Caso Dreyfus









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Caso Dreyfus
Affaire Dreyfus (em francês)


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Degradação de Alfred Dreyfus
Local do crime

Paris,  França
Data

27 de setembro de 1894 - 12 de julho de 1935
Tipo de crime
Ataques antissemitas com assassinatos, racismo e sequestros.
Vítimas

Alfred Dreyfus (9 de outubro de 1859 - 12 de julho de 1935)
Réu(s)

Émile Zola
Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy
Advogado de defesa

Anatole France
Promotor

Edgar Demange
Local do julgamento

 França, Paris
Situação

Alfred Dreyfus é inocentado e reabilitado em julho de 1906.





























O Caso Dreyfus (em francês: Affaire Dreyfus) foi um escândalo político que dividiu a França por muitos anos, durante o final do século XIX. Centrava-se na condenação por alta traição de Alfred Dreyfus em 1894, um oficial de artilharia do exército francês, de origem judaica. O acusado sofreu um processo fraudulento conduzido a portas fechadas. Dreyfus era, em verdade, inocente: a condenação baseava-se em documentos falsos. Quando os oficiais de alta patente franceses perceberam isto, tentaram ocultar o erro judicial. A farsa foi acobertada por uma onda de nacionalismo e xenofobia que invadiu a Europa no final do século XIX.


Para o historiador Edward McNall Burns, "o efeito do caso Dreyfus foi desmantelar por completo o movimento monarquista na França". Assim, "o caso Dreyfus não foi senão um dos episódios de uma luta mais vasta em torno da questão da Igreja e do Estado". Desde sua fundação, a Terceira República apresentava certa vocação anticlerical. A própria ascensão do nacionalismo militante tendia a conflitar com o poder temporal da Igreja. A hierarquia católica favorecia os monarquistas, que conspiravam contra a República.


Nesse período em que está inserido o Caso de Dreyfus, ocorreu a derrota de 1870, que se remete à Guerra Franco-Prussiana, em que a Prússia saiu vitoriosa e pediu ressarcimento financeiro da França e ainda anexou os territórios de Alsácia e Lorena. Isso gerou um caos político e social imenso na França e que levou também à Comuna de Paris, a Terceira República Francesa. Depois disso temos o Escândalo de Panamá, que se remete a um escândalo de corrupção na construção do Canal do Panamá, onde foi descoberto que o governo desviou um bilhão de francos para silenciar todos os problemas financeiros que eles estavam tendo para manter a companhia que estava construindo o Canal do Panamá. Também temos o conflito de separação da Igreja e do Estado, porque um dos principais pontos da Terceira República Francesa era diminuir a atuação política da Igreja Católica.




Índice






  • 1 História


  • 2 Cronologia dos acontecimentos


  • 3 Ver também


    • 3.1 Contra o anti-semitismo




  • 4 Referências


    • 4.1  Bibliografia




  • 5 Ligações externas





História |


Alfred Dreyfus era de família de origem judaica e veio de uma cidade que fazia fronteira com o território da Prússia e era considerado de personalidade segura e reservado, curioso, inteligente e observador. Foi acusado de passar informações secretas às polícias estrangeiras da Alemanha.


Em 1894, Madame Bastian, empregada da limpeza na embaixada alemã em Paris descobriu uma carta suspeita no cesto do lixo do adido militar alemão, o tenente-coronel Schwarzkoppen. Madame Bastian entregou os papéis aos serviços secretos franceses, que logo concluíram que existia um traidor entre os oficiais franceses, que fazia espionagem para os alemães. Quando o caso se tornou conhecido, a carta passou a ser conhecida como "le bordereau".


Essa carta continha informações secretas de artilharia, com informações que falavam de novos armamentos e canhão. Fizeram uma análise grafológica comparativa entre as pessoas que tinham essas informações e a letra dessas pessoas com a letra da carta. Nessa análise grafológica, a letra que mais bateu foi a de Dreyfus, então tiveram ele como principal suspeito.


Alfred Dreyfus era o único oficial judeu entre os que poderiam ter escrito a carta. Por isto, foi considerado o principal suspeito e levado a julgamento. O memorandum foi usado como instrumento de acusação contra Alfred Dreyfus.


Dreyfus foi condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo, na costa da Guiana Francesa.


A primeira prisão  de Dreyfus tem início no dia 13 de outubro de 1894. Tudo tem início quando Dreyfus foi convocado pelo Ministério de Guerra a comparecer para uma suposta prova que é feita para oficiais, onde ele seria recebido em um gabinete por um comissário e um general, o Jouaust. Mas na verdade essa prova seria um meio de obter  a sua escrita.


Dreyfus foi degradado do exército francês.


No dia 7 de outubro de 1894, as provas que tinham contra Dreyfus são consideradas insuficientes, mas o oficial de polícia diz “Se essas provas são fracas para condená-lo, então elas são fracas também para servir de absolvição. Vamos abandonar o caso”.


No outro dia o Estado-Maior passa a ser atacado por conta de noticias que saíram nos jornais de que Dreyfus havia sido liberado. Então uma nova audiência foi marcada para o dia 19 de novembro de 1894, onde se reuniram para o julgamento final de Dreyfus, onde teve 27 testemunhas a pedido do Ministério e 12 apenas a pedido da defesa. E foi nessa audiência que ele condenado e deportado para um recinto fortificado.


Em Novembro de 1897, seu irmão Mathieu Dreyfus, descobre que Charles Esterhazy é o verdadeiro culpado.


O caso Dreyfus novamente é abafado e alguns meses depois surge um artigo no jornal feito por Zola, que seria o caso Zola. Zola publica um artigo no jornal chamado J’acusse, que significa eu acuso. Neste artigo ele acusava todo o alto escalão do exército, culpando-os pela acusação de Dreyfus e, com isso, ele os provoca para que possam ir à julgamento e, assim, pudessem ou inocentar Zola ou condenar todo o alto escalão.


O Estado maior decide que a melhor defesa para ele seria então atacar, por isso ele começa a fazer um jogo que condenaria o Dreyfus e absolveria o Esterhazy, para isso, o Estado envia uma carta com a assinatura da Esperança, endereçada à Esterhazy, na qual diz que os familiares de Dreyfus pretendem acusá-lo e que eles têm prova para isso.


Mathieu não desiste de proteger seu irmão, e mostra uma duplicata de uma carta que fez para entregar ao Ministro de Guerra, na qual diz que a única prova que tem contra seu irmão seria uma carta, sem nome e sem data e que não poderia indicar quem escreveu aquela carta, pergunta à Esterhazy onde ele pode obter mais provas para comprovar sua caligrafia. Esterhazy pede a abertura do caso para que possa se defender e então, o general Pelleux é indicado para continuar no caso.


Quando é perguntando se Esterhazy é culpado por traição, por unanimidade as pessoas dizem que não, então, todos se levantam e Esterhaazy é declarado inocente, mas quando ficou provada a falsificação de Henry, ele foge para a Inglaterra, e diz que ele escreveu sim a lista, porque precisava de provas materiais. Já que só existiam provas morais para culpar Dreyfus e ele sabia que Berlin tinha informações que só poderiam ter sido dadas por este, mas como não existia prova material, ele mesmo teve de redigir a lista. Logo depois, Esterhazy diz que tudo que ocorreu não passou de uma distração para tirar o foco do caso.


Surgem então duas vertentes, uma de que o perdão ira amenizar a situação do acusado. O perdão portanto deu uma certa seguridade a ele, porém o processo de perdão será de aceitar a sentença e o coloca-lo como culpado, isso de certa forma está relacionada a moral, pois ao aceitar o perdão ele ainda se mantém como culpado.


Assinatura do documento que concede o perdão foi assinada em 19 de setembro. Essa demora se dá na tentativa de fazer com que ele sofra o suficiente e, assim, não tentasse revisar o seu processo.


Em 3 de Março de 1904, na Câmara Criminal do Tribunal, presidida por Chambereaud, houve os debates referentes apenas as peças que haviam sido dadas como falsas – 326 e 21. E, realmente, naquela época, eles não tinham os documentos originais. Esse dia e o dia seguinte inteiro foram o para requisitório de Baudoin, conselheiro-relator, ele reforça os argumentos quanto a inocência de Dreyfus. Em seguida, intima os juízes a fechar o caso com justiça, e não somente pensando em interesses políticos.



O Tribunal se reúne e decide pela cassação da sentença de Rennes, com um placar unânime pela cassação. Dreyfus é reintegrado ao exército francês. Fato importante, é que Schwartzkoppen, em seu leito de morte, confessou a inocência de Dreyfus.




Alfred Dreyfus em 1935, o ano de seu falecimento.





Cronologia dos acontecimentos |



  • Finais de Setembro de 1894 - O bordereau chega à posse do ministério da guerra.


  • 15 de Outubro de 1894 - Dreyfus é preso

  • De 19 a 22 de Dezembro de 1894 - Dreyfus é julgado e condenado por um tribunal militar. É condenado à prisão perpétua na Ilha do Diabo.

  • 5 de Janeiro de 1895 - são-lhe retirados os galões de oficial numa cerimónia humilhante.


  • 7 de janeiro de 1895, Dois dias depois da cerimonia, Ruy Barbosa, que estava em Londres e era colaborador no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro escreve texto, publicado em 3 de fevereiro, tornando-se assim o primeiro defensor do capitão Dreyfus. 

  • 21 de Fevereiro de 1895 - Dreyfus embarca para a prisão na ilha.

  • Finais de Outubro de 1896 - o jovem jornalista Bernard Lazare publica uma brochura chamada "O erro judiciário - A verdade sobre o caso Dreyfus"

  • 10 de Novembro de 1896 - o jornal "Le Matin" publica o bordereau, onde se pode ver a assinatura.

  • 11 de Novembro de 1897 - Mathieu Dreyfus, o irmão de Alfred, descobre que Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy foi o verdadeiro culpado (um senhor Castro reconheceu no bordereau a assinatura de um seu cliente).


  • 13 de Janeiro de 1898 - é publicado o "J'accuse" no "L'Aurore (tiragem de 300 000 cópias)

  • Finais de Janeiro de 1898 - Violência anti-semita na Argélia

  • 23 de Fevereiro de 1898 - após processo, Zola é condenado a um ano de prisão e 3 000 francos de multa (o escritor Octave Mirbeau paga a multa). Perrenx, dono do "Aurore" foi condenado a 4 meses de prisão e 3.000 francos de multa


  • 3 de Junho de 1899 - o tribunal de cassação anula o julgamento de 1894 e reabre o processo, re-enviando Dreyfus a um novo conselho de Guerra. Zola é autorizado a regressar do exílio de Inglaterra.


  • 7 de Agosto a 9 de Agosto de 1899 - conselho de Guerra em Rennes- Dreyfus permanece um traidor e é condenado a 10 anos de prisão.


  • 19 de Setembro de 1899 - Dreyfus é amnistiado e deixa a prisão, apesar de continuar a ser considerado culpado

  • 29 de Setembro de 1902 - Émile Zola não veria o fim do processo - é encontrado morto por asfixia em circunstâncias misteriosas e não esclarecidas até hoje.

  • Julho de 1906 - Dreyfus é finalmente reabilitado

  • 4 de Junho de 1908 - Cerimónia da transferência das cinzas de Zola para o Panthéon. Tentativa de homicídio contra Alfred Dreyfus,[1] que é ferido num braço.



Ver também |



  • Gaston de Galliffet - Ministro da Guerra durante o episódio.


Contra o anti-semitismo |




  • Salomon Reinach

  • Pierre Quillard

  • Gabriel Monod

  • Sébastien Faure


  • Joseph Reinach - deputado

  • Louis Leblois

  • Mark Twain

  • Anton Tchecov

  • Eça de Queirós




Referências




  1. Terramagazine - Zola, Dreyfus e o Panteão. Acessado em 13 de Julho de 2011.



 Bibliografia |



  • Bredin, Jean-Denis - O Caso Dreyfus - Ed. Scritta - 1995

  • Dreyfus, Alfred - Diários completos do capitão Dreyfus - Org. e apresentação: Alberto Dines. Imago. 1995.





Ligações externas |




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