Sémen






Sémen humano logo após a ejaculação. As áreas claras (que aparecem negras ou marrom devido à cor do fundo) estão começando a se liquefazer




Sémen humano ampliado em 1000x. Na imagem é possível ver diversos espermatozoides, que atuam na fertilização do óvulo feminino.


O esperma (do grego: sperma - "semente") conhecido popularmente como sémen (português europeu) ou sêmen (português brasileiro) é o fluido orgânico produzido pelos machos de muitas espécies de animais para transportar os espermatozoides até o local de fertilização na fêmea.




Índice






  • 1 Constituição


  • 2 Características do sémen humano


  • 3 Composição do sémen humano


    • 3.1 Sémen e a transmissão de doenças


    • 3.2 Sangue no sémen (hematospermia)




  • 4 Referências


  • 5 Ver também


  • 6 Ligações externas





Constituição |


O esperma ou sêmen é constituído por espermatozoides e pelo conjunto de dois líquidos, sendo estes o líquido seminal e líquido prostático.



Características do sémen humano |


O sémen humano é cremoso, espumoso, esbranquiçado e opalino. Períodos de abstinência sexual deixam o esperma amarelado (possivelmente pelo processo de morte e necrose de células haploides mais antigas acumuladas).[1] É composto por uma mistura de secreções testiculares, vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. Depois de 10 a 30 minutos fora do organismo humano, o líquido espesso torna-se extremamente fluido (curiosamente exposto ao ar em baixas latitudes, a parte mais líquida evapora e ele se resseca tornando-se menos fluido e mais pegajoso) [2].
O sabor é "acentuado" (geralmente adstringente) e um pouco salgado (geralmente quando se mistura a resto de urina nos dutos), no entanto tem variações que estão diretamente relacionados com a alimentação de cada individuo (quanto mais tempo entre duas ejaculações, maior a tendência ao adocicado).


Em volume, a ejaculação de um homem sadio varia entre 3,5 e 5 ml. Volumes em torno de 0,5 ml são, em sua maioria, patológicos. Seu pH encontra-se na faixa de 8,1 a 8,4. São considerados normais 200 a 600 milhões de espermatozoides por ejaculação.[2] Um único ml de esperma contém de 60 a 120 milhões de espermatozoides.[1]



Composição do sémen humano |


Os componentes do sémen derivam de duas fontes: esperma e plasma seminal. O plasma seminal, por sua vez, é produzido pela contribuição da vesícula seminal, próstata e glândulas bulbouretrais.


O plasma seminal dos humanos contém um complexo de componentes orgânicos e inorgânicos. Ele fornece um meio nutritivo e protegido para os espermatozoides durante as suas jornadas até o trato reprodutivo feminino. O ambiente normal da vagina é hostil para as células do esperma, já que ele é muito ácido (devido à produção de ácido lático da microbiota vaginal), viscoso, e controlado por células imunes. Os componentes do plasma seminal tentam compensar este ambiente hostil. Aminas básicas como a putrescina, espermina, espermidina e cadaverina são responsáveis pelo cheiro e sabor do sémen. Essas bases neutralizam o ambiente ácido do canal vaginal (que é muito nocivo ao esperma), e protegem o ADN dentro do esperma da desnaturação ácida.


Os componentes e contribuições do sémen são os seguintes:




























Glândula Quantidade (%)
Descrição
Testículos 2-5%[3]
Aproximadamente 200- a 500- milhões de espermatozoides, produzidos nos testículos, são lançados pela ejaculação.
Vesícula seminal 65-75%
Aminoácidos, citrato, enzimas, flavinas, frutose (a principal fonte de energia para as células espermáticas, que dependem exclusivamente de açúcares do plasma seminal para energia), fosforilcolina, prostaglandinas (um dos principais componentes que enriquece o sémen - estão em fase de desenvolvimento e tentativa de produção para comercialização - rejuvenesce o organismo (função anti-oxidante), origina uma "sensação de bem estar natural", proteínas, vitamina B, vitamina C, Ferro
Próstata 25-30%
Fosfatase ácida, ácido cítrico, fibrinolisina, antígeno específico da próstata, enzimas proteolíticas, zinco (ajuda a estabilizar as cromatinas com DNA das células espermáticas. Uma deficiência de zinco pode resultar em uma redução de fertilidade devido a maior fragilidade do esperma. Em média a quantidade existente numa ejaculação, contem a dose diária recomendada de zinco.)
Glândulas bulbouretrais < 1%
Galactose, muco (ajuda a aumentar a mobilidade das células espermáticas na vagina e na cérvice por criar um canal menos viscoso para as células espermáticas nadarem sobre, e prevenindo a sua difusão para fora do sémen. Contribui para a textura semelhante a uma gelatina do sémen), pré-ejaculado, ácido siálico


Sémen e a transmissão de doenças |


O sémen de uma pessoa livre de doenças não é nocivo em contato com a pele, podendo ser utilizado para minimizar os casos de pele seca. Entretanto, o sémen pode ser meio de transmissão de muitas doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV, o vírus que causa a AIDS.


Também imagina-se que os componentes do sémen, como os espermatozoides e o plasma, podem causar imunossupressão no corpo quando atingem a corrente sanguínea ou linfa. As evidências para essa teoria datam de 1898, quando Elie Metchnikoff injetou em um porco seu próprio esperma e o esperma de outro porco, mostrando que o anticorpo produzido em resposta; entretanto o anticorpo estava inativo, evidenciando uma resposta de supressão do sistema imune.


Mais pesquisas, como a de S. Mathur e J. Goust [4], mostraram que anticorpos não existentes anteriormente em casais inférteis podem ser produzidos nesses casais em resposta ao esperma. Estes anticorpos reconheceriam linfócitos T como estranhos por engano, e consequentemente os linfócitos T sofreriam ataque pelos linfócitos B do organismo.


A produção e a qualidade do esperma poderá ser melhorada, aumentando inclusive o libido, bastando para o efeito assegurar que no momento da pré-ejaculação e na própria ejaculação esta seja intensamente desejada. A contração provocada no momento da abertura do canal, origina uma reação imediata do organismo na produção de mais e melhor esperma.


Outros componentes do sémen que se mostrariam como estimuladores de um efeito imunossupressivo seriam o plasma seminal e os linfócitos seminais.



Sangue no sémen (hematospermia) |



Ver artigo principal: Hematospermia

A hematospermia, ou seja a presença de sangue no sémen pode ser indetectável (sendo vista somente microscopicamente) ou visível no fluido. Pode ser causada por inflamação, infecção, danos ao trato reprodutor masculino ou problemas com a uretra, testículos, epidídimo e próstata.



Referências




  1. ab Lima, A. Oliveira. Métodos de Laboratório Aplicados à Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.


  2. ab Miller, Otto. Laboratório para o Clínico. São Paulo:Atheneu, 1999.


  3. UNDERSTANDING SEMEN ANALYSIS Arquivado em 17 de outubro de 2007, no Wayback Machine., no http://www.uhmc.sunysb.edu; Acesso em 24 de Dez de 2008 Arquivado em 15 de janeiro de 2007, no Wayback Machine.


  4. Am J Reprod Immunol. 1981;1(3):113-8.
    Cross-reactivity of sperm and T lymphocyte antigens.




Ver também |



  • Espermograma

  • Ejaculação

  • Espermatozoide

  • Espermatogênese

  • Líquido pré-ejaculado

  • Vasectomia

  • Reação de Barbério



Ligações externas |



  • Analisando o Sémen.
















































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