | 00000000000000000000 0 / 23 | sem dados | 1000 0 |
19821982 | 00000000000000000000 0 / 22 | sem dados | 1000– |
Ano | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
20142014 | 01080000000000000108 108 / 1 059 | sem dados | 0997 41 |
20102010 | 01490000000000000149 149 / 1 059 | sem dados | 0000sem dados |
20062006 | 0000sem dados | sem dados | 0000sem dados |
20022002 | 0000sem dados | sem dados | 0000sem dados |
19981998 | 0000sem dados | sem dados | 0000sem dados |
19941994 | 0000sem dados | sem dados | 0000sem dados |
19901990 | 0000sem dados | sem dados | 0000sem dados |
19861986 | 0000sem dados | sem dados | 0000sem dados |
19821982 | 00130000000000000013 13 / 947 | sem dados | 1013– |
Esses números representam o início dos mandatos, desconsiderando, por exemplo, candidaturas cassadas.
Participação em eleições municipais
Quantidade, por eleição municipal, de prefeitos e vereadores eleitos pelo Partido:
Ano | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
2016 | 0000000000000256 256 / 5 565 | sem dados | 0997 380 |
20122012 | 06360000000000000636 636 / 5 565 | sem dados | 1076 76 |
20082008 | 05600000000000000560 560 / 5 554 | 10,08 | 1150 150 |
20042004 | 04100000000000000410 410 / 5 560 | sem dados | 1223 223 |
20002000 | 01870000000000000187 187 / 5 559 | sem dados | 1077 77 |
19961996 | 01100000000000000110 110 / 5 378 | sem dados | 1056 56 |
19921992 | 00540000000000000054 54 / 4 762 | sem dados | 1016 16 |
19881988 | 00380000000000000038 38 / 4 287 | sem dados | 1038– |
19851985[nota 1] | 00010000000000000001 1 / 201 | – | 1001– |
19821982[nota 1] | 00020000000000000002 2 / 3 941 | – | 1002– |
Ano | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
2016 | 0000000000002795 2 795 / 56 810 | sem dados | 0997 2272 |
20122012 | 050670000000000005067 5 067 / 56 141 | sem dados | 10899 899 |
20082008 | 041680000000000004168 4 168 / 51 903 | sem dados | 10489 489 |
20042004 | 036793 679 | sem dados | 11194 1 194 |
20002000 | 024852 485 | sem dados | 10590 590 |
19961996 | 018951 895 | sem dados | 10795 795 |
19921992 | 011001 100 | sem dados | 10200 200 |
19881988 | 00900900 | sem dados | 10782 782 |
19821982 | 00118118 | sem dados | 10118– |
Esses números representam o início dos mandatos, desconsiderando, por exemplo, candidaturas cassadas.
Organização
Tendências partidárias
Ver artigo principal: Lista de tendências do Partido dos Trabalhadores
Ativa
Inativa
Migrou para outro partido
Tendência | Sigla | Comentários e referências |
---|---|---|
Articulação - Unidade na Luta | AUNL | Integra o campo Construindo um Novo Brasil - CNB.[174] |
Articulação de Esquerda | AE | A Articulação de Esquerda é uma tendência ou corrente interna do Partido dos Trabalhadores (PT), fundada nos dias 18 e 19 de setembro de 1993.[175] Essa corrente é caracterizada por seguir uma linha política à esquerda do campo majoritário do partido e tem, como objetivo, a construção de um "Partido dos Trabalhadores de massa, democrático, socialista e revolucionário."[176] |
A CUT Pode Mais | – | Uma corrente interna na Central Única dos Trabalhadores que defende a classe trabalhadora, a democracia nas relações internas e externas, as conquistas históricas da classe trabalhadora e o sistema de governo socialista.[177] |
Brasil Socialista | BS | A Tendência BS foi formada na passagem dos anos 1980 para os anos 1990, como parte do processo geral desencadeado pelo 5º Encontro Nacional do PT e no redemoinho das mudanças no mundo socialista. Suas origens remontam ao Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR).[178] |
Democracia Radical | DR | Integrou o Campo Majoritário.[179] |
Democracia Socialista | DS | Integra o campo Mensagem ao Partido. Uma tendência fundada em 1979, ela participou ativamente do processo de construção do PT e procura, desde então, dialogar com seus militantes na busca pela construção de um partido socialista, democrático, internacionalista, feminista e antirracista, ecossocialista, defensor da ética pública e do republicanismo.[180] |
Esquerda Democrática | ED | A Esquerda Democrática, conjuntamente com corrente Democracia Socialista e o PT Amplo, integram o campo Mensagem ao Partido[181] |
Esquerda Popular Socialista | EPS | Fundada em 5 de Dezembro de 2011, em seu primeiro Congresso Nacional, em São Paulo. A EPS se define como marxista e, portanto, crítica e revolucionária.[182][183] |
Militância Socialista | MS | A Tendência MS luta contra a falácia neoliberal e se identifica com a perspectiva socialista. Acreditam que o capitalismo explora a classe trabalhadora, oprime e discrimina amplas maiorias, esmaga as diferenças e destrói a natureza, para buscar o lucro e o consumismo[184] |
Movimento PT | – | Fundada em 1999, mas oficializada como tendência somente em 2003,[185] |
O Trabalho | OT | Antiga Organização Socialista Internacionalista. Seção brasileira da Quarta Internacional.[186] |
PT Amplo e Democrático | – | A tendência gaúcha PT Amplo e Democrático, criada em 2009,[187] procura um programa que expresse a sociedade gaúcha no processo eleitoral.[188] O PT Amplo integra o campo Mensagem ao Partido.[189] |
PT de Luta e de Massas | PTLM | A tendência PT de Luta e de Massas foi criada em 1990.[190][191] |
Socialismo 21 | – | A Socialismo XXI foi formada em novembro de 2011, em Porto Alegre, com mais de dois mil filiados[192][193] |
União de Bases, Esperança Vermelha | – | Tendência municipal de Volta Redonda [194] |
Um Novo Rumo para o PT | NR | Tendência criada para aprofundar debate sobre as perspectivas da mudança social no Brasil em um horizonte de tempo mais amplo.[195][196] |
Ação Popular Socialista | APS | Fundada em 2004, saiu do partido em 2005 para integrar o PSOL.[197][198] |
Causa Operária | CO | Fundada em 1979, foi expulsa do partido em 1992, formando, em 1995, o PCO.[199] |
Convergência Socialista | CS | Formada em 1978, foi expulsa do PT em 1992 e colaborou ativamente na formação do PSTU[200][201][202] |
Corrente Socialista dos Trabalhadores | CST | Formada em 1992, abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação do PSOL.[203][204][205] |
Esquerda Marxista | EM | Oriunda da Corrente O Trabalho, abandonou o PT em 2015[206] |
Força Socialista | FS | Formada e lançada publicamente no 6º Encontro Nacional do PT (1989), converteu-se em 2004 na Ação Popular Socialista.[207][208] |
Fórum Socialista | FrS | A fusão entre a Opção de Esquerda e parte da Vertente Socialista, após o 8º EN, deu origem ao Fórum Socialista.[209] Hoje a atual Militância Socialista (MS).[210][211] |
Inaugurar um novo Período | – | Surgida em 2011, compôs no mesmo ano a Esquerda Popular Socialista..[212] |
Movimento de Ação e Identidade Socialista | MAIS | Integrou o campo Mensagem ao Partido[213] |
Movimento Comunista Revolucionário | MCR | Surgido em 1985, converteu-se em 1989 na Força Socialista.[214][215][216] |
Movimento Esquerda Socialista | MES | Abandonou o PT em 2004 colaborando para a fundação so PSOL.[217][218] |
Movimento pela Emancipação do Proletariado | MEP | Fundado em 1976, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário.[219][220] |
Movimento de Unidade Socialista | MUS | Ruptura do MES, que também saiu do PT aderindo ao PSOL.[221] |
MRS | MRS | Em 2011, passou a integrar a Esquerda Popular Socialistae a Nova esquerda[222] |
Nova Esquerda | NE | Formada em 1989, deu origem à Democracia Radical.[223] |
Organização Comunista Democracia Proletária | OCDP | Formada em meados de 1981, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário.[carece de fontes] |
Organização de Combate Marxista Leninista-Política Operária | OCML-PO | Surgida em 1970, diluiu-se no PT em 1986.[carece de fontes] |
Organização Socialista Internacionalista | OSI | Converteu-se em 1987 na corrente O Trabalho). No movimento estudantil, atuava através da tendência Liberdade e Luta (Libelu).[carece de fontes] |
Partido Comunista - Ala Vermelha | PC-AV | Formada em 1989, abandonou o PT em 1992 colaborando para a formação do PSTU.[carece de fontes] |
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário | PCBR | Converteu-se nos anos 1990 na tendência Brasil socialista.[carece de fontes] |
Partido Comunista do Brasil - Ala Vermelha | PCdoB-AV | Formado em 1960, fundiu-se com outras organizações em 1985 dando origem ao Movimento Comunista Revolucionário[224][225][226][227] |
Partido Revolucionário Comunista | PRC | Formado em 1984 e dissolvido em 1989, deu origem à Nova Esquerda e à Tendência Marxista.[carece de fontes] |
Poder Popular e Socialismo | PPB | Formado em 1986, deu origem à Vertente Socialista.[carece de fontes] |
PT de Aço | – | Passou, em 2011, a integrar a Esquerda Popular Socialista.[carece de fontes] |
PT Vivo | – | [carece de fontes] |
Socialismo Revolucionário | – | Aderiu ao PSOL.[carece de fontes] |
Tendência Marxista | – | Formada em 1990, fundiu-se com outras organizações em 2011, dado origem à Esquerda Popular Socialista.[carece de fontes] |
Tendência pelo Partido Operário Revolucionário | TPOR | Saiu do partido em 1990, passou a integrar o POR.[228] |
UPS | UPS | Ruptura da AE e que, em 2011, passou a integrar a Esquerda Popular Socialista.[carece de fontes] |
Receitas
Os partidos políticos brasileiros recebem do governo federal uma verba anual para assistência financeira, que é disponibilizada em doze parcelas mensais. Além disso, os partidos podem receber doações de empresas e indivíduos, e também contribuições financeiras de pessoas ligadas ao partido. Nos últimos anos a receita do PT teve os seguintes valores:
Ano | Receitas (R$ milhões) | |||
---|---|---|---|---|
Fundo partidário | Contribuições | Doações pessoas jurídicas | Doações pessoas físicas | |
2013[229] | 58,313 | 32,639 | 79,778 | 0,003 |
2014[230][231] | 59,703 |
Presidentes nacionais
O Partido dos Trabalhadores é o único partido no Brasil com eleições diretas para todos os cargos da direção partidária, em todos os níveis — municipal, estadual e federal — através do processo de eleições diretas (PED), que ocorre a cada três anos.[232] É necessário lembrar, no entanto, que pela concentração, cada vez maior, em uma ação política pautada pelo calendário eleitoral, e em torno da figura individual de Lula e do grupo mais afinado com ele — o Campo Majoritário — esse grupo acabaria por impor-se ao partido como facção dominante pelos expurgos das correntes de extrema-esquerda a partir da década de 1990.[233][234][235] As correntes expurgadas fundariam o PSTU,[236] em 1993; o PCO,[237] em 1995; e o PSOL,[238] em 2004.
Lista de presidentes nacionais do PT:
[239][240][241][242][243][244][245][246][247][248][249][250][251][252][253][254][255][256]
Foto | Nome | Mandato | Ascensão e referências | |
---|---|---|---|---|
Início | Fim | |||
Luiz Inácio Lula da Silva | 1981 | 1988 |
| |
Olívio Dutra | 1988 | 1988 |
| |
Luiz Gushiken | 1988 | 1990 |
| |
Luiz Inácio Lula da Silva | 1990 | 1994 [257][258] |
| |
Rui Falcão | 1994 [257] | 1995 [carece de fontes] |
| |
José Dirceu | 1995 | 2002 [259] |
| |
José Genoino | 2002 [260] | 2005 [261] |
| |
Tarso Genro | 2005 [262] | 2005 [263] |
| |
Ricardo Berzoini | 2005 | 2006 |
| |
Marco Aurélio Garcia | 2006 | 02 de janeiro de 2007 [265] |
| |
Ricardo Berzoini | 02 de fevereiro de 2007 [266] | 2010[267] |
| |
José Eduardo Dutra | 19 de fevereiro de 2010 | 29 de abril de 2011 |
| |
Rui Falcão | 29 de abril de 2011 | 3 de junho de 2017 |
| |
Gleisi Hoffmann | 3 de junho de 2017 | — |
|
Eleições internas
Ver artigos principais: Eleições internas no Partido dos Trabalhadores em 2007 e Eleições internas no Partido dos Trabalhadores em 2009
Membros notáveis
Alguns membros famosos do Partido dos Trabalhadores:[268][269][270][271][272][273][274][275][276][277][278]
- Adão Pretto
- Alexandre Padilha
- Aloizio Mercadante
- Altemir Gregolin
- Ana Rita Esgário
- Ângela Guadagnin
- Aníbal Diniz
- Antônio Biscaia
- Antonio Candido
- Arlindo Chinaglia
- Agnelo Queiroz
- Aziz Nacib Ab'Saber
- Benedita da Silva
- Binho Marques
- Camilo Santana
- Cândido Vaccarezza
- Carlos Eduardo Gabas
- Celso Amorim
- Chico Mendes
- Cida Diogo
- Dalva Figueiredo
- Delcídio Amaral
- Dilma Rousseff
- Domingos Dutra
- Dr. Rosinha
- Edmilson Rodrigues
- Eduardo Suplicy
- Édson Santos
- Elis Regina
- Eloi Ferreira Araújo
- Emidio de Souza
- Emir Sader
- Eudes Xavier
- Fátima Cleide
- Fernando Ferro
- Fernando Haddad
- Fernando Pimentel
- Florestan Fernandes
- Geraldo Magela
- Gilberto Carvalho
- Gilmar Machado
- Gleisi Hoffmann
- Guido Mantega
- Guilherme Cassel
- Hamilton Pereira
- Henrique Fontana
- Humberto Costa
- Iara Bernardi
- Ideli Salvatti
- Iriny Lopes
- Jair Meneguelli
- Jaques Wagner
- Jilmar Tatto
- João Coser
- João da Costa
- João Magno
- João Paulo Cunha
- João Pedro
- João Vaccari Neto
- Jorge Bittar
- Jorge Viana
- José Barroso Pimentel
- José de Abreu
- José Dirceu
- José Eduardo Cardozo
- José Eduardo Dutra
- José Genoino
- José Mentor
- José Nobre Guimarães
- Josias Gomes
- Lindberg Farias
- Luiz Barretto Filho
- Luiz Dulci
- Luiz Eduardo Greenhalgh
- Luiz Gushiken
- Luiz Inácio Lula da Silva
- Luiz Marinho
- Luiz Paulo Barreto
- Luiz Sérgio
- Luizianne Lins
- Marcelo Déda
- Márcia Lopes
- Márcia Tiburi
- Márcio Thomaz Bastos
- Marco Aurélio Garcia
- Marco Maia
- Maria da Conceição Tavares
- Maria do Rosário
- Marilena Chaui
- Mário Lago
- Mário Pedrosa
- Marisa Letícia Lula da Silva
- Matilde Ribeiro
- Maurício Rands
- Maurício Soares
- Miguel Rossetto
- Nelson Pellegrino
- Nilcéia Freire
- Odair Cunha
- Olívio Dutra
- Patrus Ananias
- Paul Singer
- Paulo Bernardo
- Paulo Garcia
- Paulo Paim
- Paulo Pimenta
- Paulo Teixeira
- Paulo Vannuchi
- Pedro Wilson
- Perseu Abramo
- Professor Luizinho
- Raimundo Angelim
- Raul Filho
- Raul Pont
- Reginaldo Lopes
- Ricardo Berzoini
- Roberto Sobrinho
- Rui Falcão
- Rui Costa
- Stela Farias
- Sebastião Almeida
- Sérgio Buarque de Holanda
- Sibá Machado
- Tarso Genro
- Telma de Souza
- Tião Viana
- Vicentinho
- Virgílio Guimarães
- Vladimir Palmeira
- Waldir Pires
- Wellington Dias
- Zeca do PT
- Ex-membros
- Alessandro Molon
- Ana Júlia Carepa
- Ângela Portela
- Anthony Garotinho
- Antonio Palocci
- Augusto Botelho
- Babá
- Carlos Minc
- Chico Alencar
- Cristovam Buarque
- Delcídio do Amaral
- Delúbio Soares
- Eduardo Jorge
- Elismar Prado
- Hélio Bicudo
- Heloísa Helena
- João Paulo Lima e Silva
- José Luiz Datena
- José Nery Azevedo
- Luciana Genro
- Luiza Erundina
- Marcelo Freixo
- Marcos Rolim
- Maria Luíza Fontenele
- Marina Silva
- Marinor Brito
- Marta Suplicy
- Plínio de Arruda Sampaio
- Serys Slhessarenko
- Silvio Pereira
- Soninha Francine
- Walter Pinheiro
Controvérsias
Ver artigos principais: Escândalo do mensalão, Escândalo dos bingos, Celso Daniel, Escândalo dos cartões corporativos e Petrolão
Em pesquisa de opinião sobre corrupção e política realizada em dezembro de 2015 pelo Datafolha, o Partido dos Trabalhadores foi considerado o partido com maior número de políticos corruptos. Enquanto 59% dos entrevistados consideraram que a maioria dos políticos do PT seriam corruptos, esse índice ficou em 44% para o PMDB e 38% para o PSDB.[279]
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço, em 4 de outubro de 2007, com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção entre os anos de 2000 e 2007. O PT aparece em nono lugar na lista, com 10 cassações, atrás do DEM, PMDB e PSDB, PP, PTB, PDT, PR e PPS.[280]
No ano de 2005, o penúltimo ano da gestão do PT, membros do partido viram-se envolvidos em várias acusações de corrupção que passaram a ter grande repercussão após denúncias do então deputado federal e ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson (envolvido em um escândalo de corrupção nos Correios), sobre um suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares, que denominou "mensalão". As acusações do deputado no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados do Brasil culminaram no afastamento do então Ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, na instalação da CPMI dos Correios e em várias acusações em sequência, que provocaram a saída do presidente do PT José Genoíno e o pedido de licença de vários membros da cúpula do partido. Dentre estes, os principais nomes eram os de Silvio Pereira, que era secretário-geral nacional do PT e saiu por ter ganho um veículo de uma empresa privada que havia vencido uma licitação, e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido, que foi expulso do partido. Após o escândalo do mensalão, o deputado federal José Dirceu teve seu mandato cassado pelo plenário da Câmara.[281][282] O relator da CPI concluiu: "Houve recebimento de vantagens indevidas por parlamentares e dirigentes partidários com periodicidade variável, mas constante em 2002 e em 2003. Chame-se a isso mensalão quem quiser; chame-se a isso quinzenão quem quiser; chame-se a isso semanão quem quiser",[283] citando o relatório final de Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG).
O PT defende a tese de que o crime cometido foi o de caixa dois e não o da compra de deputados. A respeito disso, o Presidente Lula declarou, em entrevista na França, no mês de julho de 2005, que "O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente. Eu acho que as pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo, porque o PT tem, na ética, uma das suas marcas mais extraordinárias. E não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção."[284]
Em setembro de 2006, surge um novo escândalo, chamado de "Crise do Dossiê", envolvendo pessoas próximas ao presidente Lula e ao senador Aloizio Mercadante, respectivamente candidatos à Presidência da República e ao governo de São Paulo, que pretendiam comprar, com 1,7 milhão de reais em dinheiro vivo, de origem duvidosa, um dossiê que supostamente vincularia o candidato José Serra com o escândalo das sanguessugas. No final, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inocentou, por unanimidade, o presidente Lula. Também foram inocentados o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos; o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini; o empresário Valdebran Padilha; o advogado Gedimar Passos; e o ex-assessor da Presidência Freud Godoy.[285][286] Por sua vez, o plenário do STF decidiu arquivar o inquérito contra o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) por falta de provas.[287]
O principal marco dos escândalos de corrupção no PT é o grande número de envolvidos na liderança do partido, do que não se tinha notícia até a crise do Mensalão. Em 1° de fevereiro de 2008, a Ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, também filiada ao partido, pediu demissão do cargo por conta dos gastos irregulares com o ´cartão de crédito corporativo de seu gabinete.[288]
Outro escândalo envolve o ex-ministro Antonio Palocci, que, segundo a Folha de S.Paulo, aumentou seu patrimônio em 20 vezes em quatro anos, sendo que uma grande parcela do seu enriquecimento se deu nos dois meses subsequentes às eleições presidenciais de 2010. Acusado de tráfico de influência, se viu muito próximo de sofrer a investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, o que possivelmente causaria um grande abalo no governo de sua presidenta Dilma Rousseff. Palocci enviou explicações para a evolução patrimonial[289] e, após analisar os documentos apresentados pelo ministro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, determinou o arquivamento das representações, pedindo a abertura de inquérito para investigar a evolução patrimonial do ministro.[290] Palocci pediu afastamento do cargo em 7 de junho de 2011.[291] Em setembro de 2017, desfiliou-se do partido.[292]
Durante o governo do PT, houve uma concentração da grande mídia, privilegiando os empresários já estabelecidos, principalmente no ramo de radiodifusão.[293]
O mais recente escândalo, conhecido como Petrolão, envolve pagamento de propina para empresários, políticos do PT, e políticos de outros partidos de dinheiro desviado da Petrobras juntamente com empreiteiros em licitações das principais refinarias brasileiras. O esquema de propina e desvio de recursos da estatal é investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato.[294][295]
Em maio de 2018, após José Dirceu ser novamente preso, o trio (Lula, Palocci e Dirceu) do Partido dos Trabalhadores, que comandou o país no primeiro governo Lula está preso. Dirceu foi chefe da casa Civil de 2003 a 2005, e Palocci foi Ministro da Fazenda de 2003 a 2006. A época, Dirceu e Palocci eram cotados como possíveis sucessores de Lula.[296] Antonio Palocci, foi o responsável por pavimentar o caminho entre o governo e o mercado financeiro. Depois de sair incólume do processo do mensalão, foi atingido por suspeitas de corrupção. Já Dirceu, trabalhou na interlocução do Executivo com deputados e senadores em busca da aprovação de projetos e na garantia da governabilidade.[297]
Ver também
- Lista de partidos políticos do Brasil
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Notas e referências
Notas
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Ligações externas
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- Fundação Perseu Abramo
- Agência Carta Maior - Especial "O Futuro da Esquerda"
"Os cabelos brancos dum presidente / A President's White Hair" , por Jorge Majfud
Informações sobre o PT , no Tribunal Superior Eleitoral- Valério Arcary prefácio ao livro PT de Oposição à Sustentação da Ordem de Cyro Garcia