Rainer Werner Fassbinder













































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Rainer Werner Fassbinder


Retrato de Fassbinder
Nome completo
Rainer Werner Fassbinder
Nascimento

31 de Maio de 1945
Bad Wörishofen, Baviera
Morte

10 de Junho de 1982 (37 anos)
Munique, Baviera
Ocupação
Realizador, produtor, argumentista

Festival de Cannes

Prêmio do Júri Ecumênico
O Medo Consome a Alma - 1974

Festival de Berlim

Urso de Ouro
O Desespero de Veronika Voss - 1982
Outros prêmios


  • Festival Internacional de Cinema de Toronto: Prêmio da Crítica Internacional
    O Desespero de Veronika Voss - 1982


Página oficial
IMDb: (inglês)

Rainer Werner Fassbinder (Bad Wörishofen, 31 de maio de 1945 — Munique, 10 de junho de 1982) foi um diretor de cinema e ator alemão, um dos mais importantes representantes do Novo Cinema Alemão.




Índice






  • 1 Biografia


  • 2 Estilo


  • 3 Temas


  • 4 Principais trabalhos


  • 5 Bibliografia


  • 6 Ligações externas





Biografia |


Nasceu em Bad Wörishofen, uma cidade da Baviera. Durante a sua carreira, fez 43 filmes (incluindo dois curta-metragens e Berlin Alexanderplatz, de 15 horas e meia) e trabalhou como ator de cinema e teatro, cinegrafista, compositor, designer de produção, editor de cinema, produtor de cinema e administrador de teatro.


Fez, em média, um filme a cada 100 dias. Sua disciplina intensa e energia criativa fenomenal ao trabalhar faziam contraste com os excessos de relacionamentos destrutivos da sua vida pessoal com as pessoas que ele atraiu: atores (incluindo Kurt Raab e Hanna Schygulla), cinegrafistas e técnicos (notavelmente Michael Ballhaus) e da mesma forma John Cassavetes.


Fassbinder era bissexual assumido. Predominam em suas obras temáticas relativas à situação de "deslocados" na sociedade alemã. A condição humana, mesmo demonstrada através do amor lésbico, é o tema fundamental em seu filme As Lágrimas Amargas de Petra von Kant ou, em seu original, Die bitteren tränen der Petra Von Kant(1971).


A solidão, o medo, o desespero, uma angústia, uma busca pela própria identidade e o amor não correspondido são assuntos recorrentes em seus filmes. As paixões íntimas como forma de retratar uma época - conseqüências da Alemanha dos anos setenta que ainda carregava marcas do pós-guerra, da democracia recebida como compensação - e dar o testemunho de suas dificuldades econômicas, políticas, morais e sexuais são os grandes temas do cinema de Fassbinder. Nele sempre haverá um lugar essencial para uma mulher, figura que servirá para propagar diversas fórmulas de emancipação feminina e para representar a nação alemã, especialmente através de três heroínas que protagonizam sua trilogia da Alemanha Ocidental: Maria Braun, interpretada por Hanna Schygulla em "O Casamento de Maria Braun" (1979), Lola, vivida por Barbara Sukowa em "Lola" (1981) e Veronika Voss, interpretada por Rosel Zech em "O Desespero de Veronika Voss"(1982).


"O incrível era que esse contraditório animava os outros com seu medo", apontou certa vez o cineasta e ator Hark Bohm, que Juntamente com Susan Sontag considera Fassbinder uma das referências culturais do século XX.


Fassbinder morreu de uma overdose de cocaína e barbitúricos aos trinta e sete anos. Sua morte é considerada um marco do fim do Novo Cinema Alemão.



Estilo |


O estilo de Fassbinder é muito variado (clássico, barroco, realista, alegórico, expressionista, moderno), não apenas considerando o conjunto de sua filmografia, mas também cada filme em particular. À boca pequena se fala de Fassbinder como um grande diretor de cena, já que cada plano é minuciosamente desenhado para provocar um forte impacto estético na tela, com sobriedade e variações técnicas. Em seus primeiros filmes, abundam os planos lentos, muitas vezes estáticos e, inclusive, repetidos, como, por exemplo, em obras como Katzelmacher, de 1969, e Martha, de 1973.


Sua estreita colaboração com o câmara Michael Ballhaus permitiu ir ao fundo em todo o tipo de audácia na filmagem, conseguindo em alguns filmes verdadeiros atrevimentos técnicos, como em Roleta Chinesa, de 1976. Ambos ensaiaram juntos pela primeira vez o giro completo de 360 graus no filme Marta, que, posteriormente, se converteu na marca pessoal de Ballhaus em sua carreira em Hollywood, quando trabalhou ao lado de Martin Scorsese, Francis Ford Coppola e Paul Newman.


Esse atrevimento estético e técnico, no entanto, nunca foram meros exercícios de estilo. Sempre estiveram por trás de uma formação que Fassbinder herdou de mestres do melodrama hollywoodiano, como Raoul Walsh, de quem se apropriava do nome sempre como pseudônimo, ou Douglas Sirk, a quem conheceu pessoalmente, colaborando, inclusive, como ator em seu último filme, o curta-metragem Bourbon Street Blues, de 1978.


Com Ballhaus indo para os Estados Unidos, Fassbinder trabalhou com Xaver Scharzemberger, com quem rodou obras importantes, como As lágrimas amargas de Petra von Kant, Lola, assim como a mítica adaptação televisiva de Berlin Alexanderplatz, novela de autoria de Alfred Döblin. em seus últimos filmes seu estilo se tornou ainda mais hermético, com seus filmes se tornando mais difíceis e com visões distanciadas do espectador, como em A terceira geração, de 1979, Um ano de 13 luas, de 1978, ambos filmados por ele, e o clássico Querelle, de 1982.



Temas |


Cinema de mulheres

Em sua filmografia, cheia de personagens femininos inesquecíveis, deve-se destacar algumas atrizes com quem trabalhou intensamente, como Hanna Shygulla, Margit Carstensen, Ingrid Caven ou Irm Hermann. Todas elas de sua mesma geração, formaram parte de uma equipe desde o início, porém Fassbinder também trabalhou com atrizes diferenciadas, como Brigitte Mira, com quem dividiu trabalhos como Todos nos Chamamos Alí, de 1973, e Viagem à Felicidade de Mamãe Küsters, de 1975.


Cinema gay

Mesmo com Fassbinder nunca fazendo um "cinema gay", no qual trata o ambiente e a vida homossexual em primeiro plano, em quase todos os seus filmes é possível encontrar personagens homossexuais e, como ele mesmo disse, sempre se pode notar uma sensibilidade gay em seus filmes. Além disso, algumas de suas obras tem como protagonistas um homossexual, como As lágrimas Amargas de Petra von Kant, A lei do mais Forte e Querelle, baseada na obra Querelle de Brest, de 1947, de autoria de Jean Genet.


Retrato da Alemanha

Em sua profícua carreira, Fassbinder conseguir fazer um retrato exaustivo da Alemanha. Sua história, sua sociedade, cultura e geografia. Muitos críticos assinalam que as obras do diretor são indispensáveis para entender o que é hoje a Alemanha.


Ele filmou por todo o país, situando histórias em locais diversos, como Baviera, Baden, Frankfurt, Berlim. Retratou todas as classes sociais, como os burgueses, em Roleta Chinesa, os comerciantes, em O mercador de quatro estações, o proletariado, em Viagem à felicidade de Mamãe Küster, o lúmpen, em O amor é mais frio que a morte, os intelectuais, em Satansbraten, os jornalistas, em As lágrimas Amargas de Petra von Kant, ou os emigrantes, em Katzelmacher.


Levou ao cinema obras capitais da literatura alemã, como Effi Brest (1894), de Theodor Fontane, considerado o mais importante escritor alemão do século XIX, tendo esse livro sido considerado a Madame Bovary alemã. Também filmou Berlin Alexanderplatz (1929), de Alfred Döblin, que retrata a crise social e moral da Alemanha pré-nazista.


Realizou também uma trilogia sobre a República Federal no pós-guerra, a era Adenauer, assim como retratou o nascimento do nazismo, assim como seu auge e queda, em filmes como Desespero (Eine Reise Ins Licht-Despair) e Lili Marlene.


Também retratou os assuntos sociais de sua época, como o terrorismo de extrema esquerda da RAF, em seu filme A terceira geração. Participou de um filme coletivo, Alemanha no outono, junto com outros diretores esquerdistas para dar seu ponto de vista sobre a morte de três membros da RAF na prisão, em 1978, e sobre a radicalização do governo alemão sobre o tema segurança.


Douglas Sirk e o melodrama distante

A influência do melodrama norte-americano em Fassbinder irrompe a partir de 1971, quando vê uma série de filmes de Douglas Sirk em uma retrospectiva e decide ir conhecê-lo pessoalmente em sua casa, em Lugano, na Suíça. Os filmes de Sirk e o contato com ele fizeram com que Fassbinder buscasse um cinema mais popular, buscando um público mais abrangente, deixando de lado sua etapa mais cult, influenciada pela Nouvelle Vague.


Seu propósito desde esse momento foi criar filmes "como os de Hollywood, porém sem a hipocrisia". Com o modelo Douglas Sirk em mente, buscou a maneira de se comunicar com a massa sem truques de sentimentalismo, ressaltando a empatia natural do espectador e apresentando a história da maneira mais fria, intelectualizada e distanciada.


Essa intenção deu lugar a um estilo de filmar atrevido e moderno (tão moderno como suas primeiras obras, porém, com outra atitude). A presença da câmara se faz quase visível ao espectador, pelos ângulos, os movimentos e os planos, conseguindo, assim, uma antinaturalidade que pretende distanciar o espectador e obrigá-lo a julgar as histórias sem as manipulações sentimentais. Seu primeiro "melodrama distanciado" foi As lágrimas amargas de Petra von Kant, de 1972, que foi também seu primeiro êxito internacional.


Doppelgänger

Um tema que se repete constantemente na filmografia fassbinderiana é o desdobramento da personalidade. Suas películas estão cheias de espelhos, de personagens que sofrem crises de identidade, de confusões e de traumas. O próprio Fassbinder acreditava que para ser um artista era necessário se desdobrar, viver duas vidas em uma o que, quiçá, explicaria a sua incrível produtividade. Em Desespero (Eine Reise Ins Licht-Despair) o protagonista crê ter encontrado a solução para sua crise existencial ao conhecer um outro eu e planeja substituí-lo e romper de uma vez com sua existência. Em Querelle, dois irmãos se reencontrar para provocar confusão entre todos os seus pares e entre eles próprios.


Música

O particular tratamento do som nos seus filmes permitiu a Fassbinder conseguir o seu desejado "distanciamento dramático". Jogava com a dublagem — às vezes fazia com que os atores não dublassem a si próprios, mas a outras personagens da história —, com os canais de som — modificando a relação real dos ruídos na relação espaciotemporal — e com a música que incluía em seus filmes.


Sempre contou com a colaboração do músico Peer Raben, com quem compôs a letra de várias canções que foram gravadas por Hanna Schygulla ou Ingrid Caven. Também escolhia com esmero os temas musicais de suas obras, que tiveram temas desde música clássica até canções pop, das quais, aliás, ele era um grande aficionado.


Em alguns filmes é possível distinguir canções de Leonard Cohen, do Kraftwerk, ou dos The Walker Brothers, normalmente devido ao fato de a personagem decidir escutar essa música. Exemplos são quando Margit Carstenses, para acalmar sua fragilidade mental, escuta "Bird on the wire", de Cohen, em Medo ao medo; em A Roleta Chinesa, a criança e sua ama escutam e dançam Radioactivität, do Kraftwerk.



Principais trabalhos |



























































































































































































































Ano
Título em alemão
Título em inglês
Meio

1969

Liebe ist kälter als der Tod

Love Is Colder Than Death
Filme

1969

Katzelmacher

Katzelmacher
Filme

1969

Götter der Pest

Gods of the Plague
Filme

1969

Warum läuft Herr R. Amok?

Why Does Herr R. Run Amok?
Filme

1970

Rio das Mortes

Rio das Mortes
TV

1970

Whity

Whity
Filme

1970

Die Niklashauser Fahrt

The Niklashausen Journey
TV

1970

Der Amerikanische Soldat

The American Soldier
Filme

1970

Warnung vor einer heiligen Nutte

Beware of a Holy Whore
Filme

1971

Pioniere in Ingolstadt

Pioneers in Ingolstadt
Filme

1971

Der Händler der vier Jahreszeiten

The Merchant of Four Seasons
Filme

1972

Die bitteren Tränen der Petra Von Kant

The Bitter Tears of Petra Von Kant
Filme

1972

Wildwechsel

Jail Bait
Filme

1972

Acht Stunden sind kein Tag

Eight Hours Are Not a Day
TV

1973

Welt am Draht

World on a Wire
TV

1973

Martha

Martha
TV

1973

Angst essen Seele auf

Fear Eats the Soul
Filme

1974

Fontane Effi Briest

Effi Briest
Filme

1974

Faustrecht der Freiheit

Fox and His Friends
Filme

1975

Mütter Küsters Fahrt zum Himmel

Mother Küsters Goes to Heaven
Filme

1975

Der Müll, die Stadt und der Tod

Garbage, the City and Death
Teatro

1976

Ich will doch nur, daß ihr mich liebt

I Only Want You to Love Me
TV

1976

Satansbraten

Satan's Brew
Filme

1976

Chinesisches Roulette

Chinese Roulette
Filme

1977

Bolwieser

The Stationmaster's Wife
Filme

1978

Despair – Eine Reise ins Licht

Despair - A Jouney into Light
Filme

1978

Deutschland im Herbst

Germany in Autumn
Filme

1978

Die Ehe der Maria Braun

The Marriage of Maria Braun
Filme

1978

In einem Jahr mit 13 Monden

In a Year of 13 Moons
Filme

1979

Die dritte Generation

The Third Generation
Filme

1980

Berlin Alexanderplatz

Berlin Alexanderplatz
TV

1980

Lili Marleen

Lili Marleen
Filme

1981

Lola

Lola
Filme

1982

Die Sehnsucht der Veronika Voss

Veronika Voss
Filme

1982

Querelle

Querelle
Filme


Bibliografia |


O diretor é retratado em uma biografia em inglês, Fassbinder: The Life and Work of a Provocative Genius escrita por Christian Braad Thomsen, traduzida por Martin Chalmers (ISBN 0-571-17842-1).



Ligações externas |



  • Fassbinder Bibliography (via UC Berkeley)

  • Site da Fassbinder Foundation

  • Sobre Rainer Werner Fassbinder, em espanhol


  • Fassbinder no IMDB

  • Senses of Cinema: Great Directors Critical Database

  • Rainer Fassbinder's Gravesite

  • Marcelo Ikeda sobre As lágrimas amargas de Petra von Kant









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