Partido Social Liberal
Partido Social Liberal | |
---|---|
Número eleitoral | 17 |
Presidente | Luciano Bivar[1] |
Fundação | 30 de outubro de 1994 (24 anos) |
Registro | 2 de junho de 1998 (20 anos)[2] |
Sede | Brasília, DF |
Ideologia |
Histórico (1994-2018): |
Espectro político | Direita a Extrema-direita[10][11] |
Membros (2018) | 238 971 filiados[12] |
Senadores (2018)[13] | 0000000000000004 4 / 81 |
Deputados federais (2018)[14] | 0000000000000052 52 / 513 |
Governadores (2018)[15] | 0000000000000003 3 / 27 |
Deputados estaduais (2018)[16] | 0000000000000076 76 / 1 024 |
Prefeitos (2016) | 0000000000000030 30 / 5 570 |
Vereadores (2016)[17] | 0000000000000875 875 / 56 810 |
Cores |
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Página oficial | |
www.psl.org.br | |
Política do Brasil Partidos políticos Eleições |
Partido Social Liberal (PSL) é um partido político brasileiro historicamente alinhado ao social-liberalismo,[18] mas atualmente liberal apenas no âmbito econômico, defendendo o conservadorismo nos costumes.[19][20] O partido teve seu registro deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2 de junho de 1998 e tem o número 17 como número eleitoral.[21] O PSL tem cerca de 241 mil filiados em todo o país.[22]
Anteriormente considerado um partido nanico, nas eleições de 2018 o PSL se tornou o segundo maior partido do Brasil em número de parlamentares eleitos na Câmara dos Deputados, perdendo apenas para o Partido dos Trabalhadores.[23]
Índice
1 História
2 Organização
2.1 Programa ideológico
2.2 Liderança
3 Desempenho eleitoral
3.1 Participação em nível estadual e municipal
3.2 Participação em eleições parlamentares federais
3.3 Participação do partido em eleições presidenciais
4 Referências
5 Bibliografia
6 Ligações externas
História
Foi fundado em 30 de outubro de 1994,[24] obteve registro definitivo em 2 de junho de 1998 já sob a presidência de Luciano Caldas Bivar e desde então vem disputando as eleições.[18]
Sua ideologia original era o social-liberalismo, defendendo uma menor participação do Estado na economia, mas com o direcionamento total dos recursos arrecadados pelo Estado para a saúde, a educação e a segurança. Uma de suas bandeiras é a criação do Imposto Único Federal, eliminando os demais tributos da União, bandeira de Bivar em sua campanha presidencial, em 2006.[18][25] Tem como presidente nacional Gustavo Bebianno, e como presidente de honra o deputado federal e ex-dirigente esportivo do Sport Club do Recife, Luciano Caldas Bivar.
Em 2015, o Partido Social Liberal passou por uma reformulação liderada pela tendência interna liberal e libertária "Livres", que enfatizou posições ideológicas de cunho social-liberal, presentes na ideologia do partido de sua fundação até janeiro de 2018. A reformulação do partido contava com a colaboração de nomes conhecidos do liberalismo no Brasil, como o cientista político Fábio Ostermann e o jornalista Leandro Narloch.[26]
Em 5 de janeiro de 2018, o deputado federal e presidenciável Jair Messias Bolsonaro anunciou, junto ao presidente do partido Luciano Bivar, a sua filiação ao partido.[27] O partido também havia discutido a possibilidade de uma mudança de nome, talvez mudando para 'mobiliza' ou para 'republicanos', o que porém, não ocorreu.[28] Um mês antes, o presidente do partido havia dito que teria "orgulho" em acolher Bolsonaro, enquanto que o movimento Livres,[29] então uma tendência interna do partido, rejeitava a filiação.[30] Com a filiação de Bolsonaro, o PSL esperava obter até o final da janela partidária, cerca de 20 parlamentares, obteve porém, apenas 9.[31]
Com o anúncio da filiação de Bolsonaro por Bivar, então presidente do partido, o Livres anunciou que iria se desvincular do PSL, com desfiliação de seus membros, alegando incompatibilidade ideológica com Bolsonaro e que o partido teria passado por mais uma reformulação, dessa vez de tendência conservadora.[32]
Organização
Programa ideológico
Desde a entrada de Bolsonaro e a saída do Livres, o partido se afastou de suas raízes sociais-liberais e tem adotado posições conservadoras.[32] Hoje o partido ainda defende um modelo econômico liberal, porém se classifica como "conservador nos costumes". O partido se posiciona a favor da legalização do porte de armas de fogo (portanto a favor da revogação do Estatuto do Desarmamento) e contra o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o ensino da Identidade de gênero nas escolas.[33] Segundo estudo de Adriano Codato, cientista político e coordenador do Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil da UFPR, o partido é considerado uma sigla de direita,[34] enquanto que o cientista político Claudio Couto, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, classificou o partido como de extrema-direita.[35]
Desde a abertura da janela partidária em 2018, o partido conta com uma ala Monarquista, liderado pelo príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, que defende a restauração da monarquia no Brasil por meio de um referendo, sendo assim o primeiro grande partido desde 1889 a possuir uma expressiva fração monarquista.[36][37]
Liderança
O partido tem como líder um presidente, que é eleito por meio de convenções.
Desde 2018, o presidente era Gustavo Bebianno,[38] porém, deixou horas depois de Bolsonaro ser eleito o 38º presidente da república, Bebiano ocupava interinamente a direção da legenda desde que o deputado federal eleito Luciano Bivar (PSL-PE) se licenciara do cargo para concorrer a uma cadeira na câmara dos deputados.[1]
Desempenho eleitoral
Participação em nível estadual e municipal
Foram eleitos às assembleias legislativas estaduais dez deputados em 1998, treze em 2002 e oito em 2006. Já para o cargo de prefeito o partido elegeu onze candidatos em 1996, vinte e seis em 2000 e vinte e cinco em 2004. A participação do partido nas esferas estaduais e municipal se deu, ao longo dos anos, em todas as regiões do país - norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste.[18]
Participação em eleições parlamentares federais
Legislatura | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
201856.ª (2019-2023) | 00690000000000000052 52 / 513 | 10,1 | 0982 51 |
201455.ª (2015-2019) | 00690000000000000001 1 / 513 | 0,19 | 0981 0 |
201054.ª (2011-2015) | 00880000000000000001 1 / 513 | 0,19 | 1005 1 |
200653.ª (2007-2011) | 00830000000000000000 0 / 513 | 0,00 | 0992 1 |
200252.ª (2003-2007) | 00910000000000000001 1 / 513 | 0,19 | 1033 0 |
199851.ª (1999-2003) | 00580000000000000001 1 / 513 | 0,19 | 1009 – |
Legislatura | Eleitos | % | Var. |
---|---|---|---|
201856.ª (2019-2023) | 00130000000000000004 4 / 81 | 4,9 | 0999 4 |
201455.ª (2015-2019) | 00130000000000000000 0 / 81 | 0,00 | 0999 0 |
201054.ª (2011-2015) | 00140000000000000000 0 / 81 | 0,00 | 1003 0 |
200653.ª (2007-2011) | 00110000000000000000 0 / 81 | 0,00 | 0997 0 |
200252.ª (2003-2007) | 00140000000000000000 0 / 81 | 0,00 | 1007 0 |
199851.ª (1999-2003) | 00070000000000000000 0 / 81 | 0,00 | 1002 – |
Participação do partido em eleições presidenciais
Nas eleições de 2006, Luciano Bivar foi lançado pelo partido como candidato à presidência da República. Obteve votação pouco expressiva (62 064 votos), ficando em último lugar entre os candidatos aptos a se eleger. Américo de Souza, vice de Bivar na eleição anterior, seria o pré-candidato a presidência da República em 2010 pelo partido. Ele, no entanto, não conseguiu ter a sua candidatura oficializada.[41]
Em 2014, o PSL apoiou a candidatura de Eduardo Campos (PSB) a presidente da república e a de Marina Silva (PSB) a vice, compondo a coligação Unidos pelo Brasil, que pretendia ser uma terceira via à tradicional polarização entre os candidatos do PT/PMDB e do PSDB/DEM.[42][43]
Em 2018, o PSL lançou Jair Bolsonaro como candidato a presidente e em 5 de agosto de 2018. O general da reserva Antonio Hamilton Martins Mourão foi anunciado como o vice de Bolsonaro e o PRTB como parceiro de coligação do PSL. A coligação entre os dois partidos foi batizada de Brasil acima de tudo, Deus acima de todos, lema frequentemente utilizado por Bolsonaro em discursos. Jair Bolsonaro foi ao 2° turno junto a Fernando Haddad, do PT, e venceu com 55,13% dos votos válidos.
Ano | Imagem | Candidato a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | % | Colocação |
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2006 | Luciano Bivar | Américo de Souza | sem coligação | 62.064 | 0,06 | 7º | |
2014 | Marina Silva (PSB) | Beto Albuquerque (PSB) | PSB, PHS, PRP, PPS, PPL e PSL | 22.176.619 | 21,32 | 3º | |
2018 | Jair Bolsonaro | Hamilton Mourão (PRTB) | PSL e PRTB | 57.797.847 | 55,13% | 1º |
Referências
↑ ab Benites, Afonso (2 de outubro de 2018). «Gustavo Bebianno deixa presidência do PSL; Bivar reassume». jconline
↑ Tribunal Superior Eleitoral (TSE). «TSE - Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 7 de novembro de 2015
↑ abc «Em que acreditamos?.Partido Social Liberal». www.pslnacional.org.br
↑ ab «Bolsonaro decide concorrer à Presidência pelo PSL». Zero Hora. 5 de Janeiro de 2018.No documento divulgado nesta sexta-feira, Bolsonaro e Bivar dizem que "são prioridade para o futuro do país o pensamento econômico liberal, sem qualquer viés ideológico [...]" O texto diz ainda que "ambos comungam também da necessidade de preservar as instituições, proteger o Estado de Direito em sua plenitude e defender os valores e princípios éticos e morais da família brasileira. Por fim, a nota afirma que Bolsonaro e o PSL "serão um só" a partir de agora.
↑ Constança Rezende e Pablo Pereira (28 de outubro de 2018). «Bolsonaro uniu agenda liberal ao conservadorismo». Estadão. Consultado em 6 de dezembro de 2018
↑ «Com chegada de Bolsonaro, Livres anuncia saída do PSL»
↑ «Príncipe da família imperial será candidato a deputado federal»
↑ «Saiba como surgiu e o que defende cada partido». Rede Brasil Sul (RBS). 2 de Outubro de 2014
↑ «Maioria dos partidos se posiciona como de Centro. Veja quem sobra no campo da Direita e da Esquerda». O Globo. 29 de Março de 2016
↑ «Mourão, o controverso general que sela a chapa puramente militar de Bolsonaro». 6 de agosto de 2018. Consultado em 27 de setembro de 2018
↑ Miro, Jordi; Genot, Louis (8 de outubro de 2018). «Bolsonaro 'tsunami' swells far-right party in Brazil congress». Yahoo! News (em inglês). Consultado em 14 de outubro de 2018
↑ «Estatísticas do eleitorado». Tribunal Superior Eleitoral. Consultado em 29 de setembro de 2018
↑ «Senadores em Exercício - 55ª Legislatura (2015 - 2019)». Senado Federal. Consultado em 19 de abril de 2017
↑ «Siglas de Maia, Bolsonaro e Dias se beneficiam de troca-troca partidário». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de abril de 2018
↑ «Resultados - Tribunal Superior Eleitoral»
↑ «Deputados Estaduais Eleitos no País em 2018». G1
↑ «Vereadores Eleitos no País em 2016». G1
↑ abcd Vladimyr Lombardo Jorge. «PARTIDO SOCIAL LIBERAL (PSL)». Fundação Getúlio Vargas
↑ https://www.yahoo.com/news/bolsonaro-tsunami-swells-far-party-brazil-congress-200546684.html
↑ «Em que Acreditamos». Partido Social Liberal. Consultado em 1 de outubro de 2018
↑ Tribunal Superior Eleitoral: Partidos políticos registrados no TSE, acessado em 25 de julho de 2007
↑ «Eleitor e eleições». www.tse.jus.br
↑ «PT e PSL formam maiores bancadas da Câmara, mostra levantamento da XP». Exame
↑ «Nossa História». www.psl.org.br. Consultado em 2 de setembro de 2018
↑ «Cardápio: Imposto Único – INDIGO». indigo.org.br. Consultado em 7 de maio de 2017
↑ «PSL se renova e foca mais no "liberal" da sigla. Ou: It's happening! - Rodrigo Constantino». 28 de janeiro de 2016
↑ «Deputado Jair Bolsonaro anuncia filiação ao PSL». G1. 5 de janeiro de 2018. Consultado em 1 de outubro de 2018
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↑ NONATO VIEGAS (22 de Dezembro de 2017). «Presidente do PSL diz que será "orgulho" acolher Bolsonaro no partido». Época
↑ Rizério, Lara (21 de Dezembro de 2017). «Após Bolsonaro dizer que pode ir para o PSL-Livres, partido nega filiação: "absolutamente incompatível"». InfoMoney. Consultado em 1 de outubro de 2018
↑ Brasil, Agência (10 de Março de 2018). «17 deputados já mudarem de legenda; PSL, com Bolsonaro, é o mais favorecido». MoneyTimes. Consultado em 1 de outubro de 2018
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↑ Erro de citação: Código<ref>
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↑ Moraes, Igor (18 de maio de 2018). «O que significam direita, esquerda e centro na política?». O Estado de S.Paulo. Estadão. Consultado em 1 de outubro de 2018
↑ Pierry, Flávia (5 de maio de 2018). «Bolsonaro recebe apoio dos monarquistas». Gazeta do Povo. Consultado em 1 de outubro de 2018
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↑ Benites, Afonso (8 de março de 2018). «Bolsonaro inicia campanha pedindo votos para "bancada da metralhadora"». EL PAÍS
↑ «Bancada na Eleição». Portal da Câmara dos Deputados
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↑ «Partido Social Liberal». www.pslnacional.org.br
↑ «Presidente do PSL diz que partido desistiu de deixar coligação de Marina». G1. 22 de agosto de 2014. Consultado em 15 de setembro de 2018.Nesta sexta-feira, no entanto, o presidente do PSL afirmou ter tido 'longa conversa' com a candidata durante café-da-manhã. Segundo Bivar, o encontro o convenceu a manter o apoio à candidatura
↑ «Eleitor e eleições». www.tse.jus.br
Bibliografia
Castelo, Rodrigo (2013). O social liberalismo : auge e crise da supremacia burguesa na era neoliberal. São Paulo: Expressao Popular. ISBN 9788577432325. OCLC 940084243
Ligações externas
- Website oficial