Wilhelm Reich









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Wilhelm Reich

Wilhelm Reich in his mid-twenties.JPG
Wilhelm Reich em Viena em 1922
Nascimento

24 de março de 1897
Dobzau, hoje Ucrânia
Morte

3 de novembro de 1957, com 60 anos
Lewisburg, na Pensilvânia, nos Estados Unidos
Residência

Rangeley, no Maine
Nacionalidade

Estados Unidos estadunidense

Alma mater

Universidade de Viena
Causa da morte
Wilhelm Reich morreu de insuficiência cardíaca na prisão
Assinatura

WilhelmReichsignature.jpg
Campo(s)

Psiquiatria, psicanálise
Tese

Orgone, Psicoterapia Corporal




































Wilhelm Reich (Dobzau, Austria, 24 de março de 1897 — Lewisburg, Pensilvânia, 3 de novembro de 1957) foi um médico, psicanalista e cientista natural.[1] Ex-colaborador de Sigmund Freud, rompeu com este para dar prosseguimento à elaboração de suas próprias ideias no campo da psicanálise.




Índice






  • 1 Biografia


    • 1.1 Primeiros anos


    • 1.2 Carreira


    • 1.3 Vida Pessoal




  • 2 Ideias em conflito


  • 3 A função do orgasmo


  • 4 Perseguição Sistemática


  • 5 Bibliografia (algumas obras de Reich)


  • 6 Referências


  • 7 Ligações externas





Biografia |








Primeiros anos |


Nasceu em 24 de março de 1897 em Dobzau, uma pequena aldeia da Galícia (hoje, noroeste da Ucrânia e, à época, território pertencente ao Império Austro-Húngaro), no seio de uma família abastada de proprietários judeus germanizados. Era filho de Leon e Cäcylie (Roniger) Reich. Pouco depois, a família mudou-se para o sul, para a região da Bucovina, onde o pai foi gerir uma grande fazenda em Jujinetz. O jovem Reich foi educado estritamente segundo a cultura alemã e os pais mantiveram-no sempre afastado da população judaica de cultura iídiche. Até aos 13 anos, teve, sempre, professores particulares e, depois, estudaria no liceu de Czernowitz.


Desde cedo, vivendo na fazenda e em contacto direto com a natureza, se interessou pelos fenómenos e funções naturais. Na sua autobiografia de juventude, Passion of Youth, Reich conta que, aos quatro anos, já sabia o essencial sobre a sexualidade animal e humana e que, nessa tenra idade, tentou intimidade erótica com uma criada. Aos onze anos e meio, teve a sua primeira cópula, com a cozinheira da casa, que lhe ensinou os movimentos de vaivém do coito.


Em 1909, Cäcylie, durante as frequentes viagens e ausências do seu ciumento e colérico marido, foi seduzida pelo preceptor dos filhos. O jovem Wilhelm chegou a escutar os sons dos amantes. No início de 1910, Leon acabaria por descobrir o adultério, com o involuntário testemunho do aterrado Wilhelm. A partir de então, Leon passou a atormentar e a humilhar impiedosa e diariamente a sua mulher, de tal forma que Cäcylie acabou por se suicidar com veneno, morrendo em 1 de Outubro de 1910, no culminar de uma tragédia familiar que muito traumatizaria Reich.


Em 1914, cheio de remorsos, o pai contraiu voluntariamente uma pneumonia que degenerou em tuberculose e morreu, deixando o jovem Reich e seu irmão Robert (nascido em 1900) desamparados e com a gestão da fazenda em circunstâncias muito difíceis. Apesar de tudo, Reich prossegue os seus estudos, mas no ano seguinte, no decurso da I Guerra Mundial, a região é invadida pelos Russos e a fazenda é destruída. Reich teve de fugir para Viena completamente arruinado, e se alistou no exército austríaco, graduando-se como oficial e servindo na frente italiana.


Em 1918, com o final da guerra, Reich regressou a Viena e à vida civil e, ansioso por aprender rapidamente uma profissão que lhe permitisse subsistir, ingressou no curso de direito, o mais breve de todos, mas depressa se aborreceu e logo se transferiu para a Faculdade de Medicina, onde, aluno superdotado, e valendo-se do seu estatuto especial de veterano de guerra, completou o curso de seis anos em apenas quatro. Sobrevivia dando explicações aos seus colegas.


Em 1919, ao preparar um seminário sobre sexologia, conhece Freud e fica bastante impressionado com o seu mestre: "Ao contrário dos outros psicanalistas, Freud não se dava ares e comportava-se com naturalidade. Os seus movimentos eram ágeis e descontraídos."



Carreira |


Com uma carreira prolífica, com muitos livros editados, Reich se interessou, estudou e elaborou teorias em muitos ramos da ciência, como psicologia, psicanálise, biologia, sociologia, educação, química, física, sexologia, filosofia e vários outros. Pesquisou desde o ser humano e as plantas até as galáxias e a atmosfera, colocando sua multiplicidade dentro de uma ciência que criou denominada Orgonomia.


Seus livros mais famosos são: "A Função do Orgasmo", "A Biopatia do Câncer", "Análise do Caráter", "A Revolução Sexual", "Psicologia de Massas do Fascismo", "O Assassinato de Cristo", "Escuta, Zé Ninguém", "Éter, Deus e o Diabo".



Vida Pessoal |


Formando-se em 1922, inicia seus trabalhos com o tratamento de pacientes com distúrbios mentais na Universidade Neurológica e Psiquiátrica, junto a Paul Schilder. Inclui, no tratamento, técnicas de hipnose e de psicoterapia.


Em 1924, faz sua pós-graduação, se tornando membro integrante da Sociedade Psicanalítica de Viena, na qual ficou até 1930.


Foi casado com Annie Reich (que se tornaria psicanalista), de quem se divorciou em 1932, e com a qual teve duas filhas, Eva e Lore. Viveu mais tarde com a bailarina Elsa Lindenberg, de quem se separou ao partir para os Estados Unidos. Pouco depois de lá chegar, viveu com a sua assistente Ilse Ollendorf, com quem se casou e com quem teve um filho, Peter. Mais tarde, divorciou-se e teve uma ligação com a bióloga e colaboradora Aurora Karrer, sua última companheira.


Em 1933, é forçado pelo nazismo a sair da Alemanha, mudando-se para Oslo, na Noruega, laborando no Instituto de Psicologia da universidade local. Ali, vive até 1939, quando muda-se para Nova Iorque, cuidando de divulgar suas ideias, agora na língua inglesa, tendo seu "A função do orgasmo" sido publicado pela primeira vez neste idioma em 1942.


Nos Estados Unidos, Reich cria um instituto para o estudo do "orgónio", passando a fazer muitas pesquisas, inclusive para tratamento do câncer, pesquisas essas publicadas em seu livro "A Biopatia do Câncer". Em 1954, passa a ser investigado pela Food and Drug Administration, o que lhe rende um processo e posterior aprisionamento, após infrutíferas tentativas de apelação. Reich não reconhecia outra pessoa na defesa de sua ciência que não ele mesmo.


Preso em 12 de março de 1957, morre de ataque cardíaco em 3 de novembro do mesmo ano.



Ideias em conflito |


Foi um discípulo dissidente de Sigmund Freud. Propôs a gênese da neurose como consequência dos conflitos de poder que se estabelecem nas relações sociais e suas implicações emocionais e psicológicas.


Reich dava grande ênfase à importância de desenvolver uma livre expressão dos sentimentos sexuais e emocionais dentro do relacionamento amoroso maduro. Reich enfatizou a natureza essencialmente sexual das energias com as quais lidava e descobriu que a energia orgone era bloqueada de forma mais intensa na pélvis.


Embora divergindo de Freud em muitos aspectos, Reich deste não se apartou, na compreensão de que toda a psique humana deriva da compreensão das funções sexuais.
Por exemplo manteve o entendimento de que o caráter está associado às transformações das excitações sexuais, aproximando esta noção da concepção de defesa que singulariza e identifica o indivíduo, protegendo seu ego da desintegração e da angústia provocadas por sua localização intermediária entre o id e o mundo externo. [2]


Suas opiniões radicais a respeito da sexualidade, apesar da aproximação do estudo desse tema, tão amplamente discutido e pesquisado na psicanalise, à fisiologia nervosa e biofísica, resultaram em consideráveis equívocos e distorções de seu trabalho por autores futuros e, consequentemente, despertaram muitos ataques.



A função do orgasmo |


Com este título, sua obra mais conhecida expõe conceitos para os quais a psicanálise freudiana não estava preparada.


Analisando os efeitos da respiração no ato sexual sobre o indivíduo, Reich chegou à conclusão que seu uso harmonizaria o corpo físico, com implicações na própria mente, normalizando o fluxo de trocas com o meio, pela absorção do orgônio.


Reich condenava frontalmente a prática de Yoga, que via como uma tentativa de reprimir os impulsos vitais por meio de técnicas respiratórias, o que impediria a liberação da energia vital e, portanto, ajudaria na manutenção dos bloqueios psíquicos (causadores das neuroses) e musculares (causadores concorrentes de doenças somáticas).



Perseguição Sistemática |


A psicanálise, tal como construída pelo seu criador, impunha um quase total engessamento das ideias em torno daquilo que dissera Freud. Embora acreditasse estar contribuindo para o avanço da teoria psicanalítica (conforme ele aponta em A Função do Orgasmo), a teoria de Reich a respeito do corpo que culminou na vegetoterapia e depois sua forte oposição à noção freudiana de pulsão de morte gradativamente tiveram o efeito de torná-lo um rebelde dentro do movimento. Como Reich também se envolvia ativamente com política, e a ordem era que a psicanálise deveria ser uma ciência acima de disputas políticas, Reich acabou sendo expulso com base nesse argumento.


Suas ideias e práticas geraram desconforto nos diversos lugares por onde passou. E mesmo nos Estados Unidos, acreditado ser o "país da liberdade", foi sistematicamente perseguido e terminou preso.



Commons

O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Wilhelm Reich



Bibliografia (algumas obras de Reich) |




  • O combate sexual da juventude. Porto : António Daniel de Abreu. 1972.


  • Psicologia de massa do fascismo. 1933. 1º edição. Publicações Escorpião. Porto. 1974.


  • A Revolução Sexual. 1930. 1º edição. Zahar. Rio de Janeiro. Sexta edição. 1980.


  • Análise do caráter. Charakteranalyse. 1989. Martins Fontes, SP.



Referências




  1. Wilhelm Reich, Psicologia de massas do fascismo, São Paulo: Martins Fontes, 2001


  2. SILVA, João Rodrigo Oliveira e; ALBERTINI, Paulo. Notas sobre a noção de caráter em Reich. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 25, n. 2, p. 286-303, jun. 2005 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000200010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 maio 2018



Ligações externas |



  • (Freud contra) Reich - essência e consequência

  • Notícia: a Wilhelm Reich aos 50 anos de sua morte





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