Império Colonial Holandês
Nederlandse Koloniale Rijk Império Colonial Holandês | ||||
Império | ||||
| ||||
Bandeira | ||||
Territórios que formaram o Império Neerlandês. | ||||
Continente | Europa, América, África, Ásia e Oceania | |||
Capital | Amsterdão | |||
Língua oficial | Neerlandês | |||
Religião | Correntes protestantes | |||
Governo | República (1602-1815) Monarquia (1815-1975) | |||
Rei | ||||
• 1602-1625 | Maurício de Nassau | |||
• 1948-1980 | Juliana I | |||
Período histórico | Colonialismo | |||
• 1602 | Conquista de Ceilão | |||
• 25 de novembro de 1975 | Independência do Suriname | |||
Gentílico: neerlandês (esa) |
Império Colonial Holandês, também conhecido como Império Colonial Neerlandês, ou simplesmente como Império Neerlandês, é o nome dado ao conjunto de colónias que os neerlandeses dominaram a partir de 1602, com o lançamento da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais. Apesar de não ter sido tão extenso como outros impérios, ainda assim tinha presença em todos os continentes, desde as Índias Orientais Neerlandesas (actual Indonésia), passando pela colónia do Cabo (na África do Sul) até às Caraíbas, onde ainda subsistem as Antilhas Neerlandesas, que são ainda parte do Reino dos Países Baixos, embora autónomas.
Estes territórios foram, primeiramente, administradas pela Companhia das Índias Orientais e pela Companhia das Índias Ocidentais - sendo, ambas, companhias privadas. Três séculos depois, com os problemas financeiros destas duas empresas, o governo neerlandês tomou posse dos territórios (em 1815 e 1791, respectivamente), passando a ser, oficialmente, colónias.
Nos anos de 1624 a 1654, os neerlandeses dominaram boa parte do Nordeste do Brasil (Nova Holanda), formando uma tentativa de colonização, porém foram expulsos pelos portugueses.
Índice
1 Origens comerciais
2 Ásia
2.1 Ceilão
2.2 Índias Orientais Neerlandesas
2.3 Formosa
2.4 Malaca
2.5 Nova-Guiné Neerlandesa
3 Américas
3.1 Índias Ocidentais Neerlandesas
3.2 Amazônia Neerlandesa
3.3 Nova Holanda
3.4 Novos Países Baixos
3.5 Suriname
4 África
4.1 Angola
4.2 Costa do Ouro Neerlandesa
4.3 Colónia do Cabo
5 Ver também
6 Referências
7 Ligações externas
Origens comerciais |
Após a fundação da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais em 1602, o interesse dos neerlandeses pelas possessões ultramarinas de Portugal
causou a Guerra Luso-Neerlandesa. Portugal estava, desde 1580, unido ao Império Espanhol. Nesta época os espanhóis estavam em guerra contra os rebeldes neerlandeses que visavam a independência. Embora estando sob o governo de um mesmo rei, os impérios ultramarinos de Espanha e Portugal continuavam sendo administrados separadamente. Extenso e difícilmente defendido, o império ultramarino português tornou-se um alvo perfeito para as pretensões expansionistas neerlandesas, interessados no controle do comércio de especiarias.
Ásia |
Ceilão |
Os neerlandeses chegaram pela primeira vez a Ceilão em 1602, que
encontrava-se sob o domínio português. Entre 1636 e 1658 os neerlandeses lutaram contra os portugueses para expulsá-los, inicialmente auxiliados pelos governantes locais. Os portugueses governaram a ilha de 1505 até 1658 e tentaram converter a população ao cristianismo. Os neerlandeses foram melhor vistos pelos governos locais porque estavam mais interessados no comércio que convertê-los ao cristianismo. Uma vez que os portugueses haviam sido expulsos a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais (VOC) tentou expandir seu controle no interior sem obter sucesso e só pôde controlar as províncias costeiras. Ceilão converteu-se no centro do império durante o governo da VOC. Sua importância deve-se ao facto que era o ponto intermédio entre a África do Sul e a Indonésia. Ademais era uma fonte de canela e elefantes, que logo eram vendidos aos príncipes indianos. Em 1796 os britânicos
tomaram o controle da ilha, a qual lhes foi formalmente cedida pelo tratado de Paz de Amiens.
Índias Orientais Neerlandesas |
Ver artigo principal: Índias Orientais Neerlandesas
A colonização das Índias Orientais Neerlandesas (actual Indonésia) teve início com a captura da base de operações dos portugueses, Amboina, situada nas Ilhas Molucas, pelos neerlandeses em 1605. Em 1619 fundaram Batavia (atual Jacarta) na ilha de Java, como centro de coordenação das operações neerlandesas no Oriente. Pouco a pouco, os neerlandeses tomaram todos os portos do arquipélago: Malaca em 1641, Achém em 1667, Macáçar em 1669 e Banten em 1682. Após a falência da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais em 1799, o arquipélago passou a ser directamente controlado e administrado pelo estado neerlandês até a sua independência em 1949.
Formosa |
Interessada no comércio com a China, a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais estabeleceu-se na ilha de Taiwan (Formosa). Os neerlandeses controlaram a zona sul da ilha, cuja principal base era Forte Zeelândia. Seu controle da zona durou de 1624 até 1662, ano em que foram expulsos por Koxinga. A ilha era uma fonte de cana de açúcar e peles de veado. Também era o lugar onde os comerciantes neerlandeses podiam negociar com os comerciantes da China Continental e comprar a seda necessária para vender-la no mercado japonês.
Malaca |
Em 1641 os neerlandeses conquistam Malaca, situada na costa oeste da Malásia, expulsando os portugueses. Malaca foi, de acordo com o tratado firmado com o stadthouder Guilherme V, Príncipe de Orange, cedida ao Reino Unido durante as Guerras Napoleônicas. O Reino Unido a devolveu ao recém criado Reino Unido dos Países Baixos em 1816, porém em virtude do Tratado Anglo-neerlandês de 1824 sua soberania retornou ao Reino Unido.
Nova-Guiné Neerlandesa |
Nova-Guiné Neerlandesa (actual Papua, província da Indonésia) foi, de 1949 a 1962, um território ultramarino neerlandês. Os Países Baixos mantiveram a Nova-Guiné Neerlandesa, que antes fazia parte das Índias Orientais Neerlandesas, após a independência da Indonésia.
Américas |
Índias Ocidentais Neerlandesas |
Ver artigo principal: Índias Ocidentais Neerlandesas
A colonização das Índias Ocidentais Neerlandesas, depois chamadas de Antilhas Neerlandesas, um grupo de ilhas pertencentes a Espanha, começou em 1620 com a conquista de Sint Maarten, que continua sendo território constituínte do Reino dos Países Baixos.
Hoje, as antigas Antilhas Neerlandesas são organizadas como três unidades autogovernantes: St. Maarten, Aruba e Curaçao,[1] cujas relações judiciais com o Reino dos Países Baixos são controladas pelo Estatuto do Reino dos Países Baixos.
Amazônia Neerlandesa |
Nas proximidades de Almeirim (antiga Aldeia de Paru), os neerlandeses, acompanhados de alguns ingleses, liderados por Pieter Adriaansz, empreenderam uma tentativa colonial com a construção, em 1623, do "Forte do Morro da Velha Pobre". Foram repelidos pela incursão portuguesa liderada por Bento Maciel Parente, que os expulsou de volta para a Zelândia, nos Países Baixos. O forte neerlandês foi destruído.[2]
Nova Holanda |
Nova Holanda foi estabelecida pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais em 1630 com a conquista da capitania de Pernambuco. Entre 1633 e 1641, a companhia expandiu a colônia, que abrangeu a região Nordeste do Brasil com exceção da Bahia.
Nova Holanda foi reconquistada pelos portugueses em 1654 e formalmente cedida a Portugal em 1661 através da Paz de Haia. As principais cidades da Nova Holanda foram Frederickstadt e Mauristadt.
Novos Países Baixos |
Ver artigo principal: Novos Países Baixos
Os Novos Países Baixos consistiram na área do norte da costa atlântica dos Estados Unidos da América, que foi primeiro visitada por exploradores neerlandeses e mais tarde controlada e colonizada pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais. Os assentamentos estabeleceram-se inicialmente ao redor do rio Hudson: Fort Nassau criado em 1614, abandonado em 1617 pelas contínuas inundações e restabelecido em 1624 com o nome de Fort Orange, na atual Albany e Nova Amsterdã, fundada em 1625 na ilha de Manhattan. A colônia alcançou seu máximo tamanho com a absorção do assentamento sueco Fort Christina em 1655, terminando assim com a colônia Nova Suécia.
A colônia Novos Países Baixos chegou ao fim após o término da Terceira Guerra Anglo-Neerlandesa em 1674, quando os assentamentos neerlandeses passaram a fazer parte da coroa britânica e Nova Amsterdã foi renomeada Nova Iorque.
Suriname |
Suriname é capturado pelos holandeses dos britânicos durante a Segunda Guerra Anglo-Holandesa. Os holandeses tomam formalmente posse de Suriname e de suas valiosas plantações de açúcar em troca dos Novos Países Baixos com a firmação do Tratado de Westminster, em 1674. O país foi um território ultramarino holandês até a sua independência, em 1975.
África |
Angola |
Angola foi atacada pelos neerlandeses em 1624. Os neerlandeses ocuparam Angola em 1641 para assegurar a mão-de-obra escrava em Pernambuco. O rei angolano Mwene Kongo formou uma aliança com os portugueses, que reconquistaram Angola em 1648.
Costa do Ouro Neerlandesa |
A colonização da Costa do Ouro Neerlandesa, (actual Gana), teve início em 1637 com a conquista da Fortaleza de São Jorge da Mina aos portugueses. Os portugueses cederam a colónia aos neerlandeses em 1642. A Costa do Ouro foi uma colónia neerlandesa de 1637 até 1871, ano em que foi vendida aos britânicos.
Colónia do Cabo |
Ver artigo principal: Colónia do Cabo
A Companhia das Índias Orientais estabeleceu em 1652 um posto de reabastecimento no Cabo da Boa Esperança, situado a meio caminho entre as Índias Orientais Holandesas e as Índias Ocidentais Holandesas. O Reino Unido conquistou a colónia em 1797 durante a quinta Guerra Anglo-Holandesa, anexando-a em 1805. Os colonizadores holandeses ainda permaneceram na África do Sul após os britânicos terem tomado posse, mais tarde estabelecendo-se em Natal, e foram chamados de bôeres.
Ver também |
- História dos Países Baixos
- Imperialismo
- Império global
- Antilhas Neerlandesas
- Reino dos Países Baixos
- Aruba
- Curaçao
- St. Maarten
Referências
↑ Reuters. «Antilhas Holandesas são dissolvidas; dois novos países criados». Yahoo! Notícias. Consultado em 11 de outubro de 2010. Arquivado do original em 13 de outubro de 2010
↑ Donato, Hernâni. (1996). Dicionário das batalhas brasileiras 2 ed. São Paulo/SP: IBRASA
Ligações externas |
A França e a Holanda no Brasil Colônia (em português)
De VOCsite (em neerlandês)
História colonial portuguesa e neerlandesa (em inglês)
VOC Kenniscentrum (em neerlandês)