Cecília de Mecklemburgo-Schwerin
Cecília | |
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Duquesa de Mecklemburgo-Schwerin Princesa Herdeira da Alemanha | |
Marido | Guilherme, Príncipe Herdeiro da Alemanha |
Descendência | Guilherme da Prússia Luís Fernando da Prússia Humberto da Prússia Frederico da Prússia Alexandrina da Prússia Cecília da Prússia |
Casa | Mecklemburgo-Schwerin (nascimento) Hohenzollern (casamento) |
Nome completo | Cecília Augusta Maria |
Nascimento | 20 de setembro de 1886 |
| Schwerin, Mecklemburgo-Schwerin, Império Alemão |
Morte | 6 de maio de 1954 (67 anos) |
| Bad Kissingen, Alemanha |
Enterro | 12 de maio de 1954 Castelo de Hohenzollern, Baden-Württemberg, Alemanha |
Pai | Frederico Francisco III, Grão-Duque de Mecklemburgo-Schwerin |
Mãe | Anastásia Mikhailovna da Rússia |
Cecília Augusta Maria de Mecklemburgo-Schwerin (20 de setembro de 1886 - 6 de maio de 1954) foi a esposa de Guilherme, Príncipe-herdeiro da Alemanha, filho de Guilherme II, o último kaiser da Alemanha.
Índice
1 Primeiros anos
2 Noivado
3 Casamento
4 Princesa-herdeira da Alemanha
5 Impacto como princesa-herdeira da Alemanha
6 Primeira Guerra Mundial
7 Revolução e queda da monarquia
8 Vida durante a República
9 Regime Nazi 1933-39
10 Segunda Guerra Mundial
11 Últimos anos
12 Referências
Primeiros anos |
Cecília era a filha mais nova do grão-duque Frederico Francisco III de Mecklemburgo-Schwerin e da sua esposa, a grã-duquesa Anastasia Mikhailovna da Rússia.[1] Passou grande parte da sua infância no estado de Schwerin, nas residências reais de Ludwiglust e no castelo de caça, Gelbensande, a apenas alguns quilómetros de distância do mar Báltico. O seu pai sofria de uma forma grave de asma e o clima húmido de Mecklemburgo-Schwerin não era bom para a sua saúde. Assim, Cecília passou longos perídos de tempo com a família em Cannes, no sul de França. A costa do sul de França era um lugar muito frequentado pela realeza europeia na época e foi lá que Cecília conheceu muitos membros de diferentes famílias reais durante as suas visitas. Muitos deles eram os seus parentes russos, assim como a antiga imperatriz de França, Eugénia, viúva de Napoleão III. Foi também lá que conheceu o tio-avô do seu futuro marido, o rei Eduardo VII do Reino Unido. Durante uma visita no inverno de 1897, a irmã mais velha de Cecília, Alexandrina, conheceu o seu futuro marido, o príncipe-herdeiro Cristiano da Dinamarca, pouco antes da morte prematura do seu pai, com quarenta-e-seis anos de idade. Depois de regressar a Schwerin, Cecília passaram algum tempo na Dinamarca. O casamento da sua irmã realizou-se em Copenhaga em Abril de 1898. Com a morte do seu pai, a sua mãe, nascida na Rússia, começou a passar os meses de verão no seu país natal. Cecília viveu lá durante algum tempo na casa do avô paterno, a Villa Mikhailovskoe. Foi só depois do seu casamento que estas visitas terminaram.
Noivado |
Durante o casamento do irmão em Schwerin a junho de 1904, Cecília, na altura com dezassete anos de idade, conheceu o seu futuro marido, o príncipe-herdeiro Guilherme da Alemanha. O kaiser Guilherme II tinha mandado o seu filho à cerimónia para o representar. Cecília era mais alta do que a maioria das mulheres da época, medindo 182 centímetros, quase tanto como o príncipe-herdeiro. Guilherme ficou impressionado com a sua beleza, cabelo e olhos escuros. A 4 de setembro de 1904, o jovem casal celebrou o seu noivado em Mecklemburgo-Schwerin. Como prenda de casamento, o kaiser Guilherme ordenou que se construísse uma residência para o casal perto do castelo de caça da família de Cecília. A 5 de Setembro do mesmo ano foram tiradas as primeiras fotografias oficiais do casal.
Casamento |
O casamento da princesa Cecília com o príncipe-herdeiro Guilherme da Alemanha realizou-se a 6 de junho de 1905 em Berlim. Foi considerado o casamento do ano. Quando chegou à estação de comboios de Lehter em Berlim, a futura princesa-herdeira foi recebida na plataforma com um ramo de rosas vermelhas. Seguiu na carruagem real para o Castelo de Bellevue onde foi recebida por toda a família imperial da Alemanha. Depois do almoço vestiu o seu vestido de noiva e deslocou-se até ao Portão de Brandemburgo em carruagem de gala. Foi recebida com uma saudação no Tiergarten. As multidões alinhavam-se em ambos os lados do Unter den Linden à medida que a noiva passava a caminho do Palácio Real de Berlim. O kaiser Guilherme II recebeu-a lá e conduziu-a ao Salão dos Cavaleiros onde mais de cinquenta convidados de várias casas reais europeias a esperavam. Entre eles encontravam-se o grão-duque Miguel Alexandrovich da Rússia, seu primo, a representar o seu irmão, o czar Nicolau II, o arquiduque Francisco Fernando, a representar o imperador Francisco José, e também representantes da Dinamarca, Itália, Bélgica, Portugal e dos Países Baixos. No dia do casamento, o seu sogro, o kaiser, presenteou-a com a Ordem de Luísa.
A cerimónia de casamento realizou-se na Capela Real e também na Catedral de Berlim, que ficava perto. O casal real recebeu joias, pratas e porcelanas dispendiosas como prenda de casamento. A pedido da noiva, foi tocada a famosa marcha de casamento de Lohengrin de Richard Wagner juntamente com música Die Meistersinger von Nürnberg conduzida pelo conhecido compositor Richard Strauss. No dia do seu casamento, a princesa Cecília de Mecklemburgo-Schwerin tornou-se "Sua Alteza Imperial e Real", a princesa-herdeira da Alemanha e da Prússia. Esperava-se que um dia se tornasse imperatriz da Alemanha e rainha da Prússia.
Princesa-herdeira da Alemanha |
Como princesa-herdeira da Alemanha, Cecília tornou-se rapidamente um dos membros mais adorados da família imperial da Alemanha. Era conhecida pela sua elegância e bom gosto. Não demorou até o seu estilo começar a ser imitado por muitas mulheres por todo o Império Alemão. Quando terminaram as festividades do casamento, o casal escolheu o Palácio de Mármore em Potsdam como residência de verão. Todos os anos, no início das sessões da corte, em Janeiro, o casal regressava ao Palácio do Príncipe Herdeiro em Berlim, em Unter den Linden. O primeiro filho de Cecília nasceu a 4 de Julho de 1906 e recebeu o nome de Guilherme, muito tradicional na família. Na altura, a monarquia da Alemanha parecia estar muito segura. Apesar de, em público, o casamento do príncipe e da princesa-herdeira parecer perfeito, não demorou até surgirem os primeiros desentendimentos, principalmente devido à infidelidade do príncipe. Logo no início do casamento, o príncipe teve vários casos amorosos que abalaram a relação do casal. Apesar da infidelidade do marido, até 1917, Cecília deu à luz seis filhos:
Guilherme da Prússia (4 de julho de 1906 - 16 de maio de 1940), casado com Dorothea von Salviati; com descendência.
Luís Fernando da Prússia (9 de novembro de 1907 - 26 de setembro de 1994), casado com a grã-duquesa Kira Kyrillovna da Rússia; com descendência.
Humberto da Prússia (30 de setembro de 1909 - 8 de abril de 1950), casado com a baronesa Maria von Humboldt-Dachroeden; com descendência.
Frederico da Prússia (19 de dezembro de 1911 - 20 de abril de 1966), casado com Lady Brigid Katherine Rachel Guinness; com descendência.
Alexandrina da Prússia (7 de abril de 1915 - 2 de outubro de 1980), sofria de Síndrome de Down; sem descendência.- Cecília da Prússia (5 de setembro de 1917 - 21 de abril de 1975), casada com o capitão Clyde Kenneth Harris; com descendência.
Impacto como princesa-herdeira da Alemanha |
Cecília causou um impacto considerável em várias áreas, incluindo na educação das mulheres. Várias escolas e estradas receberam o nome em sua honra. A 6 de Dezembro de 1906, a princesa-herdeira inaugurou o barco a vapor "Princesa Herdeira Cecília". Para Cecília, que tinha uma grande paixão pelo mar desde criança, o gesto trouxe-lhe muita alegria e foi uma honra. Perto do final de 1910, Cecília e o marido visitaram o Ceilão, a Índia e o Egipto. A vida de Cecília em Berlim era uma roda viva constante de deveres reais, paradas militares, banquetes de gala, cerimónias oficiais e outras funções da corte que incluíam visitas de estado a cortes estrangeiras, como, por exemplo à corte do imperador da Áustria, Francisco José, em Viena. Em maio de 1911, Cecília e o marido visitaram a Corte Imperial da Rússia em São Petersburgo. A visita coincidiu com o aniversário do czar Nicolau II. Em Junho de 1911 realizaram uma visita ao rei Jorge V do Reino Unido e à sua esposa Maria, em Londres, em junho de 1911. A revista ilustrada londrina "The Sphere" referiu-se ao casal como "os nossos muito amados visitantes para a coroação". A rainha Maria gostava particularmente do casal e manteve o contacto com Cecília até à sua morte em 1953. A visita de 1911 foi a última de Cecília como representante do Império Alemão.
Primeira Guerra Mundial |
Quando rebentou a Primeira Guerra Mundial em 1914, Cecília encontrava-se novamente grávida. Alguns meses depois a família passou por um período difícil quando a sua primeira filha, depois de quatro rapazes, nasceu com síndrome de Down. Devido às condições e rigidez do protocolo da corte dos Hohenzollern, não foi revelada ao público a doença da criança. Como princesa-herdeira da Alemanha, era esperado que Cecília continuasse com os seus deveres como se nada tivesse acontecido, o que, em tempo de guerra, significava visitar os feridos para manter a moral do país. O marido de Cecília prestou serviço militar na frente sul sob o comando directo do marechal-de-campo Hindenburg. Durante a fase final da guerra, o povo alemão passou por grandes dificuldades. Para Cecília, que tinha fortes relações familiares na Rússia pelo lado da mãe, a Revolução Russa de Março de 1917 afectou-a muito. Os seus tios, os grão-duques Nicolau, Sérgio e Jorge, foram todos assassinados, bem como outros membros da família Romanov.
Revolução e queda da monarquia |
A situação política e económica no último ano de guerra tornou-se cada vez mais desesperante. A 6 de Novembro de 1918, o novo chanceler imperial da Alemanha, o príncipe Max de Baden, encontrou-se com o ministro Wilhelm Solf para discutir o futuro do Império Alemão. Ambos partilhavam a opinião de que a monarquia apenas poderia sobreviver se o kaiser e o seu filho mais velho fossem afastados e foi criada uma regência governada nominalmente pelo filho mais velho da princesa Cecília. Esta ideia acabou por ser rejeitada rapidamente quando Friedrich Ebert se tornou chanceler e se declarou a república alguns dias depois. Tanto o kaiser como o príncipe-herdeiro atravessaram a fronteira para procurar exílio nos Países Baixos que se tinham mantido neutros durante a guerra. A monarquia caiu com a derrota da Alemanha no final da guerra. Cecília estava a viver com os filhos em Potsdam durante o período da revolução. Tinha deixado Cecilienhof com os filhos para fazer companhia à sua sogra na relativa segurança do Novo Palácio. Foi lá que a imperatriz Augusta Vitória a informou: "A revolução rebentou. O kaiser abdicou. A guerra está perdida."[2]
Vida durante a República |
A antiga princesa-herdeira da Alemanha sempre foi muito realista em relação à situação pela qual passavam a sua família e a Alemanha. A antiga imperatriz acompanhou o marido para o exílio. Cecília estava preparada para fazer o mesmo, mas, se possível, queria ficar na Alemanha com os filhos. Recebeu permissão para o fazer e, a 14 de Novembro, deixou discretamente o Novo Palácio para regressar à sua residência privada, Cecilienhof. Devido à mudança nas suas circunstâncias, o pessoal da sua casa foi reduzido em 50%.[3] O tutor dos seus filhos também foi dispensado e, assim os seus dois filhos mais velhos, Guilherme e Luís Fernando, foram os primeiros a frequentar uma escola normal que ficava perto do palácio.[4] Cecília simpatizava muito com o sofrimento do povo alemão. Em resposta a uma carta da União das Mulheres Alemãs em Berlim, a antiga princesa-herdeira afirmou: "Não preciso de compaixão. Tenho a bela situação que pode acontecer a qualquer mulher alemã, a educação dos meus filhos como bons cidadãos da Alemanha."[5]
Guilherme apenas pôde regressar à Alemanha do seu exílio forçado em 1923. Antes dessa altura, as visitas eram difíceis. Felizmente, a família Hohenzollern ainda detinha bastantes propriedades privadas na Alemanha devido a um acordo provisório realizado entre a família e o estado da Prússia em Novembro de 1920.[6] O Castelo Oels, um castelo com 10,000 hectares de terra fértil, na Silésia, que actualmente pertence à Polónia, era uma boa fonte de rendimento para a família de Cecília. Durante a ausência do marido, Cecília tornou-se a figura principal dos Hohenzollern. A antiga princesa-herdeira não tinha ilusões de que o império pudesse ser restabelecido, ao contrário do seu sogro em Door, nos Países Baixos. O seu regresso era completamente impossível. Com a eleição de Gustav Stresemann para chanceler da República de Weimar em Agosto de 1923, iniciaram-se as negociações para o regresso do príncipe-herdeiro. Na noite de 13 de Novembro de 1923, Cecília encontrou-se com o marido no Castelo de Oels. Os anos de separação e o comportamento de Guilherme tinham já tornado o casamento em algo que existia apenas no nome, mas Cecília estava determinada a manter as aparências, mesmo à distância. Passou a ficar cada vez mais tempo em Cecilienhof enquanto o marido preferia a Silésia. O casal juntava-se quando era necessário pelo bem da união familiar, em ocasiões como casamentos, comunhões, baptizados e funerais. Em 1927, foi concretizado o acordo final entre os Hohenzollern e o estado da Prússia. Cecília continuou a trabalhar activamente em várias organizações caritativas tais como o fundo da rainha Luísa, presidente da União das Mulheres da Pátria e as Damas da Ordem de São João enquanto se mantinha afastada de qualquer movimento político. Com a chegada ao poder no Partido Nacional Socialista de Adolf Hitler em 1933, todas as suas organizações caritativas foram extintas.
Regime Nazi 1933-39 |
Entre 1933 e 1945, Cecília viveu uma vida privada em Ceclilienhof, em Potsdam. O seu filho mais velho, o príncipe Guilherme perdeu a sua posição como possível herdeiro quando se casou com Dorothea von Salviati a 3 de junho de 1933. Tal aconteceu porque a sua esposa não era considerada adequada pela família real. Apesar de a casa real ter sido formalmente deposta, este acto ia contra as regras da casa real que ainda continuavam a ser exercidas. O antigo príncipe e a princesa-herdeira foram mais compreensivos com o filho do que o antigo kaiser. Cecília não ficou perturbada e lidou o melhor possível com a situação, tendo ficado encantada quando foi avó pela primeira vez a 7 de junho de 1934. Em 1935, o segundo filho de Cecília, que se tinha formado em Economia e tinha trabalhado durante algum tempo nos Estados Unidos como mecânico para a Ford, começou a trabalhar para a Lufthansa. O seu terceiro filho, Humberto, depois de passar algum tempo na área da agricultura, juntou-se ao exército e depois à força área e tornou-se piloto. O seu filho mais novo, Frederico, dedicava-se aos negócios. Em maio de 1938, o príncipe Luís Fernando casou-se com a grã-duquesa Kira da Rússia, filha do pretendente ao trono russo, Cyril Vladimirovich, em Cecilienhof. Esta foi a última grande celebração da família antes do início da Segunda Guerra Mundial em Setembro de 1939.
Segunda Guerra Mundial |
Um período de relativa calma para a família de Cecília e para a Alemanha terminou quando rebentou a Segunda Guerra Mundial em Setembro de 1939. O seu sobrinho de vinte-e-quatro anos, o príncipe Óscar, faleceu cinco dias depois do início da invasão da Polónia. Outra tragédia ocorreu quando o príncipe Guilherme ficou ferido numa batalha em Valenncienes, França, a 25 de maio de 1940, acabando por morrer no dia seguinte num hospital de campanha em Nivelle. O seu funeral realizou-se na Friedenskirche (Igreja da Paz) em Potsdam, a 28 de maio. Mais de 50,000 pessoas se reuniram ao longo do percurso até ao seu túmulo no Templo Antigo, perto dos restos mortais da sua avó, a antiga imperatriz Augusta Vitória. A grande aderência popular em respeito do príncipe, que tinha tido uma morte de mártir, alarmou e enfureceu Hitler.[7] O resultado deste acontecimento foi uma lei que proibia antigos membros da dinastia Hohenzollern a prestar serviço activo na frente de combate e, em 1943, Hitler foi mais longe e ordenou que fossem todos expulsos das forças armadas.[8]
Em 1941, o antigo kaiser, Guilherme II, faleceu. Aos cinquenta-e-cinco anos de idade, o marido de Cecília tornou-se chefe da Casa de Hohenzollern.[9] Se ainda houvesse monarquia, este momento teria sido de grande mudança para Cecília e para o marido e a mudança na liderança da família era potencialmente periogosa devido a Adolf Hitler, que se tornava cada vez mais paranóico. Por isso, nesta altura, Cecília e o marido começaram a retirar-se cada vez mais para o Castelo de Oels para viver uma vida calma, longe dos perigos de Berlim. Até Potsdam, que ficava a trinta minutos de distância, de comboio, da capital, era demasiado próximo para dar conforto. Com a guerra a correr cada vez pior para o lado alemão, Cecília e a família fugiram ao perigo cada vez mais iminente do exército soviético e regressaram a Potsdam, onde celebraram o Natal de 1944. Foi a última celebração que tiveram na sua adorada casa. Em Fevereiro de 1945, Cecília viu Cecilienhof pela última vez.
Últimos anos |
Cecília viveu em Bad Kissingen, na Baviera, durante algum tempo. A 20 de Setembro de 1946, comemorou os seus sessenta anos de vida junto do marido e alguns dos seus filhos. Guilherme tinha-se instalado numa pequena casa em Hechingen. Mais uma tragédia abalou a família quando, a 8 de Abril de 1950, outro dos seus filhos, desta vez o príncipe Humberto, morreu de apendicite. No início de 1951, a saúde do antigo príncipe-herdeiro começou a deteriorar-se e, a 20 de Julho do mesmo ano, este acabaria por morrer. O seu funeral realizou-se a 26 de Julho no Castelo de Hohenzollern, onde foi enterrado no terreno perto do local onde tinha sido enterrado a urna com as cinzas do seu filho Humberto. Consolada pelo seu filho, o príncipe Luís Fernando, Cecília fez a última despedida do marido.
Em 1952 foram publicadas as memórias de Cecília, com o título "Recordações". Num acto para recuperar a sua antiga amizade, a princesa Cecília foi recebida pela rainha-mãe do Reino Unido, Maria, em maio de 1952, durante uma visita a Inglaterra. Foi a primeira visita de Cecília depois da guerra e realizou-se para estar presente no baptizado da sua bisneta, filha da princesa Felicitas, filha do príncipe Guilherme. Cecília foi ainda abalada por outra tragédia quando a sua irmã, a rainha Alexandrina da Dinamarca, morreu a 28 de Dezembro desse ano. A 3 de janeiro de 1953, Cecília esteve presente no funeral que se realizou na Catedral de Roskilde, na Dinamarca. A princesa nunca conseguiu recuperar totalmente deste golpe. Conseguiu sobreviver, com a ajuda da família, até 6 de maio de 1954, quando morreu. Era o dia em que o seu falecido marido teria completado sessenta-e-sete anos de idade. A 12 de maio de 1954, realizou-se o seu funeral e os seus restos mortais foram sepultados ao lado dos do marido no terreno do Castelo de Hohenzollern. A sua vida, que parecia destinada à grandeza, acabou por terminar de forma muito diferente à que tinha esperado.
Referências
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecile: Eine Bildbiographie, p.11
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p.54
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p. 54
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p.54
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p.55
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p.57
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p. 90
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p.90
↑ Kirschstein, J., Kronprinzessin Cecilie: Eine Bildbiographie, p.91
- Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Duchess Cecilie of Mecklenburg-Schwerin», especificamente desta versão.